Nascido em 11 de fevereiro de 1881, o italiano Carlo Carrà foi um dos representantes do Futurismo entre os artistas italianos. Nascido na cidade de Quargnento, morreu no dia 13 de abril de 1966, na cidade de Milão.
No Brasil, Carlo Carrà era bem conhecido, pois participou várias vezes da Bienal de Arte realizada na capital paulista.
Características da Obra de Carlo Carrà
Nas obras do italiano Carlo Carrà é possível observar traços dos trabalhos de George de Chirico, porém, tanto os objetivos como os tons são bem distintos. Em tudo aquilo que foi feito pelo Carrà era possível observar o mundo imóvel da metafísica e ao futurismo dinâmico, mas em “situações”que tinham a ver com a sua vocação pessoal.
O encontro entre George de Chirico e Carlo Carrà aconteceu no ano de 1917. A partir daí, o italiano adotou as imagens de manequis que eram posicionados em lugares claustrofóbicos. Antes dessa associação ao trabalho do Chirico, o italiano passou por uma fase futurista, sendo ele um dos artistas que pertencia ao Manifesto Futurista, realizado em 1910.
Carlo Carrà: Pintura Metafísica
“A Musa Metafísica” é uma das obras de Carlo Carrà que pertence a fase da pintura metafísica. A cabeça de um manequim, colocado num lugar de paredes baixas, a jogadora de tênis feita em gesso. A representação fica próximo a um mapa da Grécia, que simboliza a viagem de Ulisses. Uma figura feita com formas geométricas e com várias cores pode ser vista no fundo, com uma tela com fábricas. As figuras parecem perturbadas e são colocadas justapostas de forma irracional e são imagens oníricas similares.
Segundo estudiosos de arte, a obra descrita acima faz parte dos estudos da Pintura Metafísica. Depois do ano de 1924, Carlo Carrà deixou de lado a pintura metafísica e dedicou-se a pintura realista. Essa mudança foi devido ao encontro de Carrà com artistas italianos da Renascença.
A obra de 1917 é uma das suas mais importantes, o tamanho dela é de 89 centímetros de altura e 65 centímetros de largura e está exposta em Milão, na Pinacoteca de Brera.
Sobre o Futurismo
Já que estamos falando de Carlo Carrá, um artista com uma forte ligação com o Futurismo. Vamos entender melhor sobre esse movimento artístico.
O Futurismo surgiu em 20 de fevereiro de 1909, ligado a literatura e a arte e a primeira publicação desse movimento foi chamada de Manifesto Futurista. O autor da obra foi um poeta italiano Fillippo Marinetti publicou o manifesto no jornal Le Figaro, o mais importante da França.
Uma das caracteristicas dos artistas ligados ao movimento Futurista não aceitavam nem o passado e muito menos o moralismo. As obras buscabam a velocidade e tudo o que era novidade no final do século XIX.
Outra caracteristica do futurismo na Europa, logo os primeiros representantes do movimento é fato de destacarem de forma “positiva” a violência e a guerra. E foi assim, que o Futurismo foi se desenvolvendo e abrangendo todas as artes, assim como influenciou vários artistas que chegaram a outros movimentos mais modernos.
“Les mots en liberté”, tradução em português, “Liberdade para as palavras”, em 1909, foi o primeiro manifesto do Futurista. Na época, esse grupo levava em consideração a tipologia do design do momento, especialmente, na propaganda e nos jornais. Eles deixaram de lado todas as diferenças entre design e arte e adotaram a propaganda como maneira de comunicação.
Linguagem do Futurismo
Neste momento do Futurismo a hierarquia na tipografia tradicional, a linguagem vernácula, e a exploração do lúdico passaram a ser caracteristicas principais, mais uma, o gosto pelas onomatopeias. Tudo isso que aconteceu neste período, repercutiu no concretismo, no dadaísmo e também no design gráfico da pós modernidade e tipografia. As cores eram o principal tema.
A abstração e o cubismo representaram bem o que era a pintura futurista. Os contrastes, as sobreposições de imagens e cores vibrantes eram caracteristicas e tinham um motivo, buscar a deformação, a dinâmica e fazer com que os objetos e o espaço não parecessem material, mas um momento, uma ação.
Para quem desenvolvia o Futurismo, os objetos não podiam parecer “terminados” o contorno não era aparente e os aspectos se confundiam no “tempo”.
Neste estilo, se buscou reinterpretar um movimento novo, atual. As figuras tinham que ganhar velocidade, o espaço e o movimento eram de extrema importância. Para se ter uma ideia, um artista que fazia arte futurista não queria pintar e mostrar um carro, mas sim, mostrar o movimento desse veículo, a velocidade, o espaço que ele ocupou.
As Principais Características do Futurismo
Para reconhecer uma arte futurista observe que ela tenha as seguintes características:
- Desvaloriza o moralismo e a tradição;
- Por outro lado, valoriza o sistema tecnológico da época e o desenvolvimento da indústria;
- A propaganda foi eleita a principal maneira de comunicação;
- Nas poesias, as onomatopeias tinham destaque;
- Outra característica forte das poesias era o uso de frases fragmentadas, uma técnica para dar a sensação de mais velocidade no texto;
- A pintura tinha uso de muitos constrastes e de cores muito vivas e mais, muitos traços, imagens sobrepostas e detalhes de deformações, com o objetivo de dar a ideia de dinâmica e movimento.
O Movimento Futuristano Brasil
Muitos artistas foram influenciados pelo movimento Futurista. Parte deles fundaram outros movimentos mais modernos depois de conhecer melhor o Manifesto Futurista, como por exemplo, Anita Malfatti. Oswald de Andrade é um outro exemplo.
Porém, a Grande Guerra fez com que esses artistas tivessem que interromper os contatos, o que recomeçou depois desse período.
Na Semana de Arte Moderna de 1922, os artistas receberam mais influências e novos conceitos, tudo que desprezava o passado e que colocava um “pé” no futuro. Eles não queriam mais cópias, queriam algo original, completamente novo. Foi nesse momento que os artistas brasileiros ganharam a própria identidade.
Oswald de Andrade foi o maior representante do Futurismo no Brasil, pois ele teve um olhar para a diversidade do nosso país e absorveu as ideias vindas da Europa. Ele pode construir e renovar as artes e as letras e dar um identidade completamente brasileira.
O pintor italiano Carlo Carrà nasceu no dia onze do mês de fevereiro do ano de 1881 em Quargnento que fica próximo a Alessandria e faleceu no dia treze do mês de abril do ano de 1966 em Milão. Foi um pintor essencial no movimento futurista que iniciou na Itália no século vinte. Escreveu muitos livros sobre arte e na cidade de Milan deu aulas durante anos.
Com doze anos de idade saiu de sua casa e passou a trabalhar de decorador mural tendo seu trabalho reconhecido por inúmeras pessoas. De 1899 até 1900 ficou em Paris e na Exposição Universal se interessou por arte contemporânea francesa. Ficou um tempo em Londres e no ano de 1901 voltou a Milão, se matriculando na Academia de Brera no ano de 1906. Entre seus trabalhos podemos citar no ano de 1911 O Funeral do Anarquista, no ano de 1917 A Câmara Enchanted e A Musa Metafísica, no ano de 1919 A Filha do Oeste e no ano de 1921 Amante do Engenheiro.