O Pré-Julgamento e a Possibilidade de Injustiça

Mesmo a pessoa que tenta o ser o mais justa quanto possível pode ter problemas com o pré-julgamento. O ser humano embora seja falho e tenha conhecimento disso está constantemente julgando o semelhante. Esse pré-julgamento que acontece sem que sejam levadas em consideração provas palpáveis pode levar a possibilidade de injustiça. Quando não se tem pleno conhecimento a respeito da questão que se está “julgando” existe a possibilidade de condenar uma pessoa que na verdade é honesta.

A melhor maneira de evitar cometer esse tipo de injustiça é se esforçar para segurar o ímpeto de pré-julgar os demais. Pode ser bem difícil manter esse espírito julgador sob o devido controle em nosso dia a dia. Contudo, quanto mais conseguimos controlar o desejo de saber mais sobre que os outros e estar acima do bem e do mal mais temos a chance de ter um comportamento justo. Confira a seguir um pequeno conto que trata exatamente da questão do pré-julgamento e a possibilidade de injustiça.

História

Lendo sobre um case empresarial, me interessei pela seguinte história:

“ … e na hora do almoço, quando José foi escovar os dentes, percebeu um barulho de metal estalando, se dirigiu até a cozinha ao lado do sanitário e percebeu que havia uma vasilha sem água no fogo.

Pensando no risco de se deixar uma vasilha com água a ferver, se ausentar do ambiente e a possibilidade de incêndio e/ou explosão, José, após desligar o fogo, teve um ímpeto de recolher todas as vasilhas de alumínio da cozinha, mas reconsiderou, andou pelo corredor e no saguão de entrada daquela área, viu um dos funcionários que fazem o café a dormir confortavelmente no sofá.

Sua vontade foi de sacudir o camarada e pedir-lhe explicações sobre tamanha irresponsabilidade, mas se conteve. Foi até sua sala, se acalmou voltou à cozinha e deixou na cozinha um bilhete, pedindo para que a pessoa responsável por aquele ato o procurasse.

A Surpresa

Findo o horário de almoço, todos em suas atividades e a pessoa que havia esquecido o fogo ligado o procurou e para seu espanto, não era o funcionário que dormia no sofá, mas sim uma pessoa que José nunca imaginaria que esqueceria a água no fogo.

As Explicações

Explicações pra cá, sugestões de melhoria pra lá e José sugeriu àquela pessoa que uma reunião deveria ser proposta aos usuários do fogão, para reafirmação dos riscos e perigos por um simples esquecimento.

A Lição

Lembra-se do ímpeto do José em sacudir o rapaz que dormia e dar-lhe um “ralo” pelo esquecimento? Pois é, ficaria com cara de bobo e justo seria uns bons pedidos de desculpas ao moço que dormia inocente em relação ao acontecido.”

No Passado

José se lembrou de uma cena antiga de sua vida, onde sua filhinha foi por ele acusada de ter soltado da coleira o cachorro do irmãozinho dela. O bicho era meio peralta e fazia peripécias na rua, no quintal do vizinho e até dormiu na cama de uma casa que estava com a janela aberta.

Naquela época, a menina disse não ter soltado o bicho e chorou tristemente de ser acusada sem dever. No ímpeto de capturar o cão, José só se desculpou com a menina posteriormente. A situação ficou esclarecida: ela entendeu que o pai errou em acusá-la e ele ficou ciente da inocência da garota.

O Insight

José associou a cena do passado à atual e ficou sem sossego até encontrar a filha, hoje uma estudante universitária em final de curso, estagiando em multinacional de nome. À noite quando a encontrou, relembrou o acontecido há vários e pediu desculpas por aquela cena “grotesca” do passado. ”

O Perigo de Julgamento Precoce

Quando inferimos e logo tomamos uma atitude, às vezes podemos errar e “contaminar” uma pessoa por ideia errada de um acontecimento ou conduta. Em qualquer situação, seja familiar, empresarial ou em sociedade a condenação precisa ser sacramentada após muito estudo e análise.

Autor: Dirceu Pereira Mendonça

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Categoria(s) do artigo:
Curiosidades

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