Quem é Émile Zola?
Émile Zola (1840-1902) foi um autor francês que escreveu diversas obras influentes na escola literária do naturalismo, incluindo sua série de 20 romances escritos entre 1871 e 1893 que seguem a trajetória da família Rougon Macquart começando com “A Fortuna dos Rougon” (1871).
Inicialmente tomando emprestadas influências do movimento romântico, Zola se tornou um dos proponentes do naturalismo francês, ao lado de autores notáveis de seu tempo, como Stephen Crane, George Gissing e Guy de Maupassant. Zola encontrou seu ponto de vista como um crítico observador científico da sociedade francesa, da natureza humana e do declínio moral, frequentemente com detalhes sórdidos minuciosos. Muitos de seus trabalhos foram escritos durante o tumultuoso período da ascensão de Napoleão Bonaparte III como imperador e o fim da guerra franco-prussiana.
Uma de suas primeiras obras foi “La confession de Claude” (1865) que lhe trouxe repercussão e atenção (até mesmo negativa por parte da polícia). Já em Thérèse Raquin (1867), ele explora os assuntos da vergonha e culpa, sendo um dos trabalhos de Zola a receber adaptações para filmes e tv.
Germinal
Alguns de seus trabalhos são sobre as classes baixas, como Nana (1880) e Germinal (1885). Essa segunda obra trata das batalhas do proletariado e das inumanas condições de trabalho dos mineradores de carvão no norte da França e inspirou numerosas adaptações para cinema e tv. O próprio Zola desceu às minas em sua intensa pesquisa para esta obra. Outras obras incluem “A obra” que é uma versão transformada em ficção de sua amizade com o pintor Paul Cézanne. O thriller psicológico “A Besta Humana” seguiu em 1890.
Acuso
Mas talvez um dos mais influentes e politicamente contundentes trabalhos de Zola foi “Acuso” (1898) uma carta aberta que acusava o governo francês de antissemitismo e foi publicada na primeira página do jornal parisiense L’Aurore. Ela fazia menção ao caso do oficial Alfred Dreyfus, um militar judeu perseguido e preso. Embora ele só fosse libertado muito depois, a carta de Zola foi um dos estopins para a separação do governo francês de assuntos religiosos. Dreyfus foi posteriormente exonerado e recebeu de volta todas suas honras militares
Zóla foi então acusado de difamação e em um julgamento que atraiu atenção internacional, foi condenado a um ano de prisão, porém fugiu para o exílio na Inglaterra. Só retornou à França quando a sentença foi revogada e então continuou escrevendo, produzindo sua série intitulado “Os quatro Evangelhos”: Fécondité (1900), Travail (1901), Vérité (1903), e Justice (não terminado).
Émile Zola faleceu em 29 de setembro de 1902 em sua casa em Paris em circunstâncias consideradas suspeitas, envenenado por monóxido de carbono devido a um bloqueio em sua chaminé. Ele foi primeiramente enterrado no cemitério Cimetiére de MontMartre em Paris, e depois levado ao Panteão, na mesma cidade.