O Folclore consiste na cultura popular brasileira, sendo representado por manifestações culturais como literatura, lendas, músicas, danças, festividades, brincadeiras e crenças populares. A sua origem se da pela mistura de várias culturas, sendo as principais a indígena, portuguesa e a africana.
O folclore é uma parte importantíssima da cultura brasileira, e apesar de ter raízes em tempos antigos, começou a ser estudado somente a partir do século XIX, e por volta da década de 1970 já havia uma consolidação do seu conceito.
O folclore é comemorado no Brasil no dia 22 do mês de agosto, e o Saci, uma das figuras de maior destaque de suas lendas, tem seu dia comemorado em 31 do mês de outubro.
Vamos explorar um pouco mais sobre cada um dos pontos do folclore, começando por suas lendas, seguido pelas brincadeiras, crenças, músicas, danças, festas e literatura.
As Lendas Folclóricas
As lendas são histórias que foram transmitidas de geração para geração, por meio oral, com a proliferação de tal lenda, ela acaba caindo na crença popular, e apesar de serem histórias sem fundamentos lógicos, muitas pessoas passam a acreditar em seus personagens e contos.
A Lenda Do Saci-Pererê
O Saci-pererê com certeza é uma das lendas mais conhecidas do Brasil, sendo que o personagem já fez aparição em diversos programas televisivos, apareceu em outras histórias, e se tornou algo de conhecimento de todos brasileiros.
O nome do personagem tem origem no tupi-guarani. Ele é um menino negro, que só tem uma perna, dessa forma, pula com um pé só para andar por ai. O menino fuma um cachimbo, veste um short vermelho, e tem uma carapuça vermelha que confere a ele poderes mágicos.
O personagem é considerado travesso por alguns, mas em alguns locais é contado que é um ser maldoso. No geral a sua lenda conta que ele gosta de fazer brincadeiras e pregar peças nas pessoas, que incluem trocar os mantimentos da cozinha de lugar, como o sal com açúcar, dar nós nos rabos dos animais, etc. O Saci surge por meio de um redemoinho, e acredita-se que ele pode sair de um lugar e ir para outro (como um teletransporte), por meio desse redemoinho.
Saci-Pererê
Apesar do Saci-Pererê ser o mais conhecido, há diversas variações da lenda, que geralmente mudam a descrição do personagem e também as suas atitudes, alguns outros Sacis são: Saci- Trique, Saci-Saçurá, Saci-Teterê, dentre outros.
A Lenda do Curupira
O Curupira é outro personagem do folclore brasileiro muito conhecido. Assim como o Saci, a origem do seu nome é tupi-guarani. Ela é uma das lendas mais antigas brasileiras, sendo uma das primeiras a ter sido mencionada pelos portugueses.
Ele é descrito como um menino (ou algumas vezes um anão), com cabelos vermelhos e pés virados para trás. Em cada região acrescentam-se ou retiram algumas características do personagem: em alguns locais dizem que ele é careca, em outros que tem dentes verdes.
O Curupira possui uma força fora do comum, e é considerado o protetor da fauna e da flora. Na versão mais light de sua lenda, conta-se que ele assobia e deixa pegadas com os pés virados no chão, para que possa enganar os que exploram a natureza. Em versões mais pesadas, conta-se que ele mata quem entra nas florestas para desmatar.
Curupira
A Lenda da Mula sem Cabeça
A lenda da Mula sem Cabeça é mais obscura, e tem sua origem nas crenças católicas. A lenda conta que as mulheres que tinham pensamentos impuros ou mantinham algum tipo de relação com os padres se transformavam em Mula sem Cabeça.
O monstro é literalmente uma mula, mas no lugar onde deveria estar sua cabeça há uma espécie de fogueira, ela possui em seus cascos ferraduras de prata ou de aço. A descrição do personagem varia de região para região, mas no geral as suas características são parecidas.
Para tirar essa maldição, é preciso que cabresto que ela possui, ou então furar o animal com um alfinete que nunca foi usado, retirando ao menos uma gota de seu sangue. Feito isso, surgirá no lugar da mula um mulher, provavelmente arrependida de seus pecados.
A Lenda do Lobisomem
Essa lenda faz parte do folclore brasileiro, porém é conhecida no mundo todo. Acredita-se que a sua origem remeta a Grécia Antiga, depois adquiriu novas formas na Europa, e veio para o Brasil por meio dos portugueses durante a colonização.
O personagem seria um homem que possui uma maldição, quando ele se transforma em lobisomem, surge um monstro violento, que possui as formas humanas misturadas as de lobo. O ser se alimenta de sangue, e só volta a ser homem durante a manhã.
Acredita-se que o oitavo filho homem de uma família com sete filhas meninas seria lobisomem, algumas variações dizem que pode ser também o oitavo filho de uma família com sete filhos homens. No norte do Brasil acredita-se que um homem anêmico se transforma em lobisomem e se alimenta de sangue para compensar os seus problemas de saúde. No Sul acredita-se que seja um homem que pratica incesto.
O lobisomem somente surge nas noites de quinta-feira para sexta-feira, em uma encruzilhada, algumas outras versões acreditam que ele apareça somente na lua cheia. No geral esse ser anda por ai se alimentando de sangue, mas em algumas versões ele invade a casa das pessoas e come crianças não batizadas.
Para matar o lobisomem ou tirar o homem da maldição é preciso ferir o lobo, um dos objetos mais falados no folclore brasileiro é uma bala banhada com cera de vela do altar de uma igreja onde deveria ter sido celebrado três missas de domingo.
Lobisomem
A Lenda do Boitatá
O Boitatá é uma lenda do folclore que também possui variações em seu nome, em algumas regiões é conhecido como Bitatá, Biatatá, Baitatá, Batatão. O nome também foi originado na língua tupi-guarani, e significa “cobra de fogo”.
A origem da lenda remota ao século XVI, quando um jesuíta a descreveu. Segundo a lenda, há muitos anos atrás ocorreu uma longa noite que se estendeu por dias, os homens não conseguiam sair para caçar nem pegar lenha para se aquecer. Depois de muitos dias no escuro, uma grande chuva inundou todo o Brasil. Essa chuva despertou uma grande cobra que vivia em um tronco, que saiu comendo os olhos dos animais que haviam morrido. Os olhos fizeram com que a cobra ficasse brilhante como se ardesse em um fogo transparente.
Assim como as outras lendas folclóricas, o boitatá tem variações de acordo com a região em que a lenda é contada.
O animal vive nas matas, protegendo elas contra os homens e principalmente contra incêndios. Algumas lendas o retratam como um ser maligno.
A Lenda do Boto
A lenda do Boto é muito comum na região amazônica do país, e também é chamada de lenda do boto cor de rosa ou Uauiará.
Segundo a lenda, nas noites de festa juninas o boto cor de rosa sai dos rios e se transforma em um lindo homem, vestido completamente de branco. Ele então vai às festas e seduz as jovens solteiras, as convencendo a ir, no final da festa, até o fundo do rio para que possam acasalar. Após o ato ele volta a se transformar em boto, e a mulher tem que voltar para a superfície.
Na cultura popular amazônica acredita-se que os filhos sem pai conhecido são todos filhos do boto cor de rosa.
A Lenda da Cuca
A lenda da Cuca não tem origem no Brasil, foi trazido ao nosso país por meio dos portugueses. A Cuca está ligada ao “bicho papão”, um ser que é temido pelas crianças.
Na lenda brasileira, a Cuca é uma bruxa malvada, que tem um rosto de jacaré e só dorme a cada sete anos, raptando as crianças desobedientes que não dormem na hora certa.
Na cultura popular a Cuca do Sítio do Pica Pau Amarelo se tornou bastante difundida, na história que depois se transformou num programa televisivo, a bruxa vive em uma caverna, é uma mistura de jacaré com mulher, e possui cabelos amarelos.
Lenda da Cuca
A canção de ninar “Nana neném que a Cuca vem pegar” faz referência ao personagem.
A Lenda do Negrinho do Pastoreio
Essa lenda é muito contada no Sul do país, sendo considerada a única lenda que foi realmente criada por lá. A sua origem possui elementos cristãos e africanos.
O Negrinho do Pastoreio era um menino de cerca de 14 anos de idade, escravo de um homem muito maldoso. A lenda conta que em uma noite muito fria o seu patrão mandou ele pastorear alguns cavalos novos que havia comprado, quando o menino voltou o patrão falou que ele havia perdido um dos cavalos, mandando ele voltar imediatamente para procurar, o menino encontrou o cavalo mas não conseguiu o levar de volta.
Quando voltou para fazendo o negrinho recebeu diversas chicotadas e foi amarrado em cima de um formigueiro, o patrão o deixou ali para passar a noite. No outro dia, quando o patrão foi ver o menino, ele estava de pé, sem nenhuma marca em seu corpo, e a Virgem Maria estava alo seu lado. O patrão o pediu perdão, mas ele nada respondeu, somente montou no cavalo baio e partiu dali.
Desde que essa lenda começou a ser contada, quando alguém perde algum objeto, acende uma vela para o Negrinho o ajudar a encontrar.
A Lenda da Iara
A Iara também é conhecida como Uiara, e o nome tem origem tupi, significando “Senhora das Águas” ou “aquela que vive nas águas”.
Na lenda brasileira a Iara é uma belíssima sereia, que vive nos rios do norte do país, ela passa seu tempo brincando com peixes ou penteado seus cabelos e admirando sua beleza. Ela possui um canto belíssimo, que atrai os homens para os rios e lá os mata. Alguns desses homens conseguem escapar, mas, ficam loucos devido aos seus encantamentos, que podem ser retirados por um pajé.
Lenda da Iara
A origem da Iara é que é diferente das histórias de sereia que existem pelo mundo. Iara era uma índia guerreira, tão bela, forte e inteligente que vivia sendo elogiada pelo seu pai. Seus irmãos tinham inveja dela, e então planejaram a matar, mas, Iara ouviu o plano dos irmãos e ela os mata, para se defender.
Após assassinar os irmãos ela foge para a mata, mas o seu pai a encontra e como punição a joga no encontro entre o Rio Negro e o Rio Solimões. Os peixes salvam a jovem e a transformam em uma sereia, e a partir de então ela vive nos rios com o objetivo de matar os homens.
As lendas contadas acima são mais populares em todo o território nacional, porém, além delas, há outras lendas, vamos conhecer elas de forma mais resumida:
Algumas Outras Lendas Populares
A lenda do Acutipuru: O Acutipuru é uma criatura que é pode ser tanto homem como mulher. Quando está como homem fecunda mulheres para que deem a luz a crianças valente, e quando está como mulher dá a luz a meninas.
A lenda do Alamoa: Essa é uma criatura muito atraente, que seduz os homens, após os seduzir ela se transforma em uma figura monstruosa e mata as vitimas.
A lenda do Ahó Ahó: É uma criatura que é bem parecido com uma ovelha, com chifres enormes. Ela devora as pessoas, essa lenda era contada aos índios que fugiam das missões jesuítas, para os assustar.
A Lenda da Barba Ruiva: Dizem que é um menino que foi abandonado pela mãe e então criado pela Iara. Ele tem o poder de se transformar em menino, adulto ou velho.
A Lenda do Bicho-Papão: O Bicho-Papão é um monstro bem conhecido, ele fica escondido, em baixo da cama ou dentro dos armários das crianças, e quando elas vão dormir a assusta e em algumas versões as come.
A Lenda da Caipora: A Caipora é uma criatura que ora é homem ora é mulher, ela é protetora dos animais e das matas. Ela cria pistas falsas para os caçadores, e ainda os assusta com uivos altos, para que eles fiquem perdidos na floresta.
A Lenda do Bradador: É uma alma penada que fica vagando nas floresta por não ter pago todos os seus pecados. Ela fica nas matas nas sextas-feiras depois da meia noite.
A Lenda do Cobra Grande: Filho de uma cobra gigante e de uma índia é uma criatura que foi abandonado no rio quando a sua mãe percebeu que ele tinha características de cobra. Também é chamado de Cobra Norato ou Cobra Honorato.
A Lenda do Jurupari: Possui duas versões populares que representam personagens bem diferentes. Na primeira ele é um Deus que assombra os índios durante o sono, na segunda ele é um índio que veio ao mundo e disse que traria lei aos homens.
A Lenda do Guaraná: O Guaraná é um fruto bem característico do nosso país, e acerca dele surgiu uma lenda bem interessante. Conta-se que um índio ainda criança foi morto pelo Deus da escuridão (Jurupari), e então os membros de sua tribo plantaram seus olhos, foi dai que se originou o guaraná.
A lenda da Mandioca: Assim como a lenda do guaraná, esta relacionada à origem de tal planta. No caso da mandioca conta-se que uma indiozinha chamada Mani morreu e foi enterrada, no local onde estava seu corpo sua mãe chorava todos os dias, como se tivesse regando a terra com lágrimas, então nasceu à mandioca.
A lenda da Mãe de Ouro: O Brasil é um país onde a mineração é muito comum, quando ela começou a ser explorada surgiu essa lenda, conta-se que é uma mulher atraente que pode se transformar em bola de fogo, ela encontra ouro e o protege da extração.
A lenda do Papa Figo: O Papa Figo também é chamado de Homem do Saco. Em ambos os casos é um homem velho e barbudo, que anda por ai com um saco nas costas, onde ele guarda crianças desobedientes, no caso do Papa Figo, a sua intenção é comer o fígado das crianças.
Lenda do Papa Figo
A lenda da Vitória Régia: Essa é uma planta típica da região amazônica. Na região conta-se que uma índia chamada Naiá se apaixonou pelo deus da Lua, chamado Jaci. A índia um dia foi para o rio e viu o reflexo da lua nas águas, ela tentou beijar tal reflexo, mas acabou caindo no rio e morrendo afogada, mas seu corpo foi transformado na planta.
As Brincadeiras Folclóricas Brasileiras
As brincadeiras folclóricas são aquelas passadas de geração para geração, conhecemo-las quando somos crianças por meio dos colegas, que aprenderam com seus pais ou na própria escola, e depois ensinamos nossos filhos, nossos netos, etc. Essas brincadeiras são importantes na vida das crianças, pois estimulam a coordenação, a socialização e a cognição, além de resgatar a história e cultura brasileira.
As brincadeiras possuem modificações de acordo com a região em que ela é replicada, mas em sua essência elas são bem parecidas. Vamos conhecer algumas das brincadeiras folclóricas mais populares:
Amarelinha
Amarelinha
Essa brincadeira tem origem portuguesa, ela também é chamada de avião, academia, maré, macaca, dentre outros nomes. É uma das mais populares entre as crianças no Brasil.
Para brincar basta ter um espaço e um giz, ou um graveto quando o chão é de terra, e então desenha dez quadrados, sendo que a primeira sequência tem somente um, a segunda dois quadrados, depois voltando pra um e assim se alternando.
Depois, a criança joga uma pedra na amarelinha e onde ela não cair não pode ser pisado. A criança irá pulando pelos quadrados, perde quem pisar no quadrado com pedra ou quem pisar fora do contorno dos quadrados.
Corre Cotia
Corre cotia é uma brincadeira que mistura a ciranda e o pega pega. Primeiro sentam-se todas as crianças em uma roda, e somente uma delas vai andar em círculo em volta delas, com um objeto na mão. As crianças cantam a canção tema da brincadeira: “Corre Cotia” e quando ela termina o jogador em pé ira colocar o objeto atrás de um dos membros da roda.
Quando a criança perceber que o objeto está atrás dela, ela sai correndo atrás de quem o colocou, esse deve tentar sentar no lugar vazio, mas se for pego antes terá que continuar a ficar de pé.
Dança da Cadeira
Dança da Cadeira
A dança da cadeira é uma brincadeira bem divertida, tanto para crianças como para adultos. Para jogar basta ter um número de pessoas e uma cadeira para cada, faltando somente uma. As cadeiras são dispostas em roda e as pessoas irão rodar em volta dessas cadeiras enquanto toca uma música, quando a música parar todo mundo deve se sentar, quem não conseguir sentar é eliminado da brincadeira.
Após o primeiro eliminado retira uma cadeira e continua, até que sobre somente uma cadeira e dois jogadores na brincadeira, o vencedor é o que conseguir sentar nessa última cadeira.
Pega-Pega
Uma das brincadeiras preferidas das crianças consiste em reunir um grupo de crianças e um deles ser o “pegador”, que irá correr atrás de todos, se ele tocar em uma delas, ela se torna o novo pegador.
Esconde-Esconde
É um pouco parecida com o pega-pega, mas nesse caso, uma criança irá fechar os olhos e contar até dez, ou até quanto for combinado entre as crianças, e enquanto ela conta todos seus amigos se escondem.
Após terminar de contar a criança sai procurando os outros, em algumas versões da brincadeira quando encontra alguém os dois saem correndo até o “pique” (onde foi feita a contagem), e o que chegar primeiro vence, sendo que o primeiro que for pega irá ser quem vai procurar depois, em outras o último a ser pego, se consegui chegar ao pique primeiro e falar “salvo o mundo” irá salvar todos os seus amiguinhos.
Esconde-Esconde
Cabo de Guerra
O cabo de guerra faz uso de uma corda e dois grupos de crianças divididos igualmente. Para brincar é preciso que cada grupo fique de um lado segurando a corda e é marcado um ponto central bem no meio de cada grupo. Quando dado a largada, os grupos devem puxar a corda de um lado para outro e o grupo que passar pela linha marcada perde.
Cabo de Guerra
Pular Corda
Pular corda é uma brincadeira divertida, pois pode ser feito tanto sozinho como em grupo. Quando feita em grupo, duas crianças rodam a corda para que uma pule, enquanto pulam elas podem cantar cantigas populares.
Pular Corda
Cabra Cega
É parecido com um pega-pega, mas nessa brincadeira a criança que está pegando os outros faz isso com olhos vendados, quando ela encosta-se a alguma criança vai tentar adivinhar quem é, se ela acertar quem foi pego se torna o novo “cabra cega”.
Gato-Mia
O gato mia é uma mistura da cabra cega com o esconde-esconde. A brincadeira pode ser feita em um local claro ou escuro, quando feito no claro quem está procurando os outros deve estar vendado. Na brincadeira os membros tem um tempo para se esconder, quando quem vai procurar entra no local ele grita “gato-mia”, e então as crianças tem que miar igual a um gato. A partir de então ele procura eles, quem for achado primeiro terá que assumir seu lugar na próxima rodada.
Adoleta
Essa brincadeira é ótima para as crianças desenvolveram a coordenação. Elas se posicionam em roda e batem a mão uma nas outras de várias formas, cantando a cantiga “Adoleta”.
Passa Anel
Todas as crianças se organizam em fila, e uma delas fica com um anel na mão, deve ir passando a sua mão por entre a de todas as crianças da fila (que vão estar com as palmas da mão em formato de concha), a criança que está com anel irá deixar ele na mão de algum dos coleguinhas.
Depois, quem estava com o anel escolhe um dos membros da fila para adivinhar com quem ele deixou o anel, se ele acertar ele vira o passador do anel, se não, quem está com ele na mão é que irá recomeçar a brincadeira.
Brincar com Pião
O pião existe há anos e nunca sai do gosto das crianças. Eles podem ser de madeira, os mais tradicionais, ou de outros materiais. Possuem um barbante enrolado na parte de cima, e quando esse é puxado com força o pião irá ficar rodando por um bom tempo. É divertido de brincar sozinho e em grupo, quando pode competir qual pião irá rodar por mais tempo.
Soltar Pipa
Outra brincadeira clássica e que nunca sai de moda, vez ou outra vemos crianças com suas pipas nas ruas. O brinquedo é feito de papel de seda e varetas, possui a rabiola, que é uma linha abaixo da sua estrutura com fitas de plástico amarrada nela.
A pipa ao vento voa facilmente, e basta à criança controlar ela no ar. Os locais com poucos fios elétricos são ideias para soltar pipa, sozinho ou em grupo.
Bolinha de Gude
Bolinha de Gude
As bolinhas de gude já são bonitas por si só, na brincadeira, faz um círculo com bolinhas de todos que estão brincando, e cada um irá tentar tirar daquele círculo a bolinha do seu adversário. Normalmente quem consegue tirar ganha a bolinha do outro.
Forca
A forca pode ser brincada em dupla ou em grupos maiores, tanto por adultos como crianças. Escolhe um tema para um dos membros da brincadeira escolher uma palavra, cada jogador tentará adivinhar a palavra escolhida, primeiro falando letras que pode compor ela, já que no quadro ou papel estará o número de letras que tem a palavra. A cada erro é adicionado uma parte do corpo humano em uma forca, e a cada acerto a letra é adicionada a palavra.
Ganha quem conseguir adivinhar, ou então todos perdem caso seja desenhado o homem todo na forca.
Crenças Populares Da Cultura Brasileira
Há diversas crenças populares, ou superstições (como também são chamadas), que fazem parte da cultura brasileira e são parte também do nosso folclore. Vamos conhecer algumas:
- Quem se quebra um espelho tem sete anos de azar;
- Para espantar o mau olhado, basta colocar uma ferradura atrás da porta;
- Quando a grávida tem um desejo ele deve ser concedido, se não a criança pode nascer com “cara” daquilo, ou ainda ter mania de tal coisa;
- Atravessar em baixo de escadas ou os gatos pretos dão azar;
- Comer romã no Ano Novo para ter fortuna no novo ano;
- Bater três vezes na madeira para espantar coisas ruins;
- Pé de coelho trás sorte e trevo de quatro folhas também;
- Apontar para as estrelas da verruga nos dedos;
As Danças Folclóricas
As danças fazem parte da cultura e das tradições de cada região do país. A maioria dessas danças tem origens nas culturas africanas, europeias e indígenas, sendo que cada uma delas tem uma influencia maior de um desses três povos. Geralmente as danças são apresentadas em conjunto, com músicas e figurinos tradicionais. Vamos conhecer um pouco sobre algumas dessas danças:
Bumba Meu Boi
A dança do bumba meu boi ou boi-bumbá é comum no nordeste e no norte do país. Possui traços das culturas espanholas, africana, portuguesa e indígena. A dança se assemelha muito a um teatro, que conta a história da morte de um boi, com vários personagens, um touro gigante todo enfeitado, muitas vestes coloridas e animação entre os participantes.
Samba de Roda
Samba de Roda
Essa dança surgiu na Bahia, mas tomou conta do país todo. A dança se assemelha a capoeira e também ao culto de orixás, é uma variável do samba, aonde todo mundo irá se posicionar em roda.
Frevo
O frevo é típico de Pernambuco, dançado principalmente durante o carnaval. Nele os dançarinos vestem vestes coloridas e seguram guarda-chuvas, que são usados para a dança. É uma dança frenética.
Maracatu
A dança também é típica do nordeste. O nome significa “batuque”, e consiste nisso, uma dança com batuques marcantes. A dança apresenta várias características religiosas.
Baião
Típico do nordeste brasileiro tem influência das músicas caipira e das danças indígenas. Os movimentos são parecidos com o forró.
Quadrilha
A quadrilha é popular no país todo. A dança é feita durante as festas juninas, com vários casais com vestes caipiras, em cada região a quadrilha possui seus próprios elementos.
Catira
É popular em vários estados brasileiros, é uma dança acompanhada ao som de viola e possui vários elementos caipiras.
Jongo
Também chamada de caxambu, é uma dança da zona rural, dançada junto de instrumentos de percussão.
As Músicas Folclóricas
Fazem parte das músicas folclóricas aquelas canções que são conhecidas por todos, muitas vezes os autores das mesmas nunca foram conhecidos ou já foram esquecidos. Essas canções geralmente são cantadas pelas crianças, que quando se tornam adultas ensinam novas crianças e se torna um ciclo, além disso, elas são reproduzidas por artistas para o público infantil.
Possuem como sua característica principal terem letras simples e repetidas, tendo variações de acordo com a região, e um ritmo mais empolgante.
Algumas das canções folclóricas mais populares:
- Pombinha Branca;
- O cravo e a Rosa;
- Marcha Soldado;
- Alecrim dourado;
- Se essa rua fosse minha;
- Escravos de Jó;
- Fui ao Tororó;
- Meu limão, meu limoeiro;
- Marinheiro só;
- A barata diz que tem;
- Como pode o peixe vivo;
- A canoa virou;
- Boi da cara preta;
- Cachorrinho;
- Capelinha de melão;
- Corre cotia (canção da brincadeira);
- Adoleta (canção da brincadeira).
As Festas Folclóricas
As festas folclóricas são as festas típicas das regiões, ou do país todo. Essas festas ocorrem com apoio do governo na maioria das vezes, pois é uma maneira de incentivar a cultura na população. Há diversas festas típicas no Brasil, vamos conhecer algumas delas:
Folia de Reis
Folia de Reis
Essa festa é comemorada em várias partes do país, durante os dias 24 de dezembro até 06 de janeiro. A festa é comemorada devido à visita que o menino Jesus recebeu dos três reis magos, um dia após o seu nascimento. A folia de reis visita às casas, onde cantam modas de viola e fazem danças típicas como o cateretê e o catire.
Lavagem Da Escadaria Do Bonfim
Tal festa ocorre somente na Bahia, desde o ano de 1974, durante a segunda quinta-feira de janeiro. Durante o dia, diversas baianas vestidas com trajes do candomblé, lavam o chão da Igreja do Bonfim com água de cheiro. Depois, elas seguem em procissão até a Igreja de Conceição da Praia, acompanhadas por centenas de pessoas, normalmente vestidas de branco.
Carnaval
Com certeza é a festa mais popular do Brasil, comemorado em todos os estados brasileiros, e atraindo pessoas do mundo todo para o nosso país. Durante os dias do carnaval cada região tem seu jeito de comemorar, mas no geral existem escolas de samba, trios elétricos, blocos de carnaval, marchinhas em bailes em quase todas as cidades do país.
Carnaval
Festa do Divino
Essa festa é comemorada em vários estados brasileiros, como no Maranhão, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e na Bahia. É uma festa católica, que celebra a vinda do Espírito Santo sobre a Virgem Maria e os apóstolos de Jesus. Durante ela ocorrem missas, novenas, teatros e procissões.
Festa Junina
Festa muito famosa em todo o Brasil, ocorre entre os dias 23 e 29 de junho, durante a celebração há danças de quadrilha, forró, música caipira, diversas barraquinhas com comidas típicas, como pamonha, canjica, quentão, além de decoração com bandeirinhas e fogueira.
Boi-Bumbá
A festa ocorre no Maranhão desde o século XVIII, ocorrem danças e encenações que contam a história de um boi que foi morto por que uma gravida desejava comer sua língua, depois de morto ele ressuscita.
Festa de Paritins
É a mesma celebração do Boi-Bumbá, mas ocorre na cidade de Paritins no Amazonas. É uma competição entre duas equipes, com músicas, danças e teatros repletos de mitos dessa região. Essa festa atrai turistas da região e do Brasil todo.
Cavalhadas
Ocorre nos estados de Goiás, Paraná, Bahia e Minas Gerais, foi trazida ao Brasil pelos padres jesuítas, e reproduz os torneios medievais, com desfiles e corridas de cavalo.
Festa do Congado
A congada ocorre no mês de agosto, é tradição do estado de Minas Gerais, e tem como sua origem as religiões de matriz africana. Durante a congada há diversas danças, coroações e cantos.
Círio de Nazaré
Ocorre em outubro no Paraná, é uma procissão católica que atrai fiéis do país todo.
Oktoberfest
Oktoberfest
De origem alemã é extremamente tradicional em Blumenau, no estado de Santa Catarina. É a festa da cerveja, com comidas, diversas cervejas artesanais, além de trajes típicos, música, danças e tiro ao alvo.
A Literatura Folclórica
Vários tipos de literatura são conhecidos como literatura folclórica. Vamos conhecer algumas delas abaixo:
Literatura de Cordel
São livros normalmente de poesia, na maioria das vezes ilustrada e escrita em linguagem informal. Esse tipo de literatura é muito comum no nordeste. Os livros são expostos para venda por meio de um barbante, todos pendurados no mesmo, por isso o nome “literatura de cordel”. Os assuntos são variados, sobre amor, situações sociais, mitos sertanejos e problemas da sociedade.
Adivinhações
- As adivinhações são perguntas, normalmente desafiadoras e conteúdo ambíguo. Ex: “O que é o que é? Está no meio do começo, está no começo do meio, estando em ambos assim, está na ponta do fim?” Resposta: a Letra M.
Provérbios
São ditados com ensinamentos. Ex: “A fome é o melhor tempero”.
A Fome É O Melhor Tempero
Anedotas
São piadas, ou pequenas narrativas com fim engraçado, que tem objetivo de causar riso no leito ou ouvinte. Possui diversos estilos, no Brasil as piadas mais tradicionais envolvem um personagem “Joãozinho”, piadas sobre sexo, ironizando portugueses, mulheres, caipiras, padres, papagaios, etc.
Trava-línguas e Parlendas
Os trava-línguas são frases difíceis de pronunciar, já as parlendas são rimas infantis. Ex: “Num ninho de mafagafos tem seis mafagafinhos; quem desmafagafizar esses seis mafagafinhos bom desmafagafizador será”.
Frases De Para-Choque De Caminhão
De tão comum isso se tornou uma tradição, são frases pintadas no para-choque pelos caminhoneiros. Algumas tem sentido engraçado, religioso, visões sobre o mundo, dentre outras possibilidades.
Consegue perceber como o folclore brasileiro é extremamente rico? O vídeo abaixo faz um resumo sobre tudo o que foi mostrado aqui, mostrando os principais personagens do folclore e o que mais o compõe. Acompanhe:
