Fernando Pessoa

Quando se fala sobre poesia é quase impossível não pensar no nome do português Fernando Pessoa. Nascido no dia 30 de novembro de 1935 na cidade de Lisboa, Portugal, esse é um dos maiores poetas da história. Além de se aventurar com as palavras, Pessoa, também foi inventor, publicitário, dramaturgo, ensaísta entre outras funções.

Como recebeu parte de sua educação numa escola católica irlandesa, situada na África do Sul, Pessoa sempre teve grande intimidade com a língua inglesa. Inclusive os seus primeiros poemas foram redigidos em inglês, é considerado não só um nome de peso na poesia da língua portuguesa como também da língua inglesa. Atuou com grande reconhecimento também como tradutor de obras de William Shakespeare e Edgar Allan Poe do inglês para o português.

Biografia de Fernando Pessoa

Durante sua vida, de 1888 a 1935, Fernando Pessoa se mostrou um poeta versátil e voltado para temas nacionalistas portugueses. Trata-se de figura de grande importância no modernismo português com destaque para seu enfoque no lirismo tipicamente português. Na sua poesia é possível identificar um pouco do seu eu mais profundo assim como as suas inquietações.

Mudança para Durban – África do Sul

Com apenas 5 anos de idade Fernando Pessoa perdeu seu pai, algum tempo depois sua mãe se casou novamente com o militar João Miguel Rosa. O padrasto de Pessoa foi nomeado cônsul de Portugal em Durban, África do Sul, mudando-se com a família. A educação do pequeno Fernando ficou por conta de uma escola católica irlandesa de maneira que aprendeu muito bem o inglês.

O ano de 1901 marcou o início da escrita de poemas, sendo que nessa época os poemas eram redigidos em inglês. No ano seguinte, 1902, a família voltou a Lisboa. Fernando mudou-se novamente para a África do Sul em 1903 para iniciar estudos na Universidade de Capetown (Cabo da Boa Esperança). Foi em 1905 que Pessoa regressou a sua terra natal matriculando-se na Faculdade de Letras de Lisboa para cursar filosofia.

Revista Orpheu

Uma das passagens mais relevantes da juventude de Fernando Pessoa é a da fundação da revista revolucionária ‘Orpheu’. Junto com jovens de alma revolucionária como os portugueses Almada-Negreiros, Raul Leal, Luís de Montalvor e Mário de Sá-Carneiro além do brasileiro Ronald de Carvalho o poeta questionou a política e a sociedade.

Durante o curto tempo de circulação da Orpheu o heterônimo ‘Álvaro de Campos’ recebeu grande destaque com poemas chocantes para a época como ‘Opiário’ e ‘Ode Triunfal’. Para se ter uma ideia nessa época os integrantes do movimento que ficou conhecido como de ‘orfistas’ eram apontados nas ruas recebendo uma série de insultos.

Do Inglês para o Português

No período entre 1902 e 1908 Fernando Pessoa escreveu somente na língua inglesa, poesias e prosas. Quando completou 20 anos de idade despertou sua sensibilidade para escrever também na sua língua materna, o português. Um dos principais registros de seu trabalho em português está na revista ‘Presença’ de 1927 que tinha como foco a literatura e o reforço da importância da liberdade de expressão do Movimento Modernista.

Mensagem

Quem conhece a dimensão do nome de Fernando Pessoa pode achar estranho, mas o autor publicou somente um livro em vida, o título ‘Mensagem’. O poeta inscreveu esse trabalho no prêmio de poesia do Secretariado Nacional de Informações de Lisboa no ano de 1934 quando recebeu o segundo lugar. A obra foi concebida como uma versão replicada de ‘Os Lusíadas’, mas com uma visão nacionalista de caráter místico.

Algo interessante no livro ‘Mensagem’ é que Pessoa prega em sua poesia o retorno do rei D. Sebastião que foi morto na África em 1578, como se essa volta fosse a única maneira de fazer Portugal retomar o seu lugar de destaque e o Quinto Império.

Heterônimos de Fernando Pessoa

O traço mais marcante do trabalho do poeta Fernando Pessoa é o da existência de heterônimos. Deve ficar claro que não se de pseudônimos e sim de outras personalidades que possuem uma biografia e uma forma muito própria de desenvolver seu trabalho. Cada um dos heterônimos representava algo que angustiava a personalidade central de Fernando Pessoa.

Conheça os Principais Heterônimos de Fernando Pessoa

Ricardo Reis

O mais aristocrático dos heterônimos de Pessoa, Ricardo Reis nasceu no dia 16 de abril de 1887. Estudou numa escola de base jesuíta e se estudou medicina, estando inconformado com a proclamação da república portuguesa buscou exílio no Brasil. Suas principais marcas enquanto poeta são o gosto pela cultura clássica e o estudo de línguas clássicas como grego e latim.

Alberto Caeiro

Nascido no dia 16 de abril de 1889, Caeiro, não teve muita sorte na vida ficando órfão de pai e mãe logo cedo. Vivendo toda sua vida no campo junto a uma tia esse poeta recebeu apenas a instrução primária. A característica mais marcante de sua obra é a objetividade, as coisas são como são sem que haja espaço para meditar a respeito delas. Um dos poemas mais famosos atribuídos a esse heterônimo é ‘O Guardador de Rebanhos’. Alberto faleceu em 1915 devido a Tuberculose.

Álvaro de Campos

A biografia desse heterônimo é bastante curiosa, Álvaro de Campos, nasceu em 15 de outubro de 1890 em Tavira, no extremo sul de Portugal. Durante sua juventude estudou Engenharia Naval na Escócia, mas sentia-se revoltado e inconformado com a vida presa num escritório. Esse lado revoltado foi o que deu grande força a poesia de Álvaro de Campos. Tendo uma personalidade revoltada e agressiva o heterônimo é autor de poemas como ‘Ode Marítima’, ‘Ode Triunfal’ e ‘Tabacaria’.

Bernardo Soares

Para Pessoa, Bernardo, era um semi-heterônimo, pois não possuía personalidade própria. A principal obra atribuída ao guardador de livros é ‘Livro do Desassossego’. Tal obra é tida como uma das bases da fundação da ficção portuguesa do século XX. Especialistas apontam que provavelmente Soares tinha a personalidade mais próxima a Pessoa uma vez que não podia ser um heterônimo completo.

Fernando Pessoa Político

O ano de 1935, o último ano de vida de Pessoa, foi marcado por uma intensa produção de cunho político em defesa da liberdade e contra o regime totalitário de Salazar. Pessoa trabalhou com afinco na produção da escritos políticos sendo em boa parte contra Salazar. Também se mostrou contrário ao fascismo instaurado na Itália escrevendo sobre a invasão da Abissinia pelos fascistas.

Pessoa ainda redigiu escritos a favor da Maçonaria como ‘Associações Secretas’ e poemas de cunho satírico contra o Estado Novo. O poeta ainda identificava com apreensão a interferência crescente na Igreja Católica na política portuguesa. Para Fernando Pessoa a defesa da liberdade e da dignidade humana era o principal material para seus escritos.

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