Quando paramos para observar o que nos cerca percebemos que nada permanece igual indefinidamente. Dessa forma, podemos dizer que existe um tipo de evolução contida em cada parte do nosso dia a dia. Com a humanidade não foi diferente. Nesse caso, a evolução é chamada de Evolução Biológica.
Quem se interessa pelo assunto vai gostar de conhecer algumas definições e exemplos que tornam menos abstrato esse conceito tão importante para a humanidade.
O Que é Evolução Biológica?
Para começar, é importante ter uma boa definição do que é a Evolução Biológica. Basicamente, é o ramo da Biologia que estuda as mudanças de características hereditárias ao longo de diferentes gerações de uma mesma população. Dessa forma, as populações de organismos vão mudando ao longo do tempo.
Quando observamos a questão da Evolução Biológica pelo ponto de vista genético, podemos definir também como sendo um alteração de uma frequência de alelos ou mesmo de um conjunto de genes em uma população em diferentes gerações.
Como Acontecem Essas Mudanças?
Um pequeno parêntese nessa explicação sobre o que é a Evolução Biológica é saber como podem acontecer essas transformações, pois com certeza existem fatores que impulsionam essas mudanças.
Uma explicação plausível para essas transformações são as mutações que ocorrem nos genes e que assim produzem novas características nos mesmos. Assim, os próximos indivíduos já recebem uma informação genética hereditária diferente.
Outra explicação é a transferência de genes que é chamada de Migração. Trata-se da transferência genética entre as populações, o que resulta em uma carga genética diferenciada para ambos os envolvidos.
Porém, é considerado que essas mudanças se tornaram uma evolução quando elas passam a ser predominantes na espécie. Isso pode acontecer tanto pelo processo de Seleção Natural (sobrevivência do mais forte ou mais adaptado) como de Deriva Genética (existe um componente aleatório que determina mudanças genéticas nos indivíduos da espécie).
Hereditariedade
A Hereditariedade é um dos conceitos mais importantes para explicar a Evolução Biológica. Trata-se da carga genética que fornece alguma característica particular para os indivíduos. A cor dos olhos dos seres humanos é um bom exemplo de herança genética, pois é formada a partir dos alelos dos pais.
As características que se “herda” dos pais são controladas por genes e o conjunto dos mesmos no Genoma compõem o Genótipo. Já as características que aparecem devido a interação do genótipo com o ambiente constituem o fenótipo.
Variação
Outro conceito bastante importante no estudo da Evolução Biológica, pois explica por que acontecem as transformações. A variação tem como base a observação da interação do genótipo com o ambiente, gerando os fenótipos. Quando ocorrem mudanças nos fenótipos, pode se dizer que aconteceram mudanças também nos genótipos.
Em suma, quando um genótipo interage com o ambiente e gera um fenótipo que se altera, podemos dizer que o primeiro também está sendo modificado. A origem dessas transformações são quase sempre alterações genéticas.
Os Mecanismos da Evolução Biológica
Adaptação
Quando o assunto é a Evolução Biológica é natural que uma das primeiras palavras que nos venham à mente seja “adaptação”. Pois, todos os seres que vivem atualmente na Terra estão adaptados a ela. Se não fosse assim não sobreviveriam no ambiente e é por isso que existe um tipo de ajuste entre o meio e o ser vivo que viverá lá.
Um exemplo são os cactos que sobrevivem em regiões desérticas porque conseguiram se adaptar ao tempo seco e quente. Outras plantas não conseguiram viver nas mesmas regiões e por isso, não enfeitam as regiões de deserto como os cactos. São inúmeros os exemplos que demonstram que a adaptação faz parte da vida dos seres e dos ambientes.
Adaptação é Fixista ou Transformista?
A adaptação é conceito observado e aceito pela humanidade desde o tempo da Grécia Antiga. Porém, como essa adaptação acontecia, gerou uma grande discussão. Existem duas correntes que visam explicar esse tipo de adequação.
A primeira é a Fixista que pode também ser chamada de Criacionista. Tal teoria diz que Deus criou todas as criaturas para que elas se adaptassem aos ambientes. Dessa forma, essa capacidade de se adequar ao meio, seria um dom dado por Deus.
Ao longo do século XIX, a corrente Transformista foi ganhando mais espaço e a sua principal tese era de que a adaptação era um processo dinâmico pelo qual passavam as espécies. Assim, depois de algumas mudanças ao longo das gerações, apareciam os indivíduos mais adaptados. O conceito principal era de que quando muda o meio, a espécie também se modifica.
Evolução Biológica = Transformação em Andamento
Os conceitos da corrente Transformista são os mais corretos, pois não observam as mudanças evolutivas como meros acontecimentos fixos, mas sim como algo que vai acontecendo ao longo do tempo.
Por isso, podemos dizer que Evolução Biológica é igual a uma transformação constante dos indivíduos de uma espécie. Sempre que um novo elemento surge no ambiente, essas espécies vão se adaptando para se tornarem mais fortes e resistentes. Veja agora alguns exemplos disso.
Bactérias Adaptadas a Antibióticos
Provavelmente, você já ouviu alguém dizer que determinado antibiótico não faz efeito. Em parte é verdade, pois durante muito tempo os antibióticos foram utilizados de forma indiscriminada e de tanto serem usados, acabaram trazendo a possibilidade de algumas bactérias evoluírem, se tornando mais resistentes.
Quando alguém toma muitos antibióticos acaba apenas fazendo uma seleção natural entre as bactérias. As mais resistentes e adaptadas sobrevivem ao ataque do remédio. Em um primeiro momento, não existem muitos indivíduos resistentes, porém ao longo do tempo em que foram sobrevivendo, acabam se proliferando e aumentando a sua população.
Insetos que Resistem a DDT
O DDT é um forte tipo de inseticida, porém, quando utilizado em grandes quantidades para se livrar dos insetos, pode acabar gerando a adaptação dos mesmos assim como a proliferação das bactérias contra os antibióticos.
Ao longo do tempo, as espécies vão desenvolvendo características genéticas que as tornam mais fortes e resistentes às ameaças do meio. Se em um primeiro momento as moscas não estavam habituadas a um mundo com a presença de DDT, depois de tanto contato com a substância, passaram a se adaptar a esse elemento.
Esses são dois exemplos clássicos de como as espécies podem sim se adaptar ao meio em que vivem e à diferentes situações.