Protestantismo: Definição e História

Muito se escuta falar de protestante e a primeira coisa que nós pensamos  como definição é que se trata de uma pessoa que pratica uma determinada religião, mas tem muito mais a ser dito sobre a origem dessa palavra.

A origem da palavra protestante é de 3 línguas: “protestant” do alemão e do francês e do latim “protestari”. Neste caso, significa uma “declaração pública de protesto” fazendo referência a carta de protesto feita pelos príncipes luteranos contra a Dieta de Speyer (1529). Inicialmente esse termo não servia para designar os chamados reformadores da igreja, somente depois que surgiram os protestos contra a religião católica que foi associado a eles. Porém, o seu uso não foi nunca restrito a uma única designação, serviu também para definir cristãos da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa  e até mesmo da Igreja Anglicana.

O Protestantismo junto com a Igreja Romana e a Igreja Ortodoxa faz parte do cristianismo. Se trata de um movimento religioso que teve início no século XV na Europa Central. Ele surgiu como uma forma de mostrar a insatisfação com as doutrinas existentes e praticadas na época do catolicismo romano medieval.

Quem pratica o protestantismo é conhecido como protestante ou evangélico. No Brasil, mais especificamente, o termo protestante é usado para as pessoas que fazem parte das seguintes igrejas: Presbiteriana, Anglicana, Batista e Luterana, todas oriundas da chamada Reforma Protestante. Enquanto a definição evangélica é aplicada para os neopentecostais e pentecostais.

A Bíblia para os protestantes é a “única regra em matéria de fé e ordem”, também chamada de “Sola scriptura”.  As graças são alcançadas pelos fieis que tem fé, oque é chamado de “Sola fide”.

As primeiras igrejas protestantes do século XVI foram fundadas por seguidores de Martinho Lutero na Escandinávia e Alemanha. As chamadas presbiterianas ou igrejas reformadas foram inauguradas por João Calvino na Suíça e na França e a Igreja da Inglaterra foi reformada por Thomas Cranmer e em seguida por John Knox, que fundou a “comunhão calvinista” na Igreja da Escócia.

Quem eram os reformadores da Igreja?

Os chamados reformadores, como Calvino eram pessoas de grande capacidade intelectual, conhecedores de uma grande cultura humanista e também teológica. Calvino, por exemplo, foi aluno da Sorbonne na França e era filho de um bispo. Já Lutero além de professor universitário da Bíblia foi um monge. Outro grande reformador com a característica intelectual de grande importância foi Zuínglio, foi humanista e sacerdote.

Podemos citar ainda outros nomes de grandes reformadores: Johannes Oekolampad, da Suíça e Erasmo de Roterdão, com uma característica mais urbana e com grande conhecimento do humanismo.

A Inglaterra na época da “implantação” do protestantismo não se deixou levar pela influência do movimento logo no início. Até porque mantinha laços estreitos com a Igreja de Roma, uma vez que essa aproximação foi rompida, foram dados os primeiros passos, fazendo com que nos tempos atuais, a grande maioria das Igrejas da Comunhão Anglicana sejam consideradas Reformadas.

Conheça Outros Detalhes Sobre o Protestantismo

O protestantismo apresenta grande diversidade, mas ao mesmo tempo, uma série de elementos em comum. Por exemplo, em relação a bíblia, que é considerada a fonte oficial e única da doutrina e a sua interpretação deve ser feita observando as regras linguísticas e também os fatos históricos, encaixando-os no contexto da história.

Outro elemento em comum e a salvação, que é descrita como um presente de Deus, que para ser alcançado é preciso ter fé e ser uma pessoa voltada para o bem. Depois da salvação podemos destacar o culto, como ponto de consenso, ele é sempre simples e baseado nas Escrituras Sagradas.

Falando em propagação do protestantismo, podemos falar do ensino religioso, que dentro do Luteranismo é feito usando Catecismo Maior e Menor de Lutero. Uma diferença, porque nas Igrejas Reformadas como aquela presbiteriana são usados: o catecismo de Heidelberg e o Catecismo Maior e Menor de Westminster.

Se queremos comparar o protestantismo com o catolicismo, pelo aspecto de diferenças, podemos dizer que são rejeitados: purgatório, supremacia papal, adoração dos santos, orações pelos mortos, Assunção de Maria e a sua virgindade perpétua, intercessão dos santos, cultuar imagens, etc.

De acordo com a doutrina protestante, a salvação se consegue pela graça e a obediência da palavra de Deus é o mais importante.

A História do Surgimento do Movimento Protestante

Quando surgiu o protestantismo o primeiro lugar que ele começou a se espalhar foi nas zonas urbanas e entre os nobres. Uma das coisas que facilitou que o pensamento dessa doutrina se espalhasse foi a invenção da imprensa. Através dela é que se divulgavam a tradução da Bíblia. Enquanto isso, na mesma época, a Igreja Católica, através dos seus bispos de Roma limitava a divulgação do conteúdo das escrituras e a tradução da Bíblia era proibida.

A “Reforma”, o movimento protestante, foi bem recebido em algumas áreas da Europa mais facilmente do que em outras. No norte da Alemanha por exemplo e na Península Escandinava predominou a Reforma Luterana. Enquanto na Escócia, nasceu a Igreja Presbiteriana.  Elas também se espalharam nos Países Baixos, na parte oriente da Hungria e na Suíça. A expansão do protestantismo continuou nos séculos XIX e XX, em grande parte no Império Britânico. Se calcula que atualmente exista no mundo mais de 600 milhões de pessoas que dizem que pertencem a protestantismo.


Lembrando que ao longo da história, o movimento protestante gerou três formas: a Luterana, a Anglicana e a Reformada (calvinista). Todas elas, independente da forma estão ligadas ou a Federação Luterana Mundial ou a Aliança Mundial de Igrejas Reformadas. No século XIX também surgiu o Conselho Mundial de Igrejas.

Um outro ramo do protestantismo que podemos nominar é a Reforma Radical, que segundo alguns historiadores seria dividida em: anabatistas, racionalistas e espiritualistas. Esse primeiro teria dado origem as igrejas que conhecemos hoje com denominação de Igrejas Batistas e elas teriam abolido o batismo infantil. Um outro ponto importante a ser observado nessa que para alguns autores é a Reforma Radical é a separação do estado da igreja. Além disso, passa-se a defender a liberdade de que cada pessoa deveria ter o direito de escolher a própria religião.

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Categoria(s) do artigo:
Religião

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