Muitos países, inclusive o Brasil (com as usinas nucleares de Angra), possuem programas de utilização de energia nuclear, que possui um grande potencial energético, no entanto proporcionam muitos riscos à sua exploração.
Esses riscos são tantos, que alguns acidentes nucleares já ocorreram por todo o mundo, tanto que o dia 26 de abril de 1986 está marcado na história mundial como a data do maior acidente nuclear acontecido na história de toda a humanidade.
Esta tragédia aconteceu na cidade ucraniana de Chernobyl e afeta a vida das pessoas até os dias de hoje, além de ter colocado em dúvida se vale a pena ou não fazer uso de energia nuclear, devido aos inúmeros riscos que as pessoas acabam estando expostas.
O Que É Energia Nuclear?
A energia nuclear ou energia atômica é a energia obtida pela quebra do átomo de urânio, que libera um imenso contingente energético. No início, o uso da energia nuclear tinha intuitos bélicos e militares, no entanto foram desenvolvidas pesquisas para produzir energia elétrica com o uso da energia nuclear.
Esta fonte alternativa de energia gera bastante desconfiança pelo fato de gerar muitos riscos pelas pessoas e como será tratado o lixo atômico que polui o meio ambiente e pode afetar pessoas e animais.
Apesar dessa questão da insegurança, a energia nuclear tem vários pontos positivos, como por exemplo:
a) Não prejudica a camada de ozônio, pois não contribui com o efeito estufa;
b) As reservas de energia nuclear existentes são maiores que as de combustíveis fósseis;
c) As usinas de energia nuclear precisam de áreas menores que as usinas de combustíveis fósseis;
d) O uso da energia nuclear permite que os países tenham independência energética;
O Acidente Nuclear de Chernobyl
O acidente nuclear ocorrido em Chernobyl é decorrente de testes feitos em um dos reatores (o de número 4). Na realização dos testes, uma série de regras de segurança precisariam ser descumpridas e o sistema automático de segurança foi desligado. No entanto, o reator não estava preparado para trabalhar em baixa potência e acabou explodindo e liberou uma imensa fumaça que possuía elementos radioativos (urânio, boro, cádmio, iodo, césio e outros).
As partículas de energia nuclear presentes nessa fumaça foram se espalhando pela região através da ação do vento e geraram uma contaminação radioativa 400 vezes maior que a ocorrida nos ataques nucleares feitos durante a Segunda Guerra Mundial, nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Para a ocorrência deste acidente, não houve um motivo único e determinante para o fato, mas sim tiveram vários motivos. Entre as causas da ocorrência do acidente, temos as seguintes:
a) Falha no projeto de construção dos reatores;
b) Os operadores possuíam pouca instrução para operar os equipamentos;
c) A falta de comunicação entre os operadores e os responsáveis pelos equipamentos de segurança;
d) Falha humana no uso das hastes de controle dos reatores que geraram as altas temperaturas e que destruíram o reator;
e) Falha no seguimento das normas de segurança na operação da energia nuclear;
O acidente foi tão forte que matou diversas pessoas (de maneira imediata, cerca de 30 pessoas) e o governo soviético tentou manter a situação sem ser divulgada. No entanto, muitas pessoas foram expostas a altos níveis de radiação, o que acabou contaminando milhares de pessoas, devastando a cidade de Chernobyl.
Em torno de 200.000 pessoas foram expostas a altíssimos níveis de radiação. Além disso, a nuvem de radiação formada pelo acidente em Chernobyl foi tão forte e impressionante que podia ser notada em outros países da Europa: Bielorrússia (o país mais afetado com o acidente, pois cerca de 60% da radiação foi lançada em direção ao território do país), Suécia, Bélgica, Eslováquia, Grécia, Romênia, Bulgária, Turquia, França, Itália, Dinamarca e outros.
Entre os efeitos naturais causados pela radiação do acidente nuclear de Chernobyl, podemos destacar a ocorrência de chuvas radioativas que podiam ser detectadas em vários desses países atingidos.
Pessoas que viviam em regiões distantes a Chernobyl também sentiram os efeitos e acabaram sendo contaminadas pelo efeito radioativo do acidente, que por todos esses motivos é considerado o maior acidente nuclear da história da humanidade. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas) morreram em torno de 4.000 pessoas devido ao acidente nuclear, no entanto existem organizações que afirmam que o numero de mortos decorrentes do acidente nuclear de Chernobyl ultrapassa as 100.000 pessoas.
As Ações Contra A Radiação
Logo após o acidente (abril/1986), o governo soviético (na época a Ucrânia pertencia a União Soviética), tomou diversas atitudes com o objetivo de combater os efeitos da radiação que se espalhava em forma de nuvem radioativa. Foi organizada uma grande operação com o objetivo de amenizar os efeitos radioativos, onde mais de 600.000 pessoas estiveram envolvidas.
Entre as ações tomadas estão o derramamento de chumbo e areia, com o objetivo de abafar o fogo e absorver a radiação, procurando evitar que essa se espalhasse cada vez mais.
Em maio/1986, o fogo do reator e a radiação conseguiram ser devidamente controlados. O governo retirou toda a população de Chernobyl e mais de 200.000 pessoas foram conduzidas para locais com menor incidência de contaminação radioativa.
As pessoas precisaram passar por tratamento com aplicação de iodo, e o governo construiu uma espécie de sarcófago, que foi colocado ao redor do reator acidentado, para que o restante da radiação existente fosse absorvida.
Chernobyl Nos Dias Atuais
Depois de 27 anos do acidente nuclear, as cidades de Chernobyl e Pripyat ficaram desertas, verdadeiras cidades abandonadas.
De acordo com os estudos, ainda apresenta riscos ao meio ambiente, pois as espécies animais que viviam na região foram devastadas, e a sua recuperação está sendo mais lenta do que o esperado, e outro fato é que os animais avaliados apresentam cérebros menores do que animais similares e que vivem em regiões não afetadas pela radiação.
Com relação às pessoas, a exposição à radiação aumentou o número de casos de pessoas que desenvolveram câncer, principalmente na tireoide. Os níveis de câncer nas cidades próximas a região afetada tiveram um aumento de aproximadamente 45%.
No entanto, a enfermidade possui tratamento, e a taxa de sobrevivência nesses casos registrados nas pessoas que viviam em Chernobyl e cercanias é de aproximadamente 99%.
Outro grave problema é que, as pessoas que são descendentes daqueles que foram atingidos pela radioatividade do acidente nuclear de Chernobyl, nasceram com problemas congênitos e com diversas anomalias genéticas.
De acordo com os acordos, a usina de Chernobyl deve ficar totalmente desativada no ano de 2065, quando os estudos estimam que os níveis de radioatividade do lugar devem estar regularizados a um nível normal.