História do Judaísmo
O judaísmo é considerada a primeira religião monoteísta – que acredita em um único Deus – da história do mundo, tem seu início em mil e oitocentos antes de cristo, quando, segundo relata o antigo testamento da bíblia, Abraão recebeu um sinal de Deus para que abandonasse sua antiga religião, e fosse viver em Canaã, que é onde hoje se localiza a Palestina. O filho de Abraão, Jacó, que tem seu nome mais tarde mudado para Israel, teve doze filhos, esses doze filhos deram origem as doze tribos que formam o povo judeu. A história do povo judeu é sofrida e árdua, foram escravizados no Egito por cerca de quatrocentos anos. Sua fuga, história muito conhecida, foi comandada por Moisés, fuga essa que durou quarenta anos, até que receberam um sinal para retornar a Canaã, lá se instaurou o Reino de Israel e o Reino de Judá. O reino de Israel sofreu algumas invasões que fizeram com que o povo judeu fosse sendo espalhado, primeiro com a invasão babilônica, depois com os romanos, causando grandes diásporas judaicas. Com isso, o povo judeu se espalhou pelo mundo, mas grande parte manteve sua cultura e também sua religião. Em mil novecentos e quarenta e oito foi criado o estado de Israel.
O Judaísmo no Brasil
Segundo dados do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há cento e sete mil, trezentos e vinte e nove judeus no Brasil, isso faz com que seja a segunda maior comunidade judaica da América Latina, e a décima primeira do mundo.
Os primeiros judeus que chegaram ao Brasil vieram junto de Pedro Alvares Cabral, em mil e quinhentos, em sua tripulação estavam dois judeus, o médico da Coroa Portuguesa, Mestre João, e também Gaspar da Gama, um intérprete. Ao longo dos primeiros anos do Brasil colônia, muitos judeus que pretendiam fugir do catolicismo vigente em Portugal tentavam vir para o Brasil, pois a terra nova poderia ser um local para suas práticas sem pertubações. Em mil seiscentos e trinta quando ocorreram as invasões holandesas do Brasil, também vieram alguns judeus que foram recebidos pela comunidade que já havia aqui se estabelecido. A primeira Sinagoga das Américas foi fundada em Recife. Mas a Inquisição (período que a igreja católica decidiu combater outras religiões), fez com que a maioria dos judeus do país se convertessem ao Cristianismo, os que não quiseram acabaram por serem julgados e mortos.
Mas alguns anos mais tarde, após esse período de retaliação, houve uma nova onda de Judeus vindo ao Brasil, por volta de mil oitocentos e dez, a maioria de estabeleceu na Amazônia, e principalmente em Belém, onde foi fundada a mais antiga sinagoga em funcionamento e também o primeiro cemitério Judeu do país. Com a proclamação da república, e a Constituição Republicana de mil oitocentos e noventa e um, ficou garantindo a separação entre o Estado e a Igreja, e também a liberdade de religião, o que trouxe novos imigrantes para o país. Com a ascensão do nazismo, muitos judeus também escolheram o Brasil para fugir, encontrando aqui um local que não possui muita resistência para a sua religiosidade (não há grande preconceito com os judeus no país apesar de sermos majoritariamente católicos). Os estados que tem mais quantidade de judeus são: São Paulo, em Bom Retiro, também há uma concentração no Rio de Janeiro e no Sul do país, em outras regiões eles também vivem, porém em menor número. Porém, o país não acolheu exatamente bem os imigrantes, no período da segunda Guerra mundial devido ao nazismo, foram admitidos somente doze mil judeus no país, em contrapartida, anos antes, entre mil novecentos e dezoito e mil novecentos e trinta e três, haviam sido admitidos no país cerca de noventa e seis mil judeus, porém esses números podem ser diferentes dos reais, pois muitos entravam no país por vias clandestinas. Apesar disso, toda a América Latina foi um importante destino para os que sobreviverem do holocausto.
Os judeus que vivem hoje no Brasil possuem papeis importantes na economia, no meio politico, também há destaques nos esportes, no meio acadêmico, enfim, estão integrados no cotidiano brasileiro. É importante ressaltar que o Brasil condena o anti-semitismo (preconceito com judeus), sendo inclusive constado na lei. No Código Penal consta que é ilegal escrever, publicar, editar ou vender literatura que promova o anti-semitismo ou racismo, podendo ser julgado com cinco anos de prisão por crime de racismo e/ou intolerância religiosa, ou pagamento de multa. Também há na lei brasileira a proibição de fabricar ou comerciar suásticas no país, previsto uma pena de dois a cinco anos.
Alguns brasileiros judeus famosos são: Clarisse Lispector, Mário Schenberg, Leopoldo Nachbin, mais atualmente podemos citar Luciano Huck, Mateus Solano, Silvio Santos, Marcos Mion, Claudia Ohana, dentre outros. As comunidades judaicas do país mantém suas crenças e tradições nos dias de hoje, se adaptando facilmente ao país.
Uma curiosidade é que muitos dos brasileiros tem descendência judaica, e a maioria nem sabe ou então não considera essa descendência. Isso se dá por que antes da Inquisição, havia uma comunidade próspera de judeus no país, que acabaram por ser obrigados a se tornarem cristão. Então, apesar dos que ainda são judeus em sua maioria declararem que tem origem judaica, pode-se haver diversos outros brasileiros com essa origem e que não detém conhecimento da mesma.
Neto
