Zé Ramalho

O cantor e compositor Zé Ramalho é um popular e renomado artista da música brasileira. No entanto, antes de estourar nas paradas de sucesso no final da década de 70 com sucessos que permanecem até hoje na ponta da língua dos fãs, Zé Ramalho trilhou um longo caminho de cerca de uma década no anonimato. O cantor vivia mergulhado no universo de músicas do rock, como os sucessos dos Beatles e também de bandas nacionais da Jovem Guarda.

Zé Ramalho completou 40 anos de carreira e em comemoração lançou em 2008 um CD duplo pelo selo Discobertas. O disco foi produzido por Marcelo Froés e traz gravações inéditas de músicas extraídas pelo próprio Ramalho de fitas cassetes que registravam shows feitos na Paraíba durante os anos de 1973 até 1976. O álbum também traz algumas músicas conhecidas pelo grande público, se tornando uma obra indispensável para os fãs deste incrível cantor brasileiro.

Conhecendo Mais Sobre Zé Ramalho

Nascido em Brejo do Cruz, Paraíba, no dia 03 de outubro de 1949, José Ramalho Neto – que ficou conhecido apenas como Zé Ramalho – é primo da cantora Elba Ramalho. Além de cantor, Zé, é um compositor renomado aparecendo nas listas de principais artistas do país. O pai de Zé Ramalho, Antônio de Pádua Pordeus Ramalho, era seresteiro, mas não conviveu muito com o filho haja vista que se afogou tragicamente numa represa do sertão quando ele tinha apenas dois anos de idade. Estelita Torres Ramalho, mãe do cantor, era professora do ensino fundamental.

A criação de Zé ficou por conta de seu avô, essa relação ganhou uma homenagem em forma de música, a canção “Avôhai”. Boa parte da infância do cantor se deu em Campina Grande, contudo, a família se mudou para João Pessoa e havia a expectativa de que o jovem Zé Ramalho estudasse medicina. No entanto, a música começou a despertar a paixão do artista, ele logo começou a participar apresentações de Jovem Guarda. Nessa época era bastante influenciado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e bandas internacionais como Rolling Stones e Pink Floyd.

Década de 1970: Primeiros Trabalhos

A carreira musical de Zé Ramalho teve início na década de 1970 com destaque para a sua participação na trilha sonora do filme Nordeste: Cordel, Repente e Canção, de Tânia Quaresma no ano de 1974, mesmo ano em que seu primeiro filho com Ízis, Christian, nasceu. Nesse período a música de Ramalho se destacava por promover uma mistura inusitada de rock com forró. No ano de 1975 lançou seu primeiro disco em parceria com Lula Côrtes, “Paêbirú”, que atualmente é considerado um material raro e de grande valor, foram feitas poucas cópias.

Já em 1976 ele se mudou para a cidade do Rio de Janeiro e no ano seguinte, 1977, lançava seu primeiro álbum solo que recebeu o nome de “Zé Ramalho”. Em 1978 o cantor foi pai pela segunda vez, Antônio nasceu. O terceiro filho, João, nasceu em 1979 sendo fruto da sua relação com a cantora Amelinha, também nesse ano foi lançado o segundo álbum solo com o imponente título “A Peleja do Diabo com o Dono do Céu”.

Zé Ramalho nos Anos 70

Zé Ramalho nos Anos 70

Década de 1980: Produção

Foi em 1980 que Zé Ramalho decidiu se mudar para Fortaleza, Ceará, e escreveu seu primeiro livro intitulado “Carne de Pescoço”. No ano seguinte, 1981, veio o lançamento do seu terceiro álbum, “A Terceira Lâmina”, ainda nesse ano Zé teve sua primeira filha, Maria. O quarto álbum chegou em 1982 sob o nome de “Força Verde” e já em 1983 lançou “Orquídea Negra”, logo após o lançamento terminou seu relacionamento com Amelinha Collares.

A canção “Força Verde” ficou marcada devido a uma acusação de plágio feita pela Revista Veja de 21 de julho de 1982. A editoria da revista acusava Zé de ter copiado um texto de William Butler Yeats que havia sido utilizado pelo roteirista Roy Thomas numa história em quadrinhos do Hulk. O ano de 1984 já começou com Zé casado com Roberta Ramalho, sua esposa até os dias de hoje. Foi também o ano em que ele lançou o álbum gravar “Pra Não Dizer que Não Falei de Rock” (chamado também de “Por Aquelas que Foram Bem Amadas”).

Zé Ramalho nos Anos 80

Zé Ramalho nos Anos 80

A Queda de Popularidade de Zé Ramalho

Na segunda metade da década de 1980 a carreira de Zé Ramalho passou por uma fase de queda de popularidade em especial pelo uso de experimentalismo em suas canções. Os álbuns lançados “De Gosto de Água e de Amigos” em 1985, “Opus Visionário” em 1986 e “Décimas de um Cantador” em 1987 não tiveram a mesma adesão que os anteriores. Mesmo com essa queda, Zé, se apresentou nos anos de 1990 e 1991 nos Estados Unidos para um público de brasileiros.

A década de 1990 começou com a triste notícia do falecimento de sua única irmã, Goretti em 1991, contudo, ele decidiu persistir na carreira musical lançando o seu décimo álbum intitulado “Brasil Nordeste” que contava com a canção “Entre a Serpente e a Estrela” que entrou para a trilha sonora da novela “Pedra Sobre Pedra”. Como o artista retomou as suas raízes tipicamente nordestinas voltou a cair nas graças do público brasileiro.

O ano de 1992 ficou marcado pelo nascimento de José, o quinto filho de Zé e o primeiro com Roberta. A segunda filha, Linda, veio ao mundo em 1995. Em 1996 Zé gravou um álbum chamado “O Grande Encontro” com sua prima Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Alceu Valença. Também em 1996 foi a vez do lançamento do álbum chamado “Cidades e Lendas”. Em 1997 houve uma regravação do álbum “O Grande Encontro” dessa vez em estúdio e sem Alceu Valença.

20 Anos de Carreira de Zé Ramalho

Para comemorar as suas décadas de carreira, Zé, lançou o álbum “Antologia Acústica”. Por sua vez a Sony Music lançou um box contendo três discos sendo que um deles se destacava por ser de raridades, havia outro de grandes sucessos e outro de duetos. Também chegou ao mercado um livro biográfico do cantor sob o título “Zé Ramalho – Um Visionário do Século XX”.

Antes da virada do século, Zé Ramalho, ainda viu a sua música “Admirável Gado Novo” (que tinha sido lançada no álbum “A Peleja do Diabo com o Dono do Céu”) se tornar um enorme sucesso por ter sido a canção da trilha sonora do personagem “Regino” de “O Rei do Gado”. O personagem vivido pelo ator Jackson Antunes era um líder do Movimento Sem Terra. Nesse mesmo período ele lançou o trabalho “Eu Sou Todos Nós” e depois “Nação Nordestina”.

Zé Ramalho no Novo Século

O novo século começou com o lançamento do álbum “Zé Ramalho Canta Raul Seixas” em que regravou canções do artista baiano. Outra passagem marcante foi sua apresentação no Rock in Rio em que dividiu o palco com sua prima, Elba Ramalho. No ano de 2002 foi lançado um CD “Perfil” de Zé, no mesmo ano chegou as lojas é décimo sétimo álbum do cantor com o título de “O Gosto da Criação”.

Show Zé Ramalho

Show Zé Ramalho

Na sequência, em 2003, lançou o trabalho “Estação Brasil” em que fez diversas regravações além de participar da canção “Sinônimos” do álbum “Aqui o Sistema é Bruto” da dupla Chitãozinho e Xororó. Foi em 2005 que Zé gravou o seu primeiro álbum solo ao vivo que recebeu o título de “Zé Ramalho ao Vivo”. Dois anos depois, em 2007, ele lançou o álbum “Parceria dos Viajantes” que recebeu indicação para o Grammy Latino.

Mais Novidades de Zé Ramalho

No ano de 2008 um álbum com verdadeiras raridades foi lançado pela Discobertas sob o nome de “Zé Ramalho da Paraíba”. Outro lançamento bem interessante foi o álbum “Zé Ramalho Canta Bob Dylan – Tá Tudo Mudando”. Ainda nessa linha de covers o artista lançou “Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga” em 2009 e em 2010 “Zé Ramalho Canta Jackson do Pandeiro”. Em 2011 surpreendeu o público com o álbum “Zé Ramalho Canta Beatles”.

No ano de 2012 lançou o primeiro álbum de músicas inéditas num período de cinco anos, “Sinais dos Tempos” chegou ao mercado através da sua gravadora própria, Avôhai Music. Mais uma surpresa de Zé Ramalho foi a divisão do palco com a banda de metal “Sepultura” no Rock in Rio, o show foi chamado de “Zepultura”. A parceria já havia sido realizada em “A Dança das Borboletas” que fez parte da trilha sonora do longa “Lisbela e o Prisioneiro” de 2003. Em 2014 Zé lançou o álbum “Fagner & Zé Ramalho Ao Vivo” em parceria com Fagner.

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