Banda Secos & Molhados

A banda Secos & Molhados surgiu no Brasil na década de mil novecentos e setenta, sendo a formação mais conhecida dada pelos artistas Net Matogrosso, que cantava, João Ricardo, que também cantava, além de tocar violão e também era responsável pela harmônica e Gérson Conrad, que também cantava e tocava violão. A banda teve várias formações diferentes, sendo que João Ricardo que foi o fundador continuou por todas as fases.

Primeiros Anos De Secos & Molhados

João Ricardo juntou se a Fred e Antônio Carlos (Pitoco), para formar o primeiro grupo sob esse nome. Os três juntos, fazendo um som completamente diferente, contendo Violão de doze cordas, bongô e gaita, chamou atenção criando para eles diversos novos fãs. Eles costumavam se apresentar em um pub chamado “Kurtisso Negro”, que começou a ser muito mais frequentado por pessoas que tinham curiosidade em conhecer essa nova banda. Em um de seus shows João Ricardo conheceu a grande compositora Luhli, e com ela compôs um dos maiores sucessos do grupo, a música “O vira”.

Com um moderado sucesso, Antônio Carlos e Fred decidiram seguir carreira solo, no ano de mil novecentos e setenta e um. Fazendo com que se iniciasse a busca por um novo vocalista. João Ricardo acaba conhecendo Ney Matogrosso, que acabará de se mudar para São Paulo. Gerson Conrad já era conhecido de João Ricardo, sendo seu vizinho, e então ele também entra para o grupo. Os três começam a ensaiar novamente sob o nome de Secos & Molhados, até que um ano após a formação da nova banda se apresentam no Teatro do Meio.

No começo do ano de mil novecentos e setenta e três, o grupo começou a gravação de seu primeiro álbum, o chamado de “Secos e Molhados I”. Foi um trabalho árduo com duração de quinze dias, mas que rendeu a eles a venda de mais de trezentas mil cópias em apenas dois meses, e em muito pouco tempo já vendendo um milhão de cópias. O álbum foi tão admirado que até a sua capa foi considerada por alguns, e apontada pela Folha de São Paulo, como a melhor capa de todos os tempos.

Ney Matogrosso

Ney Matogrosso

O grupo era diferente e com isso, chamava muita atenção, com performances extravagantes. Ao ver um vídeo de uma performance do grupo, consegue se entender o porque do sucesso “repentino”. Além das roupas extravagantes, da maquiagem chamativa e de toda a presença de palco dos integrantes, é possível também notar a intensidade com que são compostas suas letras. Em tão pouco tempo de carreira eles conseguiram se tornar um dos mais bonitos fenômenos da música popular brasileira. Segundo a crítica, é possível que as canções do seu primeiro álbum ainda sejam uma critica pertinente nos dias de hoje.

A época em que viviam, a música era um dos principais meios para se manifestaram em relação aos problemas da sociedade, é importantíssimo analisar o conteúdo de suas letras, como das canções “Rosa de Hiroshima” e “Sangue Latino”, além de outras canções que fazem duras criticas ao período que o Brasil passava, a ditadura militar, assim como a disputa entre o capitalismo e o socialismo. O sucesso do grupo atraiu atenção por todos os lados, na mídia foram convidados para muitas apresentações televisivas, como no programa da Rede Globo, O Fantástico. Em suas apresentações apareciam com maquiagens diferenciadas e roupas inusitadas.

No começo do ano de mil novecentos e setenta e quatro, no mês de fevereiro, fizeram uma apresentação no Maracanãzinho. No dia o show bateu todos os recordes de público do Brasil, com trinta mil pessoas dentro do estádio e incríveis noventa mil pessoas do lado de fora. Nesse mesmo ano se lançaram em turnê internacional. Ainda em mil novecentos e setenta e quatro lançaram o seu segundo disco de estúdio, era apenas um álbum com capa preta, que não possuía título. Infelizmente o sucesso desse álbum foi moderado e em relação ao primeiro foi extremamente baixo.

Secos & Molhados Cantando

Secos & Molhados Cantando

Secos & Molhados – Separação E Inatividade

Devido a brigas internas e desentendimentos, o grupo acabou se separando no fim de mil novecentos e setenta e quatro. Os três membros decidiram seguir carreira solo, sendo que dos três, dois lançaram disco solo, e Gerson Conrad se juntou a Zezé Motta e lançou um disco junto a ela. Como João Ricardo era o fundador da banda e de seu nome, ele adquiriu os direitos sob o nome “Secos & Molhados”, mesmo havendo algumas disputados com os outros dois, e então começou a procurar novos integrantes para o grupo.

Secos & Molhados – Outras Formações

João Ricardo voltou com o grupo no mês de maio do ano de mil novecentos e setenta e oito. Junto de Lili Rodrigues, Gel Fernandes, Wander Taffo e João Ascensão, o álbum foi intitulado “Secos & Molhados III”. A canção de maior sucesso do disco foi “Que fim levaram todas as flores?”, sendo uma das mais executadas no Brasil naquele ano. O grupo voltou com tudo, tendo um sucesso quase que parecido com o primeiro álbum da formação clássica da banda.

Um outro álbum veio no mês de agosto de mil novecentos e oitenta, esse com um novo grupo, composto por João Ricardo, César e Roberto (irmãos Lempé), disco chamado de “Secos & Molhados IV” que não conseguiu sucesso comercial.

João Ricardo ficou por sete anos afastado do Secos & Molhados, e voltou em mil novecentos e noventa e sete, junto de Totô Braxil, lançando depois o álbum “A Volta do Gato Preto”. Em mil novecentos e noventa e nove, mais de dez anos depois do quinto álbum, João Ricardo lançou sozinho o álbum chamado “Teatro?”. Mais algum tempo afastado, João Ricardo voltou em dois mil e onze, junto de Daniel Iasbeck, lançando “Chato-boy”, e saindo em turnê no ano seguinte.

Secos & Molhados – Curiosidades

  • O nome “Secos & Molhados” foi criado por João Ricardo. Ele estava em uma cidade próxima de Ubatuba, quando viu uma placa de um armazém que dizia exatamente “Secos e molhados”, talvez uma referência a forma como é chuvoso na cidade, mas sendo literalmente um local que vendia produtos secos e molhados. Isso chamou a atenção do cantor que decidiu dar o nome ao grupo musical quando ele o formou.
  • A música “O vira” é um dos maiores sucessos da banda, e mais de trinta anos depois da formação original que cantava tal música, ela é tocada em diversos rádios e programas, sendo cantada também em escolas, sendo conhecida pela maioria da população.

  • Apesar do pouco tempo do grupo, eles são considerados um dos maiores ícones da Música Popular Brasileira. Em dois mil e três foi lançado um disco chamado “Assim Assado: Tributo aos Secos & Molhados”, com várias canções que tinham em seu primeiro álbum. Entre os artistas que participaram do disco estavam Pitty, Arnaldo Antunes, Tony Garrido, Nando Reis e vários outros.
  • Ao todo a “marca” Secos & Molhados lançou 8 discos, sendo eles: “Secos & Molhados” (1973); “Secos & Molhados II” (1974); “Secos & Molhados III” (1978); “Secos & Molhados IV” (1980); “A Volta do Gato Preto” (1998); -“Teatro?” (1999); “Memória Velha” (2000) e “Chato-boy” (2011). Porém, a maioria dos sucessos, e o que tornou a banda um ícone da música brasileira, estão todos no primeiro álbum.
  • Do grupo da formação clássica, Ney Matogrosso foi o que teve mais sucesso em sua carreira solo.
  • Secos & Molhados estão entre os poucos grupos brasileiros que mudaram o cenário musical, na época em que tocavam, começava no Brasil a era do rock brasileiro. O primeiro álbum do grupo incorpora tanto o MPB como rock progressivo e glam rock.
  • Em dois mil e cinco, o primeiro álbum da banda esteve na lista dos “100 maiores discos da música brasileira”, configurada pela Rolling Stone Brasil, ficando com a quinta posição.
  • O grupo também ficou com a nonagésima sétima posição da lista “Los 250: Essential Albums of All Time Latin Alternative – Rock Iberoamericano“
  • A média de venda na década em que o grupo lançou o seu primeiro disco era de cinquenta mil unidades, ou seja, com cinquenta mil unidades já se considerava um disco bem sucedido, eles venderam trezentos mil nos primeiros meses, e chegaram a um milhão em pouco tempo.

    Violão e Guitarra - Secos e Molhados

    Violão e Guitarra – Secos e Molhados

  • A capa do primeiro disco é feita com a cabeça de cada um dos integrantes em meio a produtos que podem ser encontrados em um armazém, fazendo uma referência direta a origem do nome do grupo.
  • Marcelo Frias integrou a formação clássica da banda por um tempo, porém ele quis sair do grupo anres do lançamento do disco, pois discordava com o restante em relação a roupa e maquiagem.
  • A ideia de maquiagem veio de Ney Matogrosso, ele desejava transmitir ao publico algo como uma incógnita ao seu imaginário. Então eles se inspiraram em Carmem Miranda, na cultura indígena, no bailarino soviético Rudolf Nureyev e também no teatro kabuki.
  • As letras do grupo são certamente inspiradoras, e passam uma bela mensagem. A maioria dela são inspiradas em poesias de grandes escritores brasileiros, como por exemplo Manuel Bandeira, Julio Cortázar, Cassiano Ricardo, Oswald de Andrade, Vinicius de Moraes e Fernando Pessoa.

    Fernando Pessoa

    Fernando Pessoa

  • Há uma “lenda” que diz que o Kiss, banda famosa de rock americano, copiou a forma de se maquiar do Secos & Molhados. A origem dessa lenda está em uma declaração que o próprio Ney Matogrosso fez. Como o disco e o sucesso da banda brasileira veio antes, fica claro que não foram eles que copiaram o Kiss. Porém, segundo Ney Matogrosso, em uma turnê que o grupo fez pelo México, um empresário gostou da imagem deles, e os convidou para seguir a carreira nos Estados Unidos, a banda recusou e um tempo depois o Kiss lançou seu primeiro álbum.
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Curiosidades

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