Alfredo Volpi

O mundo artístico é, sem dúvida, bastante conceituado e aclamado pela humanidade desde quando o seu surgimento, e isso pode ser comprovado pelas primeiras artes humanas que foram deixadas para as futuras gerações: as pinturas rupestres que, até hoje, encantam historiadores, arqueólogos e quem se interessa por história, já que, por meio dessas pinturas, os povos do passado retratavam o seu cotidiano, o que dava indícios para se determinar como era a vida naquela época.

E isso foi se desenvolvendo, até chegar a outros povos, como os Egípcios, por exemplo, que nos brindaram com diversas pinturas e esculturas que são encontradas até hoje pelos arqueólogos, que não hesitam em estuda-los e determinar quais foram os seus costumes, crenças, e muitos outros.

Apesar de as obras serem muito importantes, não se pode esquecer dos créditos a serem dados àqueles que, com suas mãos, conseguiram dar vida e graça às suas obras de arte. Os maiores nomes nesses quesitos são Pablo Picasso, Leonardo Da Vinci, Michelangelo, entre muitos outros. Vale destacar que, além de pintores e escultores, muitos desses artistas eram muitas outras coisas, como Da Vinci, que criou o primeiro conceito de helicóptero.

Nesse artigo, será retratado um pouco sobre a vida de Alfredo Volpi, um conhecido artista, além de algumas curiosidades pertinentes a ele. Vamos lá?

O Artista Alfredo Volpi

Nascido em Lucca, uma cidade da Itália, no mês de abril de 1896, Alfredo Volpi é um reconhecido pintor ítalo-brasileiro, que é considerado, pela crítica, como um dos principais nomes da segunda parte do modernismo, um movimento artístico que pairou sobre o Brasil no século XX. Como a maioria dos pintores e artistas, possui uma marca registrada, que é a presença, em suas obras, de casarios e bandeirinhas.

Com apenas 15 anos, começou a realizar suas primeiras pinturas, em 1911, no qual fazia murais com propósito de decoração. Depois, começou a se interessar pelas pinturas em óleo na madeira, sendo que viria a se tornar referência no uso de têmpora sobre madeira.

Era um verdadeiro amante das cores, sempre abusando delas em suas obras. Volpi tinha grande apreço por composições dotadas de um grande impacto aos olhos de quem observa.

Mas o trabalho de Volpi não se limitou somente às telas. Durante sua vida, ele também fazia trabalhos de decoração em casas de pessoas da alta sociedade da época, realizando pinturas em murais juntamente com o espanhol Antonio Ponce Paz, que, aos poucos, foi se tornando um grande amigo de Alfredo Volpi.

Apesar do talento e do apreço de Volpi pela pintura, este só veio a realizar uma exposição individual de suas obras aos 47 anos, sendo realizado no Salão de Maio, no ano de 1938. Foi em 1950, no entanto, que o marco em suas pinturas, que eram as bandeirinhas juninas, foi alcançado: o pintor elevou seu trabalho para o abstracionismo geométrico.  Por conta de sua obra, foi premiado diversas vezes, recebendo, em 1953, o prêmio de melhor pintor do Brasil na Bienal de São Paulo, evento esse que estava em sua segunda edição.

No ano de 1927, Volpi havia se apaixonou pela mulher que ele considerava como o amor de toda a sua vida: Benedita da Conceição, cujo apelido era Judith, que exercia a profissão de garçonete. Muito se tem comentado que o quadro Mulata, de 1927, de autoria de Volpi, tenha sido feito utilizando Judith como modelo. Dessa relação amorosa, surgiu a única filha do casal, Eugênia. No entanto, essa não foi a única filha de Alfredo Volpi, que teve outros três filhos de relacionamentos diferentes. Quando Volpi faleceu, em 1988, houve disputa pela herança, entre os quatro filhos de Volpi, sendo que, desse imbróglio, resultou na expulsão de Eugênia da missão de inventariante, por conta de que, com o poder de ser a pessoa responsável pelo inventário, a justiça entendeu que Eugênia estava agindo como sendo a única herdeira de todo o espólio de Volpi.

A importância de Volpi para a arte modernista do Brasil foi tão intensa que, em 2013, no dia 14 de abril, dia do 117° aniversário de Alfredo Volpi, o Google, grande conglomerado de comunicação da internet, decidiu homenagear o pintor com um doodle em sua página inicial. Os doodles são animações e/ou joguinhos que tem por objetivo homenagear algum acontecimento marcante ou homenagear pessoas, que foi o caso de Volpi.

Embora tenha tido sua primeira mostra individual com apenas 47 anos, o renomado artista participava de mostras coletivas desde o ano de 1925. E a sua técnica de têmpora utilizando a clara de ovo foi decisiva para que o pintor deixasse de empregar tintas industriais em sua tela. Dizia ele que, com o tempo, tais tintas empregava mofo e sujeira, o que prejudicava a arte e impedia que ela tivesse uma vida “eterna”. Utilizando métodos de confecção de tintas, Volpi encarnava um verdadeiro pintor da época do renascimento: utilizava um emulsificador de verniz, juntamente com a clara de ovo, e a adição de pigmentos naturais, como óxido de cobre e ferro, terra, argila colorida, entre outros.

No entanto, Volpi era conhecido por ser contra os movimentos modernistas que surgiram em 1922 em São Paulo, tendo participado, artisticamente, de protestos contra essa causa, já que, naquele ano, fora realizada em São Paulo a Semana de Arte Moderna, evento esse que marcou para sempre a história da arte no Brasil.

No Museu de Arte Moderna, no ano de 1986, foi realizada a exposição Volpi 90, que tinha por finalidade comemorar os noventa anos do artista, que viria a morrer dois anos depois.

Antes de se firmar como um grande pintos, Alfredo Volpi trabalhou como mecânico, marceneiro entalhador e encadernador. Mas, desde criança, já dava indícios que ia seguir na carreira artística. O pequeno e gênio Volpi gostava de misturar e criar novas cores, comportamento esse que se refletiu em suas obras. Nos anos 1970, quando o pintor passou a se dedicar às formas geométricas, Volpi criava várias pinturas idênticas, estruturalmente falando, e, a única diferença entre elas eram as cores. Os críticos diziam que Volpi tinha uma técnica inventiva para realizar as suas obras, sempre deixando a sua marca e a sua essência, o que valorizava ainda mais as obras.

Neto

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Categoria(s) do artigo:
Arte

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