O Que é o Clero?
O conjunto de sacerdotes ou clérigos sagrados recebe o nome de Clero que tem como responsabilidade ministrar um culto religioso. Para a organização da Igreja Ortodoxa o clero é o grupo formado por ministros sagrados que tiveram o sacramento da Ordem. O clero pode ainda ser dividido em dois grupos sendo o clero regular e o clero secular.
O clero regular é aquele composto de religiosos consagrados que vivem sob as regras da ordem religiosa. Já o clero secular que vem do latim “sæculum” (mundo) é o que se dedica a realizar as atividades direcionadas para o público. Dentre as funções do clero secular estão as mais diferentes formas de apostolado e a administração da Igreja.
Hierarquia Ascendente
A divisão do clero é feita com hierarquia do tipo ascendente tendo como base 3 graus do Sacramento da Ordem que incluem: o Episcopado, o Presbiterado e o Diaconado. A hierarquia tem início com o simples diácono, depois vai para o presbítero que é o padre, chega ao bispo, arcebispo, primaz, patriarca (nos casos particulares), cardeal e então chega ao Papa. Para o clero regular existe uma hierarquia particular e títulos eclesiásticos diferenciados, contudo, existe a subordinação ao Papa.
Poder
A Idade Média foi um momento histórico em que a fé ganhou dimensões muito mais amplas e dessa forma a Igreja passou a contar com poderes econômicos e políticos bastante grandes. Como a Igreja era aliada do Império passou a manter vigilância para tentar apartar qualquer indício de dissidência dos fiéis. Devido a isso a Igreja passou a ser contemplada com enormes propriedades de terra. O poder fez com que a Igreja passasse a contar e exigir mais devoção da população.
O Papa
Os católicos entendem que o grande chefe da Igreja é o Papa, este é escolhido pelo Colégio de Cardeais. Contudo, o Papa conta com aconselhamento do próprio colégio dos cardeais além da Cúria Romana e também do Sínodo dos Bispos. Dentre as atribuições do Papa estão ser o Vigário de Cristo na Terra, garantir que os homens mantenham a sua integridade e fidelidade a fé. O Papa ainda deve corrigir, se isso se mostrar necessário, qualquer tipo de interpretação errada da palavra católica.
Para a Igreja os Bispos representam os Doze Apóstolos sendo o Papa o sucessor do Apóstolo São Pedro, devido a isso ele tem tantos privilégios. O clero tem suas atividades e a sua disciplina observadas e supervisionadas pela Congregação para o Clero no caso dos padres e diáconos assim como pela Congregação para os Bispos no caso do episcopado. Para o clero de rito oriental existe ainda a supervisão da Congregação para as Igrejas Orientais.
A História do Clero
Durante a Idade Média o clero possuía grande privilégio e prestígio devido ao fato de afirmarem que faziam a ligação entre os homens e Deus. Os monges que ficavam nos mosteiros rurais tinham acúmulo de funções, faziam a pregação e celebravam cultos para ajudar aqueles que necessitavam.
O clero, por sua vez, consistia no extrato social que tinha ligação com o culto religioso que se chamava de cristão. É interessante observar que antes da sociedade feudal o clero já tinha um papel de grande importância. O prestígio do clero em relação as populações cristãs mesmo durante a dominação muçulmana se fortaleceu.
Momento Histórico
A força que a fé cristã passou a ter na Península Ibérica pode se justificar pelos fundamentos da cristandade que clamava pela luta contra os infiéis de maneira a determinar o zelo das crenças. O clero tinha missão religiosa e também dominava a cultura das letras o que lhe garantiu ascensão social e política. Os eclesiásticos passaram a desempenhar cargos de grande importância junto dos reis.
Privilégios
O clero manteve seus privilégios intocados até o início do século XIV, a ameaça veio do surgimento dos legistas. Para o clero ficou um papel importante com o povoamento e no arroteamento de terrenos. Além disso, a Igreja também ficou com as funções de desenvolvimento das instituições de caridade e beneficência. Ficou ainda a cargo da Igreja as artes.
A História do Clero em Portugal
O clero secular que estava distribuído em Portugal pelas dioceses de Porto, Coimbra, Évora, Lisboa, Viseu, Lamego e Braga contribuiu de maneira bastante importante para a apreciação das obras da Igreja durante a primeira dinastia de Portugal. Contando a partir do século XII os conventos mais importantes foram o mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e o de Alcobaça.
Merece destaque ainda o mosteiro do Lorvão que teve a sua fundação no século VI e que no século XII começou a ter o ofício das letras. Os beneditinos realizaram grande empenho para o desenvolvimento desse ofício. Em relação as ordens militares parece que a dos Templários foi a mais antiga tendo surgido no século XII. Outras se estabeleceram como a dos Hospitalários, a de Santiago da Espada e a de Calatrava.
Foi da última que surgiu a Ordem de Avis que prestou serviços tão importantes para Portugal. Em torno dos castelos ficavam os agricultores que necessitavam da proteção dos cavaleiros das ordens de maneira a crescer os rendimentos deles. Com isso o clero secular passou a contar om ordens monásticas e religiosas bastante valiosas.
Bens da Igreja
Os nobres e monarcas passaram a fazer doações de terras para as instituições religiosas, a situação chegou a tal ponto que os soberanos renunciavam aos direitos reais. Como havia isenção de encargos fiscais os bens que eram adquiridos pela Igreja acabavam se certa maneira prejudicando o erário régio de maneira que leis contra a amortização eram realizadas tentando diminuir o crescimento desses bens.
O testamento (conceito que já existia no Império Romano) passou a ser usado na Idade Média e logo de revestiu numa maneira de legado pio. A Igreja passou a ter acesso a grande quantidade de terras do território português que passou a ficar a mercê dos prelados, mosteiros e ordens miliares ou mesmo bispos. A Igreja foi adquirindo grande poder com tantas terras e dinheiro.
O Clero
A idéia de igreja como instituição não foi algo que surgiu repentinamente, porém foi o resultado de uma evolução gradativa. Quando a nova religião começou (o cristianismo), os cristãos reuniam-se em suas próprias casas, faziam suas refeições juntos e também compartilhavam entre si as histórias e testemunhos sobre a missão de JESUS.
Porém, ao chegar ao terceiro século, conquanto já desvinculado do contexto judaico, o cristianismo confrontou-se com situações inusitadas e ao mesmo tempo complexas. Já que a igreja vinha aumentando sua influência e consequentemente crescendo em número de seguidores, era preciso reafirmar sua expansão organizando-se.
Podemos então dizer que tanto as instituições eclesiásticas quanto as posições relacionadas à doutrina foram se desenvolvendo simultaneamente. Enquanto a fundamentação de autoridade residia na origem do apóstolo; e a eleição de um apóstolo era prerrogativa única do ESPÍRITO SANTO, que não apenas escolhia como também qualificava, capacitava e enviava o apóstolo escolhido.
De acordo com a história e os próprios registros encontrados nas páginas do Livro Sagrado (Bíblia), as primeiras autoridades existentes na Igreja foram os doze apóstolos, a quem o próprio JESUS escolhera após passar toda uma noite em oração à DEUS.
Já naquela época, contudo, para tratar de questões locais (já que o trabalho dos apóstolos era de âmbito regional e, portanto, extra local) eram escolhidos homens para exercer a liderança dos cristãos. Esses homens eram eleitos pela própria comunidade. Tais líderes eram denominados presbíteros, anciãos e bispos. Eram responsáveis pela pregação e ensino da Palavra. Enquanto que os “diáconos” eram responsáveis por questões de ordem prática – como a distribuição de alimentos entre os necessitados, por exemplo.
Pouco a pouco esses ministérios foram tornando-se oficiais e institucionais, dando origem ao clero. Foi quando instituiu-se o sistema hierarquizado do cristianismo como é visto hoje na igreja católica romana.
Por Carlos Alberto Bächtold
Na minha opinião o Clero é mais um fruto da necessidade que o ser humano tem de exercer domínio sobre o seu semelhante. A tentativa de transformar a fé em coisas visíveis fez que alguns transformassem o Cristianismo numa caricatura do Judaísmo e de algumas religiões pagãs.Não perderam a simplicidade por causa da necessidade de organização! Perderam a simplicidade por preferirem a grandeza e a suntuosidade. Perderam a simplicidade por terem se afastado da verdade que é CRISTO. Quando JESUS estabeleceu a sua Igreja ele queria que ela estivesse voltada exclusivamente para a sua pessoa não foi por acaso que ele disse que aquele que quisesse ser o maior deveria ser o menor e o mais humilde seguindo o seu exemplo.