A Antropologia Funcionalista é uma vertente antropológica que se desenvolveu como uma reação ao Evolucionismo que começou a ganhar destaque dentro dos debates científicos no começo do século passado. Os adeptos desse pensamento, chamados de funcionalistas, buscavam métodos de explicar alguns fenômenos a partir das suas funções.
Seguindo essa lógica de raciocínio ficou entendido que cada escola social seria determinada por uma ou mais funções assim como os diferentes elementos que formam as culturas teriam tarefas a realizar, isto é, funções que precisavam realizar. Recebem a alcunha de fundadores da Antropologia Funcionalista os seguintes pensadores: Malinowski (autor de ‘Argonauts of the Western Pacific’), Durkheim e Radcliffe-Brown (Autor de ‘The Andaman Islanders’). É possível considera-los como fundadores da Antropologia Social como um todo.
Antropologia Funcionalista x Sociologia Funcionalista
É válido destacar que tanto o Funcionalismo como o Funcional-Estruturalismo da Antropologia são distintos dos conceitos homônimos da Sociologia. É possível fazer ainda uma distinção entre o Funcionalismo e o Funcionalismo Estrutural no âmbito antropológico. Na primeira vertente temos como o nome mais relevante Lamark e os estudiosos que foram seus discípulos como Raymond Firth.
No segundo grupo estão nomes como Radcliffe-Brown, Isaac Schapera, Evans-Pritchard, Meyer Fortes entre outros que focam seus estudos e reflexões em questões como as estruturas sociais e os sistemas que estão por trás das relações sociais, conjunto que tornaria possível que a sociedade fosse estável e se mantivesse integrada. Há também o enfoque dado por Malinowski em funções psicológicas e sociais para a reprodução da sociedade e dos próprios indivíduos.
A ideia principal dessa visão de Malinowski era a de que todas as culturas assim como suas crenças, seus costumes entre outros tinham alguma função pertinente para a manutenção do todo. A base do pensamento funcionalista é que todo elemento existe para atender a uma necessidade fundamental para o todo.
Entendendo o Conceito de Função
Para que seja possível ter um entendimento completo da Antropologia Funcionalista é fundamental entender o que nesse contexto se entende como função, trata-se de uma contribuição ou então uma necessidade que acarreta em algum feito social, uma instituição ou uma estrutura. Como exemplo podemos citar a família que permite que o indivíduo se insira em diferentes contextos sociais. Também podemos exemplificar por meio do Direito que cerca os indivíduos de uma sociedade de possibilidades e limites.
Exemplo de Antropologia Funcionalista
Abaixo segue um exemplo em que será mais fácil entender quais são as premissas básicas desse pensamento antropológico.
Vamos imaginar um sistema social designado pela letra S em que há uma situação constante que chamaremos de C. O sistema S poderia ser válido em qualquer época da humanidade desde que para isso existissem as condições necessárias que recebem o nome de N. Para que as condições N estivessem atendidas seria necessário que S dispusesse de uma característica de classe M. Parte das características M acontecem no sistema S durante o tempo T.
O que estamos tentando dizer com o exemplo acima é que o Funcionalismo tem como premissa básica delimitar a forma como elementos avulsos se relacionam entre si. Os elementos únicos de uma cultura tem uma relação diferenciada com o sistema em questão. O centro do funcionalismo é a ideia de necessidade, instituições culturais têm como função atender as necessidades dos seres humanos.
Críticas a Antropologia Funcionalista
A principal crítica que é feita ao pensamento funcionalista no âmbito da antropologia é a tentativa de comparar as sociedades a organismos que precisam de estabilidade para se manter saudáveis. Mudanças ou mesmo conflitos eram vistos como anomalias que podiam prejudicar a existência do todo. Conforme Durkheim essas alterações eram dianomias que deveriam ser superadas observando adaptações para que se pudesse voltar ao entendimento de equilíbrio.