A Origem dos Hashis

Hashis são as varetas (talheres) oriundas da China, e são utilizadas na alimentação dos países do Extremo Oriental: China; Japão; Vietnã e; Coreia. As varetas são feitas com madeira, bambu, marfim, metal e plástico. Tradicionalmente, os hashis são manuseados com a mão direita, e ficam encaixados entre o polegar, anelar, médio e indicador, e servem para manter o sabor original dos alimentos.

O manuseio dos hashis é uma das maiores dificuldades para os amantes das culinárias que utilizam esse tipo de talher, pois é composta por várias regras, uma boa dica é enxergá-los como uma prolongação dos dedos. Há varetinhas apropriadas para cada tipo de comida, tamanho de boca, sexo e idade.

A utilização teve início há mais de 2.500 anos a.C., os primeiros eram usados como suporte para assar carnes, e para comer sushis e sashimis. Na culinária japonesa, o uso do hashi é dispensável para comer onigiri e bolinhos de arroz.

O sushi é um prato da culinária japonesa – de mais de 200 anos e que era vendido em barracas de rua – que é feito tradicionalmente com arroz temperado com vinagre açúcar e sal, e frutos do mar, vegetais, frutas e ovos. Geralmente é servido juntamente com uma pasta de gosto marcante e forte, conhecida como “wasabi”.

Sashimi também é uma iguaria da culinária japonesa, que tem como base frutos do mar frescos fatiados em pequenos pedaços, geralmente é servido juntamente com molho shoyu, pasta de wasabi ou gengibre fresco ralado. Alguns sashimis são feitos com carne vermelha crua, como carne bovina ou de cavalo. É quase sempre o primeiro prato nas refeições formais do Japão. Muitos acreditam que seja o melhor prato da culinária japonesa, e que deve ser saboreado antes dos outros pratos, para que o paladar não seja alterado.

Algumas Recomendações Para Utilizar O Hashi Corretamente: 

  • Nunca espetar os alimentos com os hashis, pois na cultura japonesa, isso é uma tradição realizada em funerais;
  • Nunca cruzar os hashis;
  • Não segurar o hashi muito próximo do alimento;
  • Não transferir a comida de um hashi para o de outra pessoa;
  • Não utilizar para mover um objeto;
  • Segurar o hashi apenas com a mão direita, a esquerda serve para pegar depósitos e tigelas;
  • Quando não estiver utilizando os hashis, eles devem ser postos do lado esquerdo do prato;
  • Não utilizar os hashis para apontar ou demonstrar algo ao redor;
  • Não chupar ou lamber os hashis e;
  • Não curvar o corpo ao levar o alimento até a boca.

Utilização Correta: 

  • Colocar a vareta entre a palma da mão e a base do polegar, o anelar serve como apoio, o polegar pressiona para baixo, e o anelar pressiona para cima;
  • O polegar, o indicador e o dedo do meio devem segurar a vareta como se fosse uma caneta;
  • Conferir se as pontas das varetas estão alinhadas e;
  • Alavancar a vareta superior para baixo, para pegar uma porção de comida.

Tipos de Hashi: 

  • Waribashi: Feito de madeira, descartável e muito usado em restaurantes.
  • Ponta quadrada: Ideal para comer massas, pois evita o deslizamento dos alimentos.
  • Ponta circular e oval: Ideal para comer peixes cozidos, são confortáveis para manusear, mas ao alimentos deslizam mais facilmente.
  • Extremidade quadrada e ângulos redondos (Ponta skid): A comida não desliza mas o toque não é suave.
  • Toribashi: Tem 35 centímetros de comprimento, pois é utilizado para montar pratos com sashimi.
  • Aguebashi: A ponta é de alumínio, e é utilizado para o manuseio de frutas em preparos de pratos.
  • Zaibashi: Especial para montar pratos com sashimi, é feito de inox, e mede aproximadamente 35 centímetros.

Hashi E Empreendedorismo

Um empreendedor coreano enriqueceu exportanto hashis. Jae Lee vive no Estados Unidos desde 1986, e sua fábrica fica localizada no estado da Geórgia. A empresa “Georgia Chopsticks” foi fundada em 2010, em sociedade com o americano David Hughes, e fabrica 4 milhões de pares de hashi, e todos são destinados à exportação.

Como a população urbana está cada vez maior, o consumo de hashis descartáveis também, enquanto na China falta a matéria-prima, na região da Geórgia há madeira sobrando. As principais árvores de áreas de reflorestamento na região (álamo e o liquidâmbar) possuem consistência e densidade ideal para a fabricação.

Lee trabalhava numa empresa especializada em exportações e importações, e notou que havia uma grande oportunidade que pouca gente enxergava. Pelo menos 50 bilhões de hashis são consumidos anualmente na China (três pares mensais por pessoa). A empresa reaproveita serragem e pedaços já cortados de madeira que seriam descartados posteriormente. 

A Extinção Do Hashi

O uso do hashi na alimentação oriental está com os dias contados, muitas pessoas não se dão conta, mas esse hábito super tradicionalista causa uma enorme devastação ambiental (desmatamento). Na China, mais de 80 bilhões de pares de hashis são descartados todos os anos, ou seja, mais 20 milhões de árvores são perdidas anualmente.

A quantidade de madeira na China é escassa, em 1997 o governo proibiu o corte doméstico de árvores para proteger as florestas do país, ameaçadas de destruição. Eles passaram então a comprar madeira russa.

Grupos industriais e florestais estão conscientes que precisam modificar/adaptar seus costumes. O governo chinês, por meio de políticas públicas, já começou a limitar a fabricação dos hashis descartáveis. Desde 2009, o país tenta aumentar a cobertura florestal, a meta é de 40 milhões de hectares até o 2020. 

Para O Greenpeace, O Hashi Já Se Tornou Um dos Vilões da Natureza. Confira Alguns Dados Presentes em Pesquisas da Organização: 

  • O consumo anual de madeira para a fabricação dos hashis é de 1.6 milhões de metros cúbicos;
  • Mais de 8 milhões de hectares foram devastados entre os anos de 2004 e 2008;
  • Na China, a produção anual de hashis supera os 50 bilhões.

O desmatamento e tornou um problema mundial, resultado do crescimento das atividades produtivas e econômicas, principalmente pelo aumento da densidade demográfica, colocando em risco as regiões compostas por florestas. A exploração que tem como consequência a devastação através das atividades humanas, já dizimou – em cerca de 300 anos – mais de 50% de toda área de vegetação natural em todo mundo. 

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Categoria(s) do artigo:
Curiosidades

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