Muitas meninas (para não dizer todas elas), quando crianças, fazem em suas escolas ou em atividades extracurriculares o balé. Algumas delas (para não dizer poucas) levam isso como profissão, outras continuam a sua prática apenas como lazer, mas afinal, o que é e qual a história do balé?
O Que É O Balé?
O balé é uma dança que surgiu nas cortes da Itália renascentista, durante o século XV. Esse estilo de dança se desenvolveu em outros países como na Inglaterra, Rússia e França, neste último onde adotou o nome de balé (que vem da palavra francesa ballet, algo como “bailar”, “dançar”). Àquela época o balé era uma dança de concertos. É uma dança que influencia muitos por onde passa, e possui uma técnica e um vocabulário próprio. É um estilo equilibrado de dança que detém em si as técnicas fundamentais para muitas outras formas de dança.
Como Surgiu e Como Se Desenvolveu O Balé?
Surgiu por volta do século XV, nas cortes italianas, durante o período chamado de Renascimento. O balé surgiu como uma forma de os nobres italianos entreterem seus convidados. O primeiro balé que se tem conhecimento aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque de Milão com Isabel de Árgon.
A sua ascensão se deu nas cortes francesas dois séculos mais tarde, durante o reinado de Luís XIV. Esse fato é muito importante pois foi isso que influenciou diretamente no vocabulário do balé. Depois de 1830, o balé acabou entrando em declínio na França, apesar de grandes reformas de Noverre.
O balé foi para a França quando uma italiana se casou com um rei francês, levando esse costume de entreter os convidados para lá.
Diante desse declínio, o balé continuou crescendo e se aperfeiçoando em países como Inglaterra, Dinamarca, Rússia e na própria Itália.
Um pouco antes da primeira guerra mundial a dança do balé foi reintroduzida à Europa Ocidental por uma empresa russa, o que influenciou todo o mundo. A companhia Ballets Russes de Sergei Diaghilev acabou se tornando destino de muitos bailarinos que fugiam da agitação e da fome que se seguiu à revolução bolchevique. Com a entrada desses novos bailarinos treinados, as coreografias ganharam muitas inovações e principalmente inovações estilísticas, florescidas com os czares.
Durante o século XX o balé continuou a se desenvolver e teve uma forte influência em cima de onde se originou: os concertos. Nos Estados Unidos, o coreógrafo George Balanchine desenvolveu o conhecido balé neoclássico, conhecido até os dias de hoje. Posteriormente foram desenvolvidos outras ramificações do balé como o balé contemporâneo e o balé pós-estrutural, visto até hoje na Alemanha, nos trabalhos de William Forsythe.
O balé surgiu como uma introdução para os concertos. Era uma apresentação de entretenimento para a plateia. As primeiras apresentações se davam com o público sentado em camadas ou galerias, sendo estes espalhados em três lados da pista de dança. No princípio da história do balé as apresentações aconteciam acompanhadas de uma música clássica.
A Técnica do Balé
Muitos dizem que balé é coisa fácil, coisa de criança e que qualquer um pode fazer balé. A arte do balé é muito difícil de ser dominada. Requer muitos ensaios, treinos e prática.
Como já dissemos, o primeiro contato que muitas pessoas tem com o balé é logo no ensino infantil, quando suas escolas o ensinam como recreação ou artes. Depois desse primeiro contato, aqueles que se interessam por essa arte podem estudá-la em escolas particulares e especializadas em balé. Essas escolas estão espalhadas por todo o mundo e cada uma usa sua própria cultura para transmitir essa arte, mas se tratando de balé clássico, acaba sendo a mesma mensagem transmitida.
O balé tem várias técnicas. Temos, por exemplo, a mímica e a atuação. Mesmo essas técnicas são coreografadas para serem realizadas por artistas formados, sempre acompanhadas por arranjos musicais.
A técnica de balé mais conhecida é o balé romântico (também conhecido como ballet Blanc), que valoriza a bailarina em detrimento de qualquer outro elemento, valorizando uma coreografia bem fluída, com movimentos acrobáticos, precisos e com muitas pontas. O figurino do balé romântico é o convencional tutu francês na cor branca.
Mesmo sendo a mais conhecida, a técnica do balé romântico não é a única. Existem ainda o balé clássico, romântico, expressionista, neoclássico e contemporâneos.
Princípios Básicos do Balé
Como já dissemos, o balé é quase que um ensinamento para outras danças. Ele tem técnicas, exige muito ensaio e tem alguns princípios básicos que devem ser seguidos. Esses princípios são: postura ereta, rotação externa das pernas (ou uso do en dehors), movimentos circulares dos membros superiores, verticalidade corporal, disciplina, leveza, harmonia e simetria.
Quando todos esses princípios encontram-se unidos e bem ensaiados, o balé torna-se perfeito.
O Clássico do Balé
Entre todos os estilos de balé, o balé clássico é o mais metódico. É como o próprio nome já diz: é clássico. Essa modalidade também é a que mais adere às técnicas de balé tradicionais, que são baseadas nos ensinamentos de Blasis. Sendo este o mais tradicional, ainda há mais ensinamentos russo, francês, italiano e dinamarquês.
Uma modalidade que vem crescendo mais e mais é o balé contemporâneo, mas ele envolve movimentos mais modernos, até mesmo mistura de ritmos, o que não o encaixa como um clássico. É uma mistura do balé clássico com o balé moderno.
O balé contemporâneo não é considerado clássico por seus movimentos mais amplos, permitindo que a bailarina fique até mais tempo na ponta. O balé clássico tem movimentos mais fixos, certos e que precisam ser treinados.
A Sapatilha de Ponta
As primeiras sapatilhas de balé não tinham ergonomia alguma. Suas pontas eram muito pesadas e não permitiam que a bailarina ficasse na ponta dos pés aparentando leveza ao mesmo tempo. Com o passar do tempo estudiosos de sapatos e sandálias resolveram estudar a ergonomia do pé de uma bailarina e foi desenvolvida uma sapatilha que o pé da bailarina é abrigado por um tipo de caixa, lhe dando um maior suporte para manter o equilíbrio, e propiciando uma leveza na hora da ponta.
Muitos tomaram um susto quando viram que o balé não é uma dança típica da França (como muitos imaginavam), mas se destacou lá. O balé é como um esporte, necessita de treinos, ensaios, memorização e fixação dos movimentos para que a apresentação saia perfeita. O balé clássico é mais delicado, rígido e fluído e não há no mundo até hoje quem não admire uma bela apresentação de balé.