O Limite
Tive a oportunidade uma vez, de transportar ao hospital, um adolescente que excedeu no limite de álcool e precisou de socorro médico.
Você algum dia passou e muito do ponto na ingestão de bebida alcoólica? Eu já e te afianço que a sensação não é das mais agradáveis. A cabeça parece estar em um parque de diversões, girando, girando e girando. Com os olhos fechados, a cabeça fica como se fosse trincar de dor, prometemos nunca mais repetir aquela exagerada dose completamente supérflua de teor etílico.
O interessante é que da próxima vez que participamos de um evento festivo, pelo menos para nosso entendimento, nos esquecemos daquele porre anterior e corremos o risco de reincidir no erro. Sim, chamo de erro, pois passar do limite é um erro.
Respeitar a Regra
Toda máquina opera de uma maneira e executa uma tarefa. O liquidificador tritura, de acordo com a viscosidade da matéria-prima oferecida. O cortador de grama gira de acordo com sua potência executando aquele serviço. O perfurador de papéis executa tantos furos solicitados, conforme a quantidade de folhas que nele colocamos. Cada um desempenhando sua tarefa, e só. O que passar de sólido, o liquidificador o travará. O que for demasiado forte, o cortador de grama não terá capacidade de cortar, e, se forçarmos, queimará. O perfurador de papéis se abusado na quantidade de folhas, entortará ou quebrará.
O Ser Humano
E o ser humano? Máquina completa, complexa e com tamanha capacidade de reorganização e reestruturação de idéias. Já parou para pensar na quantidade de operações complexas que a máquina humana está apta a realizar? Enquanto fabricamos uma máquina específica para uma operação, a máquina humana está capacitada para inúmeras atividades, das mais simples às mais complexas, tanto no âmbito físico como intelectual. Trata-se de uma máquina excepcional!
Maus Tratos?
De tão brilhante que é esta máquina que a expomos à tortura e desrespeito, usando e abusando sem parcimônia de tamanha capacidade. Por anos e anos, fumamos, nos alimentamos inadequadamente, não fazemos exercícios físicos, não amamos adequadamente, remamos contra a corrente e quando adoecemos, queremos que o resultado no retorno à saúde seja num passe de mágica. Desrespeitamos literalmente o corpo e quando ele “quebra”, achamos que o conserto pode ser rápido. Às vezes, nem tem conserto.
E o Limite?
Falávamos sobre a ingestão de bebida alcoólica. Sabe quando o sentido está “girante” após uma quantidade aceitável de cerveja? Que hora boa não? Qual é a hora de parar? Devo aceitar a pressão do grupo e continuar a tomar? Devo no embalo tomar mais e mais? É difícil estabelecer a hora de parar ou continuar.
Para um homem de meio século de vida é mais fácil saber se parar ou se continuar, mas para um adolescente, é difícil medir o continuar ou o parar. Importante na fase jovem quando ainda não sabemos o limite, é procurar sobreviver aos perigos inerentes àquele estado de embriaguês. Boa sorte aos que ainda estão nessa fase!
Autor: Dirceu Pereira Mendonça