Golpe Militar No Egito em 2013

O Egito fica localizado no norte da África, e tem como capital a Cidade do Cairo. Faz divisa com a Líbia, o Sudão, a Faixa de Gaza e Israel. É banhado pelo mar Mediterrâneo e pelo Mar Vermelho. Considerado um dos países mais populosos da África, a grande maioria da população vive nas margens do rio Nilo, que é a única área não desértica do país. É um país muito conhecido pela sua antiga civilização, por alguns monumentos famosos – como a pirâmide de Gizé e a grande Esfinge – e pela política e cultura, e influente politicamente na África e no Oriente Médio, suas instituições intelectuais e islâmicas estão centralizadas no desenvolvimento social e cultural da região.

Golpe Militar No Egito em 2013

Golpe Militar No Egito em 2013

A economia tem como base a agricultura, exportações de petróleo e turismo. Mais de três milhões de egípcios trabalham no exterior, principalmente na Arábia Saudita, no golfo Pérsico e em vários países da Europa. Desde 1971, o crescimento populacional, a quantidade limitada de terra cultivável e a dependência do rio Nilo, sobrecarregaram os recursos e a economia. Os principais parceiros comerciais do Egito são Estados Unidos, Itália, Reino Unido e a Alemanha. O país possui um mercado de energia desenvolvido que se baseia no carvão, petróleo, gás natural e hidroelétricas.

Política

O Egito tem a mais antiga tradição parlamentar do mundo árabe, a primeira assembleia popular ocorreu em 1866, e é uma república desde 1953. Nos dias atuais, seu parlamento é bicameral (regime de representação em que há duas câmaras legislativas): Assembleia do Povo (câmara baixa, com representantes eleitos para um mandato de 5 anos); Conselho Shura (câmara alta, com representantes eleitos para um mandato de 6 anos). A Assembleia é composta por 454 membros, 444 deles são eleitos a cada cinco anos, e dez são nomeados pelo chefe de Estado. O Conselho é o órgão legislativo formado por 210 membros, dois terços são eleitos e um terço é nomeado pelo chefe de Estado.

Golpe Militar No Egito Em 2013 

O golpe de estado no Egito em 2013, tinha como objetivo principal a destituição do presidente Mohammed Morsi, que em seu primeiro ano como presidente, não correspondeu as expectativas das instituições e desagradou os egípcios, por não conseguir resolver as demandas econômicas e sociais.

Sequência De Fatos

O país se dividiu, a maioria dos opositores eram esquerdistas, liberais e secularistas, e no dia 30 de junho de 2013, o movimento Tamarod organizou uma manifestação onde milhares de pessoas foram às ruas no primeiro aniversário da posse. No dia 1º de julho de 2013, o exército deu um ultimato ao presidente, para que ele atendesse os anseios da população em até 48 horas, caso contrário os militares iriam intervir. Com o ultimato, Mohammed Morsi insistiu que ele era o líder do Egito, e declarou que qualquer iniciativa dos militares transformaria o país num caos. No mesmo dia, alguns manifestantes foram acusados de saquear a sede da Irmandade Muçulmana.

No dia 3 de julho de 2013, o general Abdul Fattah al-Sisi (Ministro da defesa / chefe das forças armadas anti-governamentais do Egito) anunciou a suspensão da constituição, e que Adly Mansour (líder da suprema corte) comandaria o governo interinamente, juntamente com alguns tecnocratas, até a realização de novas eleições presidenciais. Soldados tomaram alguns pontos da capital, enquanto centenas de manifestantes foram às ruas.

No dia 7 de julho de 2013, o embaixador do Egito (em Washington) Mohamed Tawfik fez uma declaração afirmando que a revolta foi 100% popular, e que não houve golpe militar no Egito, e sim uma intervenção para que os conflitos não se agravassem. Muitos acreditam que o temor do diplomata era baseado na possibilidade do Egito perder a ajuda financeira que recebe dos Estados Unidos.

Adly Mansour traçou planos para a transição, inclusive a revisão da Constituição, e novas eleições parlamentares já no início de 2014. O plano foi rejeitado pela Irmandade Muçulmana e criticado pelos partidos de esquerda e liberal. O ministro da defesa pediu a efetivação de medidas para a capacitação e integração dos jovens nas instituições do Estado.

Quem É Mohammed Morst? 

Mohammed Morsi ganhou maior destaque na Irmandade Muçulmana do Egito (movimento islâmico proibido no passado), e alcançou o poder com o apoio do Partido “Liberdade e justiça”. Tornou-se o primeiro presidente eleito de forma democrática no Egito em junho de 2012, a eleição foi considerada livre, justa e honesta, e aconteceu após um período ditatorial liderado por Hosni Mubarak, que foi deposto em fevereiro de 2011, também pressionado por protestos. Desde que foi deposto, Mohammed Morsi está mantido em um local não revelado até então.

Sequência De Conflitos

Os tumultos no país começaram no dia 3 de julho, dia em que Mohammed Morsi foi deposto, partidários realizaram comícios diários onde exigiam o restabelecimento da presidência. A sede da Guarda Presidencial, foi ponto de concentração da maioria dos manifestantes, pois muitos acreditavam que era o onde Mohammed Morsi estava detido. Segundo dados do Ministério da Saúde e População, dezesseis manifestantes foram mortos durante conflitos.

Em 8 de julho de 2013, pelo menos 51 pessoas foram mortas em frente da sede da Guarda Presidencial. No dia 27 de julho de 2013, mais de 70 pessoas foram mortas em confrontos com os militares das forças armadas anti-governamentais, que foi acusado de usar de força desnecessária.

No dia 14 de agosto de 2013, as forças de segurança do Egito removeram dois acampamentos ocupados por apoiadores de Mohammed Morsi, gás lacrimogênio foi usado para dispersar os manifestantes, e escavadeiras foram usadas para a remoção dos acampamentos e barricadas.

O Golpe de Estado ocorrido em 2013 no Egito, destacou a incapacidade do então presidente em responder demandas  políticas e econômicas. Ele havia sido eleito em 2011, para suceder o ditador Hosni Mubarak, que também foi destituído após intensas manifestações que exigiam a liberdade política. A indefinição política e econômica após o golpe, colocou a voz política nas mãos do povo. O Egito necessitava de estratégias de desenvolvimento, e apenas o exército podia garantí-las, pois é a entidade governamental mais poderosa no país, e muitos dizem que funciona como um Estado dentro do Estado.

por Lucila Helena Farias

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Categoria(s) do artigo:
Curiosidades

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