Toyen

A pintora Maria Cerminova, cujo pseudônimo era Toyen, nasceu em Praga, no ano de 1902 e com 17 anos ingressou na Escola de Artes Decorativas da cidade natal, onde permaneceu estudando até 1922.

Para os amantes da pintura e que gostam de saber sobre a biografia dos seus artistas preferidos, sobre Toyen, quase nada se sabe, tanto da sua infância quanto da sua adolescência.

Toyen

Toyen

Grande parte desse “ mistério” em torno da pintora foi provocado por ela mesma, que sempre evitou falar sobre a sua vida familiar, chegando a dizer que não tinha nenhum vínculo com a família.

A Carreira De Toyen

A carreira de Toyen teve início no ano de 1918. A artista aderiu aos movimentos de vanguarda que aconteciam durante a guerra entre Praga e Paris. Quatro anos depois, em 1922, conhecia o poeta, pintor e fotógrafo, Jindrich Stirsky, com o qual vivenciou uma relação que durou 20 anos. Os dois artistas trabalhavam em colaboração e a sintonia entre eles era tão grande que se tornava, em muitos casos, impossível atribuir a um ou outro o mérito pela pintura. Porém, apesar da parceria, nunca realizaram um quadro em comum. O que Stirsky e Toyen buscavam era complementar a obra um do outro, principalmente observando pela expressão e também pela forma.

A dupla fez parte de um grupo vanguardista que recebeu o nome de “Devetsil”e estavam sempre presentes em grupos comunistas e anarquistas.

De Maria Cerminova A Toyen

Nos primeiros cinco anos da sua carreira, Maria Cerminova era a forma como a artista assinava os seus trabalhos. O pseudônimo Toyen passou a ser usado por ela somente em 1923. Existem algumas versões sobre a adoção do pseudônimo, mas não se sabe ao certo qual delas seria a verdadeira.

Alguns dizem que nada mais é do que a abreviatura da palavra em francês “citoyen”, que significa cidadão. Para outros, Toyen foi uma forma encontrada pela artista de equiparar-se ao sexo masculino no âmbito artístico e também na vida pessoal. Pois Toyen é um nome que pode ser usado para ambos os sexos. Na época, era muito comum que as mulheres artistas, tentassem explorar a própria identidade.

Dizem que no caso de Toyen, a artista tinha o hábito de fazer referência a si mesmo usando o gênero masculino. Aliás, a mesma atitude se observava no modo de vestir-se, como homem. Porém, os registros fotográficos dizem outra coisa, a artista sempre aparece elegantemente em um traje feminino.

Transferência Para Paris

No ano de 1925, Toyen mudou-se para Paris ao lago do inseparável artista Stirsky. Na capital francesa, os artistas trabalharam com o “Artificialismo” e levaram a sua obra para várias mostras coletivas e individuais.

No período que esteve em Paris, Toyen também fez ilustração para livros e revistas, com desenhos que continham um grande apelo erótico. Um exemplo dessa fase da artista é a edição de “Justine ou les infortunes de la vertu”, escrita por Marqués de Sade.

Volta à Praga E O Trabalho Surrealista

Depois de um tempo em Paris, Toyen voltou à Praga e foi o ponto inicial da transição da sua obra para o Surrealismo. A artista esteve entre os fundadores do Núcleo Surrealista de Praga, em 1934. No ano seguinte, Toyen recebeu em Praga, Benjamin Pèret e André Breton e voltou a vê-los em Paris, no mesmo ano, em junho.

Dessa época para frente, a artista participava de praticamente todas as exposições internacionais surrealistas. Esteve em 1935, em Santa Cruz de Tenerife; em 1936, em Londres; em 1937, em Tóquio; em 1938, em Paris e no mesmo ano, em Amsterdã.

Do ano de 1939 até que a Alemanha ainda ocupava a Checoslováquia, Toyen dividia a sua vida artística com o seu interesse político. Continuou trabalhando dentro da tendência do Surrealismo, que era um tipo de arte perseguida pelos nazistas, que a chamavam de “arte degenerado”. Por isso, para criar era necessário fazê-lo clandestinamente e não tinha a chance de mostrar ao público a sua arte.

 Toyen Deixa O País Natal

Com o fim da guerra, os artistas surrealistas, entre eles, Toyen, sentiam mais liberdade para trabalhar. Porém, não era bem assim, uma vez que na Checoslováquia, os comunistas se preparavam para chegar ao poder.

O companheiro de Toyen, Stirsky morreu em 1942, em Praga, e a artista que chegou a usar o seu apartamento para esconder um poeta judeu dos nazistas, acabou tendo que se exilar, em Paris, no mesmo ano da morte do amigo.

A pintora nunca mais voltou no seu país. Adotou Paris para sempre como sua casa, renovando a amizade com antigos parceiros, Benjamin Péret e André Breton, entre outros. Todos artistas que representavam o surrealismo da França.

Em 1966, André Breton morre e Toyen é convidada a ocupar o estúdio que era seu na rua Fontaine. Porém, era um momento difícil da artista, que sentia que o seu grupo de artistas surrealistas estava se acabando. Ela já quase não falava mais com outros colegas.

Toyen acabou morrendo em Paris, no ano de 1980.

Movimento Artístico Surrealista

O movimento artístico surrealista do qual fez parte Toyen, teve início em Paris, no século XX. Ele nasce das teses do criador da Psicanálise, Sigmund Freud e do contexto político tumultuado e incerto que se vivia na época.

O Surrealismo surge como um movimento questionador, das crenças que podiam ser observadas na Europa da época, assim como o homem se comportava.

Os surrealistas estavam “concentrados” na irrealidade e não davam atenção para o que era concreto, o que estava acontecendo no mundo real, ganhando com isso, total liberdade de expressão.

O ponto que marcou oficialmente o movimento surrealista foi o “Manifesto do Surrealismo”, que aconteceu em outubro de 1924, cujo quem deu o ponta pé inicial foi o amigo de Troye, André Breton.

Na década de 1930, o Surrealismo começa a crescer, a se expandir e ao mesmo tempo serve de inspiração para o nascimento de outros movimentos, que não ficavam somente do lado de lá do oceano, na Europa, mas que nasciam também no continente americano.

No Brasil, o Surrealismo se tornou uma das vertentes que os artistas do Modernismo “pegaram” para si.

É comum que alguns historiadores utilizem o feminino para se referir a Toyen, Marie Čermínová, contudo, a própria artista fazia referência a si mesma usando o masculino. O trabalho de Toyen tinha um cunho bastante erótico e contava com pinturas, ilustrações de livros e desenhos. Apesar de não ser muito referenciado no cunho artístico geral, Toyen, teve grande importância no segmento de arte erótica.

Toyen

Toyen

Contribuições do Trabalho de Toyen

Os desenhos eróticos de Toyen foram publicados em várias ocasiões por Styrsky de Erotika Revue no período de 1930 a 1933. A revista era publicada em termos de subscrição e tinha uma tiragem de somente 150 exemplares. Tanto a sexta como a última edição dessa revista foi publicada com o nome Edice 69. Um trabalho de grande relevância de Toyen foi as ilustrações de “Justine” do Marquês de Sade que foi editado por Styrsky.

Grupo Surrealista Tcheco

O interesse de Toyen e Styrsky cresceu em relação ao surrealismo e através de alguns associados como Jindřich Honzl e Vítězslav Nezval conheceu André Breton em Paris. Com Breton fundaram Grupo Surrealista Tcheco com outros artistas, compositores e escritores.

Paris

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Toyen junto com o seu segundo parceiro artístico, Jindřich Heisler resolveu fugir de Paris. Nessa fase Toyen trabalhou com outros artistas como Benjamin Péret, Breton entre outros. No período de perseguição nazista Toyen e Styrsky deram abrigo para Heisler que era judia e que então se juntou ao Grupo Surrealista Tcheco em 1938.

A Biografia de Toyen

Nascida sob o nome de Marie Čermínová em 1902 em Praga (República Tcheca) a artista Toyen faleceu em 1980 em Paris (França). A artista realizou os seus estudos na Academia de Belas Artes de Praga. Foi nessa fase que ela conheceu Jindrich Styrsky (1889-1942) e então houve a associação dos dois ao grupo Dvetsil (1923) que era tido como vanguardista.

Os dois artistas resolveram viver em Paris no período entre 1925 e 1928. Nesse momento Toyen e Styrsky fundaram o movimento do Artificialismo que acabou não ganhando muito destaque. Os artistas então decidiram regressar para Praga, Toyen então se sagrou como uma das artistas de maior destaque e fundadora do Grupo do Surrealismo Tcheco em 1934. Para se ter uma ideia do quanto Toyen foi importante para o movimento, ela foi a responsável por incluir o seu país nos movimento de vanguarda de artes internacionais.

Primeira Exposição com Styrsky

A primeira vez que Toyen expôs com Styrsky foi em 1927 na Galeria de Arte Contemporânea e na Galeria Vavin que ficavam em Paris. O catálogo dessa exposição teve o prefácio feito por Phillipe Soupault (1897-1984). Nos meses de outubro e novembro de 1932 a artista organizou a mostra Poesia que foi realizada na Galeria Mánes em Praga.

Essa exposição teve diversas obras de vários surrealistas como Joan Miró, Y. Tanguy, A. Giacometti, M. Ernst, G. L. Roux entre outros. Outra passagem interessante da história de Toyen na arte foi a recepção de A. Breton e P. Éluard quando o primeiro ministrou a palestra em Praga no ano de 1935.

Exposição Internacional do Surrealismo

A artista ainda emplacou algumas de suas obras expostas na Exposição Internacional do Surrealismo realizada em Londres no ano de 1936. Essa exposição aconteceu na New Burlinghton Galleries que teve 300 obras de vários artistas. A organização ficou por conta de E.L.T. Mesens, Herbert Read e Roland Penrose.

Além disso, algumas obras da artista ainda foram expostas na mostra coletiva Álbum Surréaliste que aconteceu no Salon Nippon em Tóquio no ano de 1937. Também da Exposição Internacional do Surrealismo que aconteceu na Galeria Beaux Arts em Paris no ano de 1938. O surrealismo de Toyen ainda foi apreciado na Galeria Robert em Amsterdã com uma exposição itinerante e na Le Surrealisme no ano de 1947.

Retorno a Paris

Após tantas exposições Toyen retornou para viver em Paris com Jindrich Heisler (1914-1953) e ficou por lá junto do grupo parisiense dos Surrealistas até que eles finalmente dissolveram o grupo após André Breton (1947-1966) ter falecido. A importância de Toyen enquanto artista é indiscutível uma vez que ela se mostrou uma das mestres no estilo surrealista internacional.

As suas obras tinham um senso especial de cor e composição que não era encontrado nas obras de outros artistas. A originalidade das obras de Toyen também merece destaque. Dentre os temas mais recorrentes da obra de Toyen estavam elementos pintados em separado de maneira ultrarrealista que ficavam soltos num fundo liso.

Nesse trabalho de figuração solta podemos ver elementos como cristais, pedras, conchas, ovos inseridos em meio a outros elementos como cordas e olhos. A sobreposição tem uma grande harmonia mantendo um fundo colorido de cor sólida como vermelho ou verde. A composição das obras de Toyen tem equilíbrio.

Clandestinidade – Fase Difícil

Durante a Segunda Guerra Mundial a artista precisou passar um tempo na clandestinidade. Foi uma fase complicada e que representou uma grande mudança na sua obra. Toyen viveu três ciclos em sua carreira que foram os ciclos: Les spectres du desert (Os espectros do deserto) no período entre 1937-1938; Tir que durou de 1939-1940 e por fim Cache-toi, Guerre! (Esconda-se, Guerra) no ano de 1944.

Quando a guerra terminou a artista produziu obras como Mythe de la Lumière (Mito da Luz); Au Chateau La Coste (Ao Castelo a Costa) e La Belle Ouvreuse (A Bela Operária). A artista teve a sua obra Melusine de 1957 numa retrospectiva André Breton, La Beauté Convulsive (André Breton, a Beleza Convulsiva).

Uma Artista Corajosa

Toyen foi uma artista de grande coragem que lutou para poder fazer a sua arte da maneira que bem desejasse. Durante a Segunda Guerra Mundial precisou se esconder e passou por momentos complicados, mas nem isso fez com que o seu sentimento se esmorecesse pela arte.

As obras de Toyen têm grande presença e força tendo um erotismo que se mostra um traço bastante marcante. Vale a pena conhecer um pouco mais sobre a arte dessa artista que entrou para a história por seu estilo e sua coragem de seguir o seu caminho artístico.

A pintora Marie Čermínová mais conhecida por Toyen nasceu no dia vinte e um do mês de setembro do ano de 1902 em Praga e faleceu no dia nove do mês de novembro do ano de 1980 em Paris.

Estudou na UMPRŮM – Escola de Artes Decorativas em Praga do ano de 1919 até o ano de 1920 e trabalhou com Štyrský Jindřich até sua morte. No ano de 1920 fez uma viagem a Paris e acabou morando lá levando consigo Štyrský Jindřich, juntos fundaram um estilo bem interessante de pintura onde misturavam abstração e surrealismo que foi carinhosamente chamado por eles de artificialismo. No ano de 1928 voltaram para Praga onde continuaram o trabalho. Suas obras sempre foram surrealistas desde o inicio de sua carreira ate sua morte. Suas obras marcaram época e atualmente são lembradas servindo de modelo para artistas iniciantes que sempre procuram inspiração para começar uma carreira de sucesso.

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Categoria(s) do artigo:
Arte

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