O Brasil é um dos maiores países do planeta, tanto em número de pessoas quanto em se tratando de seu território, que pode ser considerado, facilmente, como um país com uma dimensão continental. Isso pode ser comparado diretamente com a Europa, que possuí países com o tamanho de estados aqui do Brasil. Por exemplo, o estado de Minas Gerais, o maior da região sudeste em tamanha, é ligeiramente maior que a França, um dos países mais conhecidos e visitados do mundo.
E, tamanho território pode remeter, facilmente, para o pensamento de que existe uma grande variedade cultural, linguística e gastronômica nesse vasto planeta. E a resposta é que sim, o país tem um grande leque cultural. E isso pode ser sentido nos quatro cantos do país, principalmente em se tratando de comida. Muitos consideram que a comida mineira é a melhor do país; outros discordam e dizem que a cozinha nordestina não tem para ninguém. Ou seja, dá para perceber que dentro do país existem outros “brasis”, possuindo suas próprias características marcantes.
Todo mundo deve saber que o estado mais populoso do Brasil é o estado de São Paulo, que têm sua capital, de mesmo nome, como a maior cidade da América Latina, tendo um número de habitantes que ultrapassa os vinte milhões. E, uma cidade com tamanha presença habitacional não poderia deixar de ser um polo turístico, não é mesmo? Por conta de sua idade, sendo uma das cidades mais velhas do Brasil, possuí diversos cartões postais que remetem a um fato histórico, como, por exemplo, a praça da Sé, no qual iremos falar um pouco sobre esse tema nesse artigo, além de algumas informações bastante interessantes. Confira a seguir.
A História da Praça da Sé
A Praça da Sé está localizada no bairro da Sé, sendo um dos bairros que compõem o Centro da cidade de São Paulo. A sua importância histórica se resume, basicamente, por ela estar incrustada no centro geográfico da cidade, e, por orientar as pessoas sobre as principais saídas da cidade. É também referenciada, muitas vezes, como o Centro Velho já que, ali, foi fundada o arraial que serviu de pontapé inicial para a criação da maior cidade brasileira. E, hoje, finda-se como sendo um dos locais mais conhecidos e visitados da cidade paulista.
A história da praça da Sé começa com a construção da Igreja Matriz do município de São Paulo, que justificava a construção da praça como um local para a recepção das pessoas que viessem a missa bem como depois das celebrações. Não foi somente a construção da igreja, porém, que se fomentou a construção da praça da Sé: outros edifícios também foram erguidos, com muita importância. No entanto, muitos anos depois, vários desses prédios foram demolidos, com uma justificativa de que era preciso “renovar” os ares da cidade, com construções mais modernas. A praça, no entanto, permaneceu intacta, até meados do século XX.
A praça que se encontra hoje incrustada no centro de São Paulo é fruto de um estudo e uma posterior reforma que aconteceu durante a década de 1970, por um grupo de profissionais paisagistas que tinham como liderança o arquiteto João Eduardo de Assis Lefèvre. Naquela época, também, estava sendo construída uma estação de metrô, o que exigiria uma demolição de um quarteirão próximo da praça e, com isso, uma readequação no layout da praça teve de ser feito.
O grupo de arquitetos que estavam responsáveis pelo projeto da nova Praça da Sé tinham influências claramente inspiradas em modelos de paisagistas dos Estados Unidos, que incentivavam o uso de espelhos d’água e ornamentações naturais para que a praça chamasse a atenção perante às pessoas. Muitas pessoas, no entanto, criticaram duramente a reforma, principalmente no que se diz respeito à instalação dessas fontes e na vegetação que fora utilizada para criar a ornamentação: na visão dos críticos, tal cenário está amplamente convidativo para as pessoas sem teto, o que poderia causar um grande êxodo dessas pessoas para a praça da Sé.
A praça, novamente, passou por uma bruta reforma, em 2006, sendo entregue de modo parcial para a população no dia do aniversário de São Paulo, à época governada pelo prefeito Gilberto Kassab, o que incluiu pontes para a travessia pelos espelhos d’água, por exemplo.
No entanto, o governo foi bastante criticado, sobretudo à figura de Kassab, por conta das ações consideradas “antissociais” que foram tomadas e que contribuíram para uma piora na vida das pessoas. Kassab foi acusado de mandar instalar armadilhas “anti-mendigos” para evitar que essas pessoas se instalassem aos arredores da praça. Tal ação não teve somente uma repercussão nacional, mas também internacional, onde vários jornais famosos no mundo todo condenaram a postura do prefeito. Vale ressaltar que esse projeto estava em curso quando José Serra, do PSDB, se candidatou à presidente do país.
Vários monumentos estão sob a tutela da Praça da Sé, por conta da preciosidade que existe ao mexer com tais artefatos, bem como todo o simbolismo e história que tais estátuas trazem para nós.
Palco De Manifestações Importantes Na História Brasileira
Por estar localizado em uma cidade grande e com um grande número de frequência de pessoas, a praça da Sé têm sido palco, ultimamente, de muitos protestos, com muitos tendo um objetivo claramente político: em 1983 e 1984, um dos capítulos mais importantes para a história da democracia no Brasil foi o movimento das Diretas Já!, que saiu às ruas exigindo o fim da Ditadura Militar, que estava instalada no Brasil desde os anos 60 e que, também, pudessem retornar os direitos políticos de cada um que fora perseguido durante esse tempo. Muitas pessoas foram importantes para que esse movimento pudesse escolher, tendo participado, entre outros políticos, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, o ex-presidente Lula, Eduardo Suplicy, entre muitas outras figuras.
Naquela época, o movimento ganhou adeptos rapidamente, pois muito estavam insatisfeitos com a gestão do governo pelo exército. Além disso, os próprios militares, comandantes e coronéis também já estavam esgotados da fórmula da ditadura militar, fazendo com haja o fim da ditadura: no ano de 1985.