Conheça a Vida de Emily Dickinson

Emily Dickinson é considerada uma das maiores escritoras da América, também é conhecida por sua vida de reclusão social auto-imposta. Vivendo uma vida de simplicidade e reclusão, ela escrevia poesia de grande qualidade, questionando a natureza da imortalidade e da morte, às vezes com uma qualidade quase mântrica.

Seu estilo de vida diferente criou uma aura frequentemente romantizada e, por muitas vezes, uma fonte de interesse e especulação. No entanto, Emily Dickinson é lembrada por sua poesia singular. Dentro de frases curtas, compactas, ela expressou ideias de longo alcance, e a incerteza contida nas linhas da sua poesia tem uma inegável capacidade de provocar a curiosidade do leitor.

Início da Vida

Emily Dickinson nasceu em 10 de dezembro de 1830, na cidade de Amherst, Massachusetts. A sua cidade natal fica a 50 quilômetros de Boston, e ficou conhecida como um centro de educação, baseada em torno do Amherst College. Sua família era um dos pilares da comunidade local; sua casa foi muitas vezes utilizada como ponto de encontro para visitantes ilustres.

Quando criança, Emily provou ser uma aluna brilhante e consciente. Era dona de uma inteligência afiada e foi capaz de criar muitas histórias e rimas, encantando seus colegas de classe. O pai de Emily era um homem rigoroso, com vontade de criar seus filhos da maneira correta.

Emily não poderia definir melhor a personalidade de seu pai quando disse: “Seu coração era puro e terrível”. Seu rigor pode ser demonstrado através da censura a alguns materiais de leitura; Walt Whitman, por exemplo, foi considerado “muito inadequado”, e as novelas tiveram de ser escondidas por Emily para ser lidas dentro da casa. No entanto, apesar das tentativas de Emily de agradar e ser bem vista, ela também estava bastante disposta a recusar a ortodoxia que prevalecia sobre determinadas questões.

Influência Religiosa

Uma questão crucial na época era a questão da religião, que para Emily era uma “questão muito importante”. Os antecedentes de Emily Dickinson remontam aos primeiros colonos puritanos, que deixaram Lincolnshire no final do século 17. Os antecedentes da garota haviam deixado a Inglaterra para que pudessem praticar a liberdade religiosa na América.

No século XIX, a religião ainda era o assunto dominante do dia. A costa leste, em particular, viu um ressurgimento do calvinismo estrito, em parte em resposta ao Unitarismo mais inclusivo.

Crença Religiosa

A abordagem da religião calvinista acreditava que os homens eram inerentemente pecaminosos e que a maioria dos seres humanos estava condenada ao inferno. Houve apenas um pequeno número de pessoas que seriam salvas, e isso só poderia ser alcançado pela pessoa que proclamasse a sua fé em Jesus Cristo, como o verdadeiro Salvador.

Isso não foi um movimento sutil, mas um esforço concentrado para incentivar as pessoas a declarar-se salvas. Na escola e na faculdade não teria sido feita muito dessa pressão para colocar Emily no grupo dos “salvos”, fato que isso ela nunca fez. Seu pai não estava muito preocupado com as opiniões religiosas de seus filhos, ainda que mais tarde ele também tenha aderido essa crença.

Apesar de se manter fiel às suas próprias convicções, Emily ficou com um sentimento de exclusão da religião, e estes sentimentos se mostram muito em sua poesia. Há frequentes referências ao “ser excluído do céu”. No entanto, apesar dessa rejeição à religião ortodoxa, há muito em sua poesia que revela um temperamento profundamente religioso.

A Reclusão

Emily era uma estudante brilhante. No Seminário Feminino, em South Hadley, ela foi capaz de estudar uma gama de assuntos do latim até o Inglês. No entanto, seus estudos foram muitas vezes interrompidos por problemas de saúde. Depois de uma tosse persistente, seu pai decidiu tirá-la do colégio e trazê-la de volta para casa. Assim, ela saiu sem quaisquer qualificações formais, mas pelo menos foi capaz de ampliar sua educação e o vocabulário.

A reclusão de Emily Dickinson da sociedade dá uma impressão de uma vida de austeridade e simplicidade. No entanto, Emily era uma artista viva e gostava de música. Em seus anos de faculdade, ela gostava de cantar, fazendo referência às semelhanças entre a poesia e o canto. Ela também tinha um olho afiado para a arte, o sentido visual e sua apreciação das cores brilhantes são evidentes em muitos dos seus poemas.

A Literatura

A poesia de Emerson foi apresentada a Emily por um dos amigos de seu irmão, Benjamin Newton. Newton era um jovem estudante de direito, que era bem versado na literatura contemporânea. Ele foi uma das primeiras pessoas a reconhecer as capacidades poéticas de Emily, tanto que a encorajou a escrever poesia.

As obras de outros poetas, em particular Emerson, foram importantes para Emily Dickinson na abertura de ideias espirituais, além do calvinismo. Emily tinha visões inovadoras e crenças pouco ortodoxas, mas muitas vezes ela duvidava de suas próprias convicções, por isso as influências de Emerson e outros poetas foram de grande importância.

Emily foi rápida e inteligente, tinha um bom senso de humor, mas foi muitas vezes pouco à vontade na companhia de outras pessoas. Ela deu a impressão de ser um pouco agitada e intensa. Um amigo de Emily e crítico literário, Thomas Wentworth Higginson, diria mais tarde quão tenso foi o encontro com ela.

A Vida Amorosa

Muitos de seus poemas têm referência a um amante invisível – um objeto de devoção. Os biógrafos especularam sobre quem é. Há fortes evidências de que, no final de sua vida, ela tinha algum tipo de relação emocional com o juiz Otis Senior (muitos anos mais velho que ela e altamente respeitado dentro da comunidade). No entanto, a poesia de Emily Dickinson foi muitas vezes deliberadamente vaga. O objeto de sua devoção pode não ter sido nenhuma pessoa em particular, mas algum aspecto desconhecido.

O Fim

Emily Dickinson morreu com 55 anos, acometida pela doença de Bright, que é causada pela degeneração dos rins. Um médico sugeriu que o acúmulo de estresse ao longo da vida de Emily contribuiu para a sua morte prematura.

Apesar da reclusão e da saúde frágil de Emily, a poesia dela revela que a escritora teve momentos de experiência e de grande alegria. Através da natureza e da vida, ela foi capaz de vislumbrar uma dimensão mística além das distrações mundanas, embora seja também claro que esta não tenha sido uma sensação permanente.

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Categoria(s) do artigo:
Curiosidades

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