O fotógrafo, gravador, desenhista e pintor Vicente José de Oliveira Muniz, conhecido como Vik Muniz, nasceu em 1961, em São Paulo. Antes de dedicar-se a arte formou-se em Publicidade pela FAAP e mudou-se para New York, em 1983.
Os seus trabalhos artísticos começaram a ser realizados, em 1988, particulares, pois se tratavam de uma espécie de “investigação”. A arte de Vik Muniz é pautada nos temas associados à memória, a forma como é percebida e o que ela representa para os meios de comunicação e para o mundo desse universo.
Para dar a vida a esses trabalhos, o artista Vik Muniz usa as mais diferenciadas técnicas e particularmente alguns determinados tipos de materiais, inusitados, os mais comuns são: gel para cabelo, doce de leite, chocolate, açúcar, poeira, lixo e catchup.
Os Primeiros Trabalhos de Vik Muniz
No ano de 1988, Vik Muniz fez uma série de desenhos, a grande maioria deles era a reprodução, de memória, de algumas fotos que ele havia visto na revista Life dos Estados Unidos. O trabalho foi intitulado de “The Best of Life”.
O artista foi convidado para expor a sua arte e fez isso fotografando cada um dos desenhos e dando as fotos um tratamento diferenciado, como se fosse um periódico impresso. Assim, o trabalho ficou como se de fato estivesse diante de recordações da memória. Característica das obras do artista.
Foi a partir desse trabalho e dessa exposição que Vik Muniz deu início a discussões sobre retenção de imagens e sua circulação. Foi fazendo outros trabalhos cujo o nome era aquele do material usado.
O nome de algumas obras de arte de Vik Muniz: Imagens de Terra, Imagens de Arame, Imagens de Chocolate, entre outras. Com esses elementos, o artista cria tanto figuras do cotidiano quanto referências da história da arte.
O processo de trabalho do artista é partindo da composição de imagens com materiais que ora são perecíveis, ora são instáveis. Eles são colocados sobre uma superfície e fotografados, seguindo, o artista trabalha sobre as fotografias e aplica várias experiências inovativas de arte sobre elas.
Onde Encontrar as Obras de Vik Muniz
As obras de arte de Vik Muniz estão espalhadas em várias galerias no mundo, uma parte do acervo particular pode ser vista em Paris, São Francisco, Madri, Tóquio e Moscou. Em Londres, por exemplo, é possível ver as obras de Vik em dois museus, no Victoria & Albert Museum e no Tate Modern.
Também estão expostas obras de arte de Vik Muniz em Los Angeles, no Getty Institute e no Brasil, no MAM, na capital paulista. Já em Minas Gerais, é possível ver a “fotografia de gelatina de prata com viragem”, a obra de 2002, da série “The Sarzedo Drawings”,está no Museu do Inhotim.
Carreira de Vik Muniz
Vik Muniz deixou São Paulo rumo a New York logo depois de se formar em Publicidade. Na cidade americana começou a trabalhar, com esculturas, mas não por muito tempo e logo passou a dedicar-se aos desenhos e fotografia.
A maior parte dos seus trabalhos de fotografia são feitos com base em reprodução de uma obra de arte conhecida e aplicando os materiais mais inusitados possíveis. Veja algumas séries produzidas por Vik Muniz:
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Com chocolate líquido, o artista reproduziu as seguintes obras: de Caravaggio, A Descida de Cruz; de Hans Namuth, a foto que ele fez de Jackson Pollock pintando. Ambas foram feitas com conta-gotas, em seguida, fotografadas, para serem destruídas.
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Publicou em 2000, o livro “Clayton Days”, de fotos que foram feitas quando ele esteve em Pittsburgh, como artista residente.
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Em 2003, produz a série “Pictures of Magazines”,que consiste em fotos de personalidades brasileiras junto com pessoas anônimas. As fotos passam por uma técnica de descomposição e recomposição e são feitas graças a união de fragmentos que ele retirou de páginas de periódicos. Sendo colocadas uma sobre a outra.
Uma das características principais da sua obra é a necessidade de representar a realidade e fazendo isso bem longe da forma tradicional.
Sobre as Obras de Arte de Vik Muniz
Uma das características fortes das obras de Vik Muniz é a relação que o artista estabelece entre fotografia e desenho. Mas, essa não é a única associação que ele faz, a “mistura” de presente com passado, partindo do que existe para algo inteiramente novo. Alguns críticos costumam dizer que o artista “desenha o clichê da memória”.
É como se Vik Muniz pegasse uma imagem que foi “congelado” no consciente do público e fizesse com que ela ganhasse uma “nova versão”, ganhasse vida e que pode ser que algo venha ser revelado no que até então era estático.
Em todo o trabalho do artista fica evidente que ele domina todas as técnicas que aplica para decomposição e recomposição e mesmo quando está partindo de uma obra de arte conhecida, tem recursos suficiente para transformá-la em algo completamente novo. Uma obra com o seu modo de vê-la. O que reforça o seu compromisso de fazer “tudo novo” é a escolha dos materiais, pouco convencionais, como a Santa Ceia de Vik Muniz feita com chocolate líquido.
Mas, não somente o chocolate é o diferencial na obra, mas o tipo de procedimento para aplicá-lo, neste caso, com conta-gotas e toda a paciência que é característica de um oriental. Além disso, entre o término de uma obra do gênero e a fotografia, o artista deve ser rápido, para não “perdê-la”.
Alguns críticos sustentam que na obra de Vik Muniz é possível encontrar a herança do movimento pop característico dos anos de 1960, como Jasper John. Aliás, a cópia e o múltiplo não são nenhuma novidade, surgem com a Revolução Industrial.
Daí surge a técnica de Vik aquela de fotografar o seu produto final, o que o faz necessariamente ser um artista com múltiplas funções, da escultura a pintura, passando pelo desenho e tendo que dominar as mais diversas técnicas artísticas.
Um dado que sempre impressiona os historiadores de arte em relação a Vik Muniz é que o artista se desfaz da cópia. A descarta completamente, o que causa estranheza, uma vez que poderia ser usada como referência de técnica ou de tipo de captação de imagens.
Outro artista brasileiro muito talentoso é Vik Muniz, nascido em São Paulo no dia 20 de dezembro de 1961, que também ganha a vida como fotografo e escultor. Ele estudou Publicidade e Propaganda na Fundação Armando Álvares Penteado, fundada em 1947 e tem o foco em cultura e arte, com mais de sete graduações diferentes.
Uma de suas esculturas mais curiosas foi feita com geléia e manteiga de amendoim, retratando uma obra muito conhecida de Leonardo da Vinci, Mona Lisa. Além destes materiais ele também usou arames, açúcar fios e outros para recriar outra grande obra de Da Vinci, Última Ceia. A seguir poderemos ver algumas de suas incríveis criações e recriações em uma galeria de fotos.