Sônia Menna Barreto é uma artista plástica brasileira que nasceu no dia 5 do mês de novembro do ano de 1953, em São Paulo. Seu nome completo é Sônia Regina Gomes Menna Barreto de Barros Falcão.
Biografia da Artista
Sua expressão artística está muito próxima do home ludens, ou homem lúdico, possuindo um espírito criativo onde recria personagens do imaginário humano de todas as idades.
No ano de 1960 começou a frequentar o ateliê de Waldemar da Costa, tendo ali o seu primeiro contato com o mundo artístico, fazendo as suas primeiras participações em mostras no ano de 1974.
Utiliza-se de uma técnica que mistura hiper-realismo com minúcias da técnica francesa do Trompe L’oeil, com um estilo inspirado nos pintores flamengos do século XV.
A artista começou a estudar suas técnicas de pintura no ano de 1980, quando começou a frequentar o ateliê do artista Luiz Portinari, que era irmão de Cândido Portinari. Foi nesse momento da sua vida que teve contato com os movimentos e a vida artística, além de conhecer diversas histórias de Portinari e de outros grandes artistas da época, como pintores, poetas e escritores.
Sônia Menna Barreto
Quando teve contato com os trabalhos de Max Ernst, Magritte, De Chirico e Paul Delvaux, começou a criar obras com inspiração no Surrealismo, fase muito importante de sua carreira, quando ela passou a desenvolver um lado mais criativo e também intimista, nesse momento ela também passou a resolver os problemas das suas pinturas sem necessitar da ajuda dos seus professores, desenvolvendo cada vez mais o seu estilo.
No ano de 1991 participou de uma exposição de gravuras na cidade de Nova Iorque, e após isso, iniciou uma produção de serigrafias que foi exposta em doze cidades diferentes.
A artista foi a primeira brasileira a integrar a Royal Collection, coleção de obras que pertence a Família Real Britânica, sendo uma das mais importantes coleções de arte do mundo todo. Ocorreu uma cerimônia no Palácio de Buckingham, onde a artista entregou um de seus quadros originais para integrar tal coleção.
Como a Artista Se Vê
Em alguns depoimentos da artista é possível há conhecer um pouco melhor. Segundo ela, sua maior paixão está nas pinturas a óleo, pois esse estilo de pintura possui grande maleabilidade, sendo possível criar com o pincel aquilo que foi imaginado anteriormente.
Para a artista, suas obras têm inicio muito antes do momento que realmente se usa o pincel. Ocorrendo todo um processo de preparação da tela, preparação das tintas e também uma “fase emocional”, que é o momento em que surge a ideia para a criação da tela, vindo de várias fontes, como um livro, uma viagem, uma peça de teatro, ou qualquer coisa que toque o artista e o emocione.
Cada tema que surge em sua mente leva dias para ser estudado, para que se pense melhor na ideia e a desenvolva, pense também em imagens, crie figuras até que após cerca de quatro dias a figura está pronta para ser passada a tela.
Todo o processo de criação da obra leva em torno de cinquenta dias, ou por vezes, mais dias que isso. Segundo a artista, em um ano é possível criar cerca de 6 a 8 obras originais, o que é um número baixo para quem deseja ter seu trabalho mais divulgado e conhecido.
Com esse processo lento, pode ocorrer um confronto entre a ideia de haver poucos quadros originais circulando, o que traz mais exclusividade para o trabalho profissional, porém, ao mesmo tempo, com esse número reduzido ocorre também a baixa possibilidade de exposições e de divulgação do trabalho. Para Menna Barreto, se tornou mais importante à paixão expressa em poucos quadros, que um número elevado de produções simples.
Para ter uma maior divulgação dos trabalhos, a artista começou a criar também serigrafias, forma de arte em que ela consegue criar bem mais rápido que os quadros a óleo. Assim, consegue atingir várias camadas da sociedade através da sua arte, tanto os colecionadores de arte, com seus quadros originais, quanto à classe média, com o desenvolvimento da serigrafia.
Sônia Como Empresária
Além de artista, Sônia também é empresária, rompendo no ano de 2000 com a galeria que trabalhava de maneira exclusiva para começar a cuidar dos seus trabalhos por conta própria.
Criando um sistema com apoio financeiro, a artista conseguiu conquistar outros patamares em sua carreira, como exposições na Europa e lançamento de livros.
Conhecendo a Obra Pertencente a Royal Collection
Royal Collection
A obra que compõe a Royal Collection é o quadro Leonard Cheshire, que retrata a vida de Lord Leonard Cheshire, que foi o piloto britânico mais condecorado durante a Segunda Guerra Mundial.
A obra foi realizada por meio de um projeto da Shell do Brasil e da International Publicity, e com o apoio da VARIG.
Parte do que a artista recebeu foi doada a caridade, sendo muito importante o lado beneficente do projeto, sendo a fundação ajudada a Fundação Internacional Leonard Cheshire. A história da fundação foi inspirada na vida do piloto, considerado um herói da aeronáutica, que dedicou a sua vida a abrigar adultos com deficiências físicas após a Segunda Guerra Mundial. Essa fundação está presente em 57 países, e no Brasil, comanda a o lar São José do Jaguaré.
Fundação Internacional Leonard Cheshire
A obra da Artista representa a Torre de Babel, envolvendo diversas fotos antigas do herói, representando o mesmo com seus colaboradores e com aviões. A Torre de Babel faz referência a um momento bíblico, pois foi nesse local que nasceram os vários idiomas, fazendo referência, dessa forma, a todos os países que a fundação atua.
A parte inferior da obra, em sua esquerda, mostra uma foto antiga do piloto durante a Segunda Guerra Mundial, depois, encontra-se um desenho com diversos personagens unidos, fazendo uma simbologia com a fundação, que integra diversas pessoas em uma só.
É possível acompanhar personagens carregando pedras, construindo casas, um personagem ampara uma senhora a protegendo da chuva, há também uma mulher de verde e amarelo para homenagear o Brasil, um homem desenhando, e uma foto da antiga casa do piloto, na Índia, há também personagens idosos e crianças.
Há diversas simbologias no quadro, sendo a ideia a de construção e manutenção da fundação. Possui ainda a bandeira britânica sobre um cavalete com a inscrição “Men at work”, fazendo homenagem ao país de origem do Lord Cheshire. Além disso, conta com a representação da Igreja, pois ele era extremamente dedicado a sua religião. No quadro há também homenagem a Shell, com uma concha que ampara uma pessoa com deficiência em sua locomoção.
É uma obra com muitos detalhes, onde a artista faz uso de fotos antigas para mostrar que o futuro também atua no passado, usando várias detalhes da vida do artista homenageado para que pudesse construir um quadro coerente, e consequentemente, muito agradável visivelmente.
Outras Obras Da Artista
Além das obras originais com pinturas a óleo e das serigrafias, a artista também cria peças decalcadas, porcelanas e cerâmicas, e possui uma coleção de joias.
As peças decalcadas possuem imagens criadas por Sônia Menna, fazendo uso de tecnologia para imprimir tais imagens em porcelanas, por meio da técnica de decalque. A obra produzida é desenhada em papel e depois passada para a porcelana, fazendo uso de tintas específico, depois, levada a um forno para que seja fixada na porcelana. As porcelanas e cerâmicas vão desde pratos, xícaras e pequenos potes.
Possui diversas coleções de joias, sendo elas: Coleção Flores (possui braceletes de vários formatos e materiais, remetendo a feminilidade), Coleção Prosperidade (diversos elementos, como anéis e brincos, usando vários materiais como ouro rosé e diamantes), Coleção Preto e Branco (clássica e elegante, possui brincos, anéis e máscara veneziana), Coleção Rainhas (inspirada em Maria Antonieta e em outras rainhas, faz referência as joias usadas pelos membros da nobreza).
