O ator, produtor e cineasta brasileiro Amácio Mazzaropi é um dos nomes mais importantes do nosso cenário cultural. Esse artista nasceu no dia 9 de abril de 1912 na cidade de São Paulo e faleceu no dia 13 de junho de 1981 na cidade de Taubaté. Sua longa carreira foi recheada de muitos momentos divertidos e agora você pode conhecer um pouco melhor a vida e a carreira dele.
A Vida de Mazzaropi
Os pais de Amácio Mazzaropi eram imigrantes, seu pai Bernardo Mazzaroppi era italiano e sua mãe Clara Ferreira portuguesa. Com apenas 2 anos de idade o menino Amácio se mudou com os pais para Taubaté, interior de São Paulo.
Parte da veia artística de Mazzaropi se manifestou devido a grande convivência com o avô materno João José Ferreira que morava no município vizinho de Tremembé. O avô de Mazzaropi tinha dentre outros talentos o de tocar viola e dançar cana verde. Uma das funções do avô dele era ser animador de festas no bairro em que morava.
Essas festas tinham uma forte influência caipira o que desde sempre inspirou o menino Mazzaropi. No ano de 1919 a família de Amácio retorna a capital São Paulo e ele é matriculado numa escola. No período de estudos o seu talento de ator passou a ser reconhecido uma vez que ele tinha facilidade para decorar e declamar poesias.
O ano de 1922 marca a morte do avô materno de Mazzaropi e a volta de sua família para Taubaté. Sua família abre um pequeno bar e o garoto continua se interessando por interpretar os mais variados tipos de personagens. Nesse momento da vida o menino também se interessa pelo mundo circense.
O Começo
Podemos classificar como o começo das atividades artísticas de Mazzaropi o ano de 1926 quando ele volta para a capital paulista e se junta a trupe do circo La Paz. Nos intervalos das apresentações ele contava anedotas e causos, por isso ele recebe pequenas gratificações.
Já o ano de 1932 marca a chegada do teatro a vida de Mazzaropi, um ano que também foi de grande efervescência na história do Brasil. Exatamente por esse momento político trazido pela Revolução Constitucionalista de 1932 o teatro, o cinema e o rádio ganharam mais espaço.
A primeira peça de teatro dele foi “A herança do Padre João” ainda em 1932, já no ano de 1935 Mazzaropi convence seus pais a seguirem uma turnê de apresentações com ele como atores. Nesse período foi criado o grupo chamado de Troupe Mazzaropi que circula pelo interior de São Paulo, mas não consegue muito dinheiro para melhorar a sua estrutura.
A avó materna de Mazzaropi, Dona Maria Pita Ferreira falece em logo depois disso e lhe deixa uma herança que é utilizada para comprar um teto de zinco para montar o seu pavilhão e assim ele pode começar a se apresentar em São Paulo com ótimas críticas dos jornais especializados.
A companhia de teatro Troupe Mazzaropi passa a enfrentar novas dificuldades no ano de 1944 devido a doença do pai de Amácio e também devido a sua posterior morte. Alguns dias após perder o pai Mazzaropi estreia uma nova peça chamada “Filho de sapateiro, sapateiro deve ser” ao lado de Nilo Nello.
Mais um bom sucesso de crítica e público na carreira de ator e diretor do artista. O ano de 1946 marca a entrada de Mazzaropi no rádio, pois a convite de Dermival Costa Lima da Rádio Tupi, ele passa a apresentar o programa Rancho Alegre. A direção desse programa é de Cassiano Gabus Mendes. No ano de 1950 o programa de Mazzaropi migra do rádio para a TV Tupi.
O Cinema na Carreira de Mazzaropi
Em 1952 Mazzaropi recebe um convite de Abílio Pereira de Almeida e Franco Zampari para fazer seu primeiro filme chamado de “Sai da Frente”. Esse longa foi rodado pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz que ainda trabalharia com ele em mais dois filmes.
Devido as dificuldades financeiras pela qual a Vera Cruz atravessava Mazzaropi acabou fazendo até o ano de 1958 outros 5 filmes em outras produtoras. Nesse ano o artista cria a sua própria produtora de cinema chamada PAM Filmes (Produções Amácio Mazzaropi).
O filme de estreia dessa empresa é “Chofer de Praça” que é não somente produzido, mas também é distribuído pela empresa. O ano seguinte, 1959, foi marcado pelo convite de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, na TV Excelsior de São Paulo para que Mazzaropi fizesse um programa de variedades na TV, esse programa ficou no ar até o ano de 1962.
O Jeca Tatu e A Tristeza do Jeca
O filme mais famoso da filmografia extensa de Mazzaropi é o Jeca Tatu, a produção desse filme começa no ano de 1962. Porém, foi somente no ano seguinte que ele foi para os cinemas.
Porém, antes disso no ano de 1961 Mazzaropi começa a trabalhar na construção de um estúdio para a gravação do seu primeiro filme colorido, A Tristeza do Jeca. Esse filme ganhou vários prêmios e garantiu o nome de Mazzaropi no hall dos grandes artistas do Brasil.
Outros Sucessos de Mazzaropi no Cinema
Cinco anos depois desses grandes sucessos ele produziu ainda o filme O Corintiano que foi um recorde de bilheteria no país. No ano de 1972 Mazzaropi é recebido pelo então presidente da república Emílio Garrastazu Médici a quem pede mais incentivo para cinema nacional.
No ano de 1974 vem a produção do filme “Portugal, minha saudade” que tem cenas gravadas no Brasil e também em Portugal. Em 1975 Mazzaropi começa a construir em Taubaté um estúdio cinematográfico que contava com oficina de cenografia e também hotel para os atores e técnicos.
Com essa estrutura ele consegue produzir mais 5 filmes até 1979. O 33° filme de Mazzaropi intitulado de “Maria Tomba Homem” nunca chegou a ser finalizado já que ele veio a falecer antes. Em 1994 foi inaugurado um museu em homenagem a ele onde antigamente eram os seus estúdios.
Confira a lista de filmes de Mazzaropi:
- Sai da frente (1952)
- Nadando em dinheiro (1952)
- Candinho (1954)
- A carrocinha (1955)
- Fuzileiro do Amor (1956)
- O Gato de Madame (1956)
- Chico Fumaça (1956)
- O Noivo da Girafa (1957)
- Chofer de Praça (1958)
- Jeca Tatu (1959)
- As Aventuras de Pedro Malazartes (1959)
- Zé do Periquito (1960)
- Tristeza do Jeca (1961)
- O Vendedor de Linguiça (1961)
- Casinha Pequenina (1962)
- O Lamparina (1963)
- Meu Japão Brasileiro (1964)
- O Puritano da Rua Augusta (1965)
- O Corintiano (1966)
- O Jeca e a Freira (1967)
- No Paraíso das Solteironas (1969)
- Uma pistola para Djeca (1969)
- Betão Ronca Ferro (1971)
- O Grande Xerife (1972)
- Um Caipira em Bariloche (1973)
- Portugal… Minha Saudade (1974)
- O Jeca Macumbeiro (1975)
- Jeca contra o Capeta (1976)
- Jecão, um Fofoqueiro no Céu (1977) [2]
- O Jeca e seu filho preto (1978)
- A Banda das Velhas Virgens (1979)
- O Jeca e a égua milagrosa (1980)
- Maria Tomba Homem (não concluído)