As estrelas além de servirem de guia de navegação e tempo para os povos antigos, também inspiraram vários mitos. Em particular as estrelas plêiades e a Via Láctea inspiraram diversos mitos entre povos espalhados por todo o mundo, dos gregos aos astecas.
Coiote
De acordo com a mitologia Navajo, a Via Láctea foi criada pelas traquinagens do deus Coiote. Quando o mundo foi criado, o povo sagrado se reunião ao redor do Deus Negro para colocar as estrelas no céu. Mas Coiote cansou-se da lentidão do processo.
Em sua ansiedade ele decidiu colocar uma estrela vermelha, Ma’iio (aquela que vaga),
no sul. Essa estrela simboliza o Coiote e só aparece durante um curto período do ano e é sinal de problemas para o povo Navajo. Coiote continuava insatisfeito com o progresso do povo sagrado e jogou o saco de estrelas para o alto, formando assim a Via Láctea.
As sete Krttika
Na mitologia Hindu, dizia-se que as estrelas que formam o corpo de Ursa Maior são os sete sábios chamados Rishis. Eles eram felizes e casados com as sete irmãs chamadas Krttika. Originalmente viviam todos juntos nos céus do norte. Porém um dia o deus do fogo, Agni, apaixonou-se pelas sete irmãs. Tentando esquecer seu amor, ele vagou pela floresta aonde encontrou Svaha, a estrela Zeta de Touro.
Svaha se apixonou por Agni e disfarçou com a forma de seis das sete Krttika, fazendo o deus acreditar que havia conquistado as esposas dos sete Rishis. Ela teve um filho e rumores diziam que as seis Krttika eram sua mãe. Seis dos sete Rishis então se divorciaram de suas esposas, sendo apenas Arundathi a permanecer com o marido como a estrela Alcor. As outras seis partiram para se tornar as Plêiades.
O cabelo de Berenice
Berenice era esposa de Ptolomeu III, um rei do Egito em 200 a.C. De acordo com a lenda ela prometeu sacrificar seu cabelo para a deusa Vênus dos romanos se os deuses trouxessem seu marido de volta da guerra a salvo. Quando Ptolomeu retornou são e salvo, ela cortou seu cabelo e ofereceu-o no templo de Vênus como prometido, mas o cabelo desapareceu. O astrônomo real disse então a Ptolomeu que o cabelo se tornara uma constelação no céu noturno, conhecido até hoje como “Coma Berenices” ou “o cabelo de Berenice”.
Tianquiztli
As plêiades eram conhecidas pelos astecas como Tianquiztli, que significa “mercado”. Os astecas eram ótimos observadores dos astros.
Eles mediam o tempo de acordo com o movimento das estrelas e do Sol, seu calendário se baseava em ciclos de cinqüenta e dois anos. Eles observavam as plêiades cuidadosamente para saber se o mundo estava próximo do fim.
No fim de cada ciclo uma cerimônia religiosa era necessária para assegurar o movimento do cosmos e o renascimento do Sol. Os astecas acreditavam que poderiam impedir a chegada dos demônios das trevas aos oferecer aos deuses sacrifícios humanos.