Eileen Agar
Eileen Agar é uma conhecida artista argentina, apesar de muita gente considera-la uma artista britânica. A verdade é que ela nasceu na cidade de Buenos Aires capital da Argentina, mas com apenas 12 anos de idade, ela e toda a sua família se mudaram para o Reino Unido, mais especificamente para a cidade de Londres na Inglaterra.
Eileen que nasceu Eileen Forrester Agar no dia 1 de dezembro do ano de 1899 na cidade de Buenos Aires, local onde passou os primeiros anos da sua vida, teve uma infância muito influenciada pela sua descendência europeia, descendência essa que não é argentina, uma vez que os seus pais eram imigrantes no continente sul americano, o seu pai havia nascido muitos anos antes na Escócia e a sua mãe nasceu mais ao norte do continente, no Estados Unidos da América.
Nos seus primeiros anos de vida ela visitava o Reino Unido a cada dois anos mais ou menos, mas muitas das suas férias se davam nas terras geladas do Sul argentino, brincando com os famosos cachorros da espécie São Bernardo que são marca registrada da região de Bariloche, sua família também morava próxima dos campos agricultáveis e também de plantações de uva, a sua baba com quem passava a maior parte do tempo também era europeia, mas com descendência francesa.
A primeira vez que Eileen Agar foi para o Reino Unido mais permanente foi com apenas 6 anos, quando se matriculou em um colégio e passou um tempo estudando por lá, nessas idas e vindas ela ficou até que em 1911 Eileen acabou por se mudar para Londres com a sua família, de maneira oficial, os seus pais também passaram a morar lá de maneira fixa. Londres é o lugar onde passaria a maior parte da sua vida, até seus últimos dias de vida, foi onde ela cresceu, se interessou pelas artes e também foi onde ela começou a se envolver com o movimento artístico de seu tempo.
Eileen Agar
Desde as suas primeiras escolas em terras inglesas Eileen Agar sempre foi incentivada pelos seus mestres a seguir o caminho das artes, caminho esse que ela tanto amava e se interessava, os seus professores foram lhe mostrando trabalhos de diversos artistas como pintores, escultores, fotógrafos e muitos outros, no entanto, começou a guerra por volta de 1914, a primeira guerra mundial e isso paralisou praticamente todos os movimentos artísticos por um tempo, oficialmente é claro, uma vez que por de baixo dos panos o movimento artístico apenas esperava o momento de se reerguer.
Nesse tempo ela passou por uma instituição de ensino chamada de Tudor Hall, onde permaneceu durante os tempos de guerra, mesmo assim nessa época ela foi pouco a pouco fazendo contatos com esse universo e conhecendo mais e mais pessoas do ramo, inclusive foi um período de sua vida em que Eileen esteve muito próxima da música, tendo aprendido muito com alguns músicos e cantores da época.
Eileen Agar realmente soube usar o tempo a seu proveito, ela estudou muito durante a primeira guerra mundial, ela aprendeu muito sobre música, ela frequentou uma escola de pintura com foco em telas a óleo, além disso, ela também fez muitos contatos nesse meio, o que lhe abririam muitas portas depois, além disso, ela também aproveitou esse tempo para retomar os estudos de francês, uma vez que a França definitivamente é um dos polos mundiais das artes nos últimos séculos.
Vida Artística Adulta
Eileen Agar ao Lado de uma Escultura
Com o passar do tempo e as coisas voltando pouco a pouco ao normal no pós guerra, ela então queria se aprofundar nos conhecimentos de arte, após um desentendimento sobre o seu futuro com a sua mãe, ela resolveu sair de casa e se jogar no mundo da arte, tendo se matriculado na escola que ela mesma escolheu, local onde estudou com Leon Underwood.
A escola que então Eileen Agar passou a cursar se chamava Slade School of Fine Art, onde ela conheceu muitos artistas que posteriormente se tornariam grandes nomes das artes britânicas. Nesse colégio ela foi aluna do período de 1921 a até 1924. Após o fim das aulas ela e alguns amigos artistas passaram algum tempo viajando pela Europa, com foco em dois países que eram a Espanha e a França.
No ano seguinte em 1925 Eileen teve o seu primeiro casamento e foi com seu colega de estudos e também artista Robin Bartlett, eles, porém n]ao ficaram muito tempo juntos e logo depois ela conheceu o homem que seria o grande amor da sua vida, com quem passou mais de 50 anos de união, ele se chamava Joseph Bard e era natural da Hungria.
Slade School of Fine Art
Eileen Agar e Joseph Bard, formavam uma dupla implacável, juntos eles possuíam propriedades em Londres e na Itália, na região de Porto Fino, no entanto, viajavam muito e periodicamente estabeleciam residência na cidade de Paris na França. Durante essas viagens os dois conheceram grandes artistas de sua época, principalmente artistas ligados ao movimento do surrealismo, movimento o qual arrebataria o coração de Eileen e se tornaria o seu principal estilo de trabalho.
A primeira peça do estilo surrealista que Eileen pintou se chama The Flying Pillar, isso quando ela e o marido já estavam de volta ao Reino Unido, isso se deu no ano de 1930, ela certa vez disse que o que mais a encantava em relação a esse estilo é que é como se toda a imaginação do artista pairasse livremente sobre a tela, ela diz ainda que essa sua primeira pintura não foi feita com a intenção apenas de atingir uma perspectiva surreal, mas que na verdade ela deu uma perspectiva de imaginação e que isso fez com que o seu trabalho fluísse livremente nessa direção.
Vale ressaltar que a própria Eileen posteriormente mudou o nome desse seu trabalho para os Três símbolos e acabou revelando outras inspirações para a pintura, como os trabalhos do também arquiteto e engenheiro Gustave Eiffel. Nos anos que se seguiram Eileen conheceu o também artista Paul Nash, ela teve com ele uma ligação fortíssima tanto profissional como sexual, vale lembrar que Eileen e Bard sempre foram muito abertos em seu relacionamento, apesar de serem leais um ao outro.
No começo de seu sucesso Eileen não queria definir o seu estilo como sendo especifico surrealista, no entanto, depois ela aceitou o título e participou de inúmeras exposições do movimento ao redor do continente e até mesmo fora, na cidade de Tóquio no Japão. O seu trabalho teve uma pausa apenas em uma época crítica, foi no período da segunda guerra mundial, mas após o fim da guerra ela retomou as suas exposições, inclusive muitas vezes fazendo exibições solo, apenas do seu trabalho, tamanho era seu sucesso na época que ela podia se dar a esse luxo.
Um fato interessante é que ela, assim como outros artistas tinham contato com Picasso, inclusive visitando-o na sua casa, onde ele costumava receber amigos e pessoas com quem mantinha contato profissional. Eileen faleceu no dia 17 de novembro do ano de 1991, com seus 90 anos de idade, mas se tem uma coisa que podemos dizer sobre ela, é que ela viveu uma vida plena, viajou por muitas partes do mundo, teve um grande amor, se dedicou a profissão e vocação que amava, conheceu muita gente que admirava, fez muitos amigos, criou vínculos e além de tudo isso deixou um incrível legado.
Como legado, há inúmeros trabalhos seus, tanto trabalhos solos, como trabalhos em parcerias com outros artistas, no entanto, as peças mais notáveis de sua carreira e que mais lhe trazem reconhecimento até os dias de hoje são O Anjo da Misericórdia (que não é uma pintura, mas sim uma escultura), Quadriga que é uma pintura, O anjo da Anarquia (que é um objeto artístico) e O relógio de uma mulher que também é uma pintura.
