A Arte Circense No Brasil

Homens incrivelmente altos, passeando pelo palco camuflando suas pernas de pau em longas calças coloridas fazem malabarismo, com bolas e até chamas de fogo, eles dividem a picadeiro com as contorcionistas que fazem movimentos impressionantes com o corpo sem quebrar um osso se quer. Sem falar ainda dos outros profissionais e atrações do circo, como os mágicos, animais e o tão característico palhaço com suas fantasias coloridas e maquiagem indiscreto contam suas piadas na ânsia de ganhar sorrisos, e marcam a vida de muita gente.

A Arte circense no Brasil surgiu em meados do século XIX. Aonde as famílias e companhias vindas de vários países, sobretudo da Europa conservavam essa arte itinerante de onde tiravam o sustento e introduziram a habilidade inicialmente nas periferias.

Conta-se que esses europeus eram ciganos e usavam tendas onde realizam festas com muita bagunça, bebedeira, e exibições artísticas. Como eram constantemente perseguidos, eles viajavam de cidade em cidade vendendo seus espetáculos, e adaptavam suas apresentações conforme o gosto da população local. Desse modo suas apresentações eram muito flexíveis, os números que não faziam sucesso em uma determinada cidade eram tirados do programa.

Entre os números clássicos  entre os circenses tradicionais, e os contemporâneos brasileiros encontramos a doma de ursos, o ilusionismo e as exibições com cavalos. E apesar da semelhança o circo que hoje conhecemos é muito diferente do que nos foi apresentado pelos ciganos. Com o passar do tempo ele incorporou diversas expressões artísticas regionais. Antes os circenses apenas manifestavam sentimentos diversos através de interpretações teatrais, e geralmente suas apresentações demonstravam interesses comuns e despertavam a consciência mútua dos que prestigiavam nos guetos, onde se abrigavam. 

Verde e Amarelo

A primeira escola circense apoiadora da arte que se instalou no Brasil, especificamente em São Paulo, no estádio do Pacaembu (1977), chamava-se Piolin. Já em 1982, surgiu a Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro. Com essa multiplicação de técnicas circenses à jovens de todas as classes sociais. Ficou fácil divulgar a arte, eles partiam a trabalhar nos circos brasileiros e ate no exterior. Havia ainda os que formavam pequenos grupos de afinidade e se apresentavam em teatros, ginásios e praças.

No Brasil, Infelizmente, devido às péssimas condições de trabalho e incentivo social vistos no picadeiro e bastidores das apresentações circenses, muitas pessoas, inclusive profissionais experientes, desacreditam e não investem mais na tradição de passar adiante, ensinando aos filhos seu oficio. Não há orgulho, autoestima, ou qualquer outra força que impulsione a propagação efetiva dessa cultura. 

 É comum vermos casos que de famílias circenses que preferem ver os filhos trabalhando em outras profissões mesmo que simples e ganhando misérias, ou estudando um pouco mais a fim de ser mais valorizado que seus pais em suas atrações do circo.

 Porem mesmo beirando a extinção e sendo visto como uma atividade meramente periférica, sofrendo preconceitos e repudias da sociedade, o circo brasileiro resiste timidamente ao sistema opressor e percorre alguns bairros, cidades e até países propagando timidamente a herança europeia que nos foi concedida; 

Os circos mais humildes percorrem os bairros periféricos representando timidamente a arte sem muita especialização. Muitos deles fazem parte da mesma família ou possuem laços afetivos muito fortes sendo isso suficiente para largar estudos empregos fixos e paixões e seguir viagem com o circo para onde quer que ele for. Eles são como o homem pré-histórico ficam em uma terra “fértil” até que ela supra suas necessidades, e quando isso não mais acontecem eles se mudam.

 Desse modo costumam agir irregularmente, estacionando seus carros e se acomodam em qualquer terreno baldio. Eles arrumam suas lonas por um curto espaço de tempo, em locais onde creem que terão boa aceitação enquanto estiverem “hospedados ali” e farão seus espetáculos.

Em contrapartida há os circos mais conceituados, que levam a arte a sério e até procuram aperfeiçoamento e segurança em tudo que fazem no picadeiro. Como os tradicionais a Cia. Pavanelli, Circodélico, Circo Roda Brasil, Grande Circo Popular do Brasil, Circo Di Napoli etc. E os contemporaneos Intrépida Trupe, os Acrobáticos Fratelli, os Parlapatões, Patifes e Paspalhões, a Nau de Ícaros, o Circo Mínimo, o Circo Escola Picadeiro, o Linhas Aéreas e o Teatro de Anônimo,

 Ainda nesse contexto podemos citar o popular Beto Carreiro World, que surgiu em 1991 e é o maior parque temático da América Latina, localizado no Estado de Santa Catarina. O parque dispõe de área total de 14km², dividindo-se em três grandes segmentos: (Zoológico, Parque e Shows circenses). Possuem também uma instalação itinerante levando as atrações para os demais estados brasileiros. Diferentemente do conceito dos demais circos europeus, e brasileiros já citados, o publico alvo desses circos grandes ditos a cima são pessoas de bom poder aquisitivo. 

A História de Um Palhaço Brasileiro

George Savalla Gomes, apelidado ironicamente pelo padrasto de Carequinha, nasceu em Rio Bonito, em 18 de julho de 1915.

Conta-se que sua mãe, ( aramista e trapezista), estava se apresentando quando sentiu as dores do parto ainda sobre o trapézio, e deu a luz a Carequinha, ali mesmo dentro do circo.

Como não podia ser diferente ele foi criado em uma tradicional família circense, e sua carreira como palhaço começou aos cinco anos de idade. Ele foi atração de vários circos nacionais e chegou ao internacional Circo Sarrazani.

Enquanto vivo era muito querido pelo público infantil, desse modo apresentava-se em festas e isso o dava estabilidade financeira. Morava numa casa confortável em São Gonçalo e foi casado por longa data com a mesma mulher. Que por sua vez era professora em Poços de Caldas, e o conheceu durante uma apresentação em sua região. Ela então apaixonada, largou tudo para casar e acompanhá-lo em suas apresentações  pelo Brasil.

Carequinha, era quem fazia seu próprio marketing e sempre se deu muito bem com os negócios que administrava. Seu talento nato, o fez ser o primeiro artista circense a trabalhar na televisão, na TV Tupi, apresentando o “Circo Bombril” rebatizado posteriormente de “Circo do Carequinha”. Gravou 26 discos com 2 milhões de cópias vendidas, e sua marca estampou diversos produtos infantis. Também fez cinema e conquistou vários prêmios e homenagens pelo País. 

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Curiosidades

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