O argentino Hector Julio Páride Bernabó, mais conhecido como Carybé é um jornalista, pintor, desenhista, ceramista, muralista, escultor, ilustrador e historiador, que passou boa parte da sua vida no Brasil. Nascido no ano de 1911 veio para o Brasil no ano de 1949, país que o acolheu até a sua morte em 1997, em Salvador, onde vivia na época.
Foram nas andanças com a família por vários países do mundo, que Carybé começou a desenvolver as suas atividades artísticas. O nome Carybé, porém, não tem nada a ver com a sua carreira artística, foi uma escolha que ele mesmo fez durante o tempo que participou do grupo de Escoteiros no Clube do Flamengo. Carybé é um nome de um peixe do Amazonas.
O seu primeiro trabalho no Brasil também nada tinha a ver com a arte, novo ele já ajudava em uma farmácia e depois passou a colaborar em um atelier de cerâmica, cujo proprietário era um dos seus irmãos.
Os Primeiros Passos de Carybé na Arte
O caminho artístico começou oficialmente no ano de 1928, quando Carybé entrou para a Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. Seus estudos na instituição duraram dois anos. No ano seguinte, ao lado de mais dois irmãos, ele trabalhou fazendo decorações para o carnaval daquele ano no Copacabana Palace e no Hotel Glória, dois importantes hotéis da cidade do Rio de Janeiro.
Com 18 anos, Carybé finalmente conheceu a terra onde nasceu, já que depois do seu nascimento não fez outra coisa que se mudar coma família. Porém, o momento não era o mais propício para se voltar para a casa. A Argentina estava assolada com a crise que atinja o mundo todo e trabalho era coisa muito rara.
Sem muita escolha, o artista e os irmãos se dedicaram ao jornalismo e foi neste trabalho que Carybé mostrou o seu talento para desenhos. Ao mesmo tempo que fazia ilustrações para o jornal, fazia pinturas e desenhos para si mesmo, para relaxar.
No ano de 1938, Carybé consegue o trabalho dos seus sonhos. Ele tinha que viajar pelo mundo fazendo pequenas reportagens e desenhos, falando dos lugares que estava passando e enviar para o jornal na Argentina.
Foi então, que depois dessas andanças, em 1939, de volta a Argentina, Carybé fez a primeira exposição oficial junto com Clement Moreau. Suas obras foram vistas no Museu Municipal de Belas Artes na cidade de Buenos Aires.
Carybé foi quem fez as ilustrações do primeiro famoso Calendário Esso. Um trabalho que rendeu a ele não só a fama, mas também dinheiro para mais uma vez cair na estrada. Isso aconteceu em 1941 e no seu roteiro estava uma passagem pelo Brasil.
Em Salvador, mais uma vez ele tira parte do seu tempo para pintar e desenhar e em 1945 faz a primeira exposição individual, desta vez no Brasil, no Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Volta Definitiva Para o Brasil
Era 1950, no primeiro dia do ano e Carybé vem determinado a se fixar no Brasil, em Salvador. No ano seguinte, uma das suas coleções foi premiada com uma bolsa de trabalho e ele também ganhou a medalha de ouro da “Primeira Bienal Internacional de Livros e Artes Gráficas”. O prêmio foi pelo livro Bahia.
No ano de 1952 faz um trabalho para Lima Barreto, 1600 desenhos de cena para a produção “O Cangaceiro”. Segundo relatos históricos, um feito inédito, até então, nunca um filme tinha sido desenhado cena por cena.
Além das ilustrações Carybé foi convidado para atuar com diretor artístico do filme e ainda fez algumas pontas na produção como figurante.
Uma das suas obras que podem ser admiradas em São Paulo, o mural do Banco Português, foi realizada em 1958. Carybém foi a São Paulo especial mente para isso. Algumas viagens depois e em 1959, ele ganhou o concurso para fazer os murais do terminal da American Airlines do aeroporto de New York. Terminando o trabalho no ano de 1960.
Obras de Carybé da Década de 60
Em 1969, publica uma série de reportagens e crônicas usando o pseudônimo de Sorgo de Alepo, além de um álbum de desenhos com o seu nome da coleção intitulada “Mestres do Desenho”.
Publicou em 1962, o livro “As Sete Portas da Bahia” e no mesmo ano fez uma exposição individual no Museu de Arte Moderna, na Bahia.
No ano seguinte, passa um tempo desenhando com índios, bichos e pássaros para um mapa do Brasil que ficaria decorando aviões da companhia aérea Varig. Além disso, faz muitos painéis durante esse período: fachada do prédio Bráulio Xavier em Salvador; mural da fábrica Willys em Recife; para o extinto banco Banerj no Rio, óleo sobre madeira “Índios”; para o Banco Bradesco, em Salvador, da rua Chile e os “Orixás”, outro painel de madeira para o Banco da Bahia.
Nos anos de 1960 participou de exposições em Roma e em Bagdá e mais, recebeu o prêmio de “Melhor Plástico de 1967”, pela obra intitulada “Cavalos”. Obra essa que foi dada de presente para a rainha Elizabeth II.
Para terminar aquele período com chave de ouro, em 1969, foi quem ilustrou o livro de Gabriel Garcia Márquez, “Ninguém Escreve ao Coronel”.
Obras de Carybé da Década de 70
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É convidado para ilustrar outro livro de Gabriel Garcia Márquez – Cem anos de solidão.
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Pintura o mural Nordeste do BNB, em Salvador.
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Em 1976, publica Visitações da Bahia, álbum de xilogravuras.
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Ilustra o livro de Jorge Amado – O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
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Fez duas estátuas, em 1977, para o Aeroporto Internacional da cidade do Rio de Janeiro.
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Fez o mural da Fundação da Cidade de Salvador, em 1978.
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Cria o mural Oxóssi no Rio de Janeiro para decorar o Parque da Catacumba.
Entre suas obras ainda podemos destacar:
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O livro Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé.
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Cria figurinos e cenários para o Balé Gabriela, Cravo e Canela
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Fez a escultura Mãe Baiana, em Salvador.
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Faz 3 murais para um hotel baiano e mais um para o Aeroporto de Salvador.
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É convidado para ilustrar o livro de Pierre Verger – Lendas Africanas dos Orixás.
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Faz outros painéis em São Paulo: Os Libertadores; Os Povos Africanos e Os Ibéricos.
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Criou vinhetas para TV Educativa da Bahia
A sua última obra foi o mural e o gradil de concreto que foram executados para o Museu de Arte Moderna da Bahia. Eles podem ser vistos na Praça da Piedade na cidade de Salvador. No mesmo ano, ele faleceu no dia primeiro de outubro.
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Natural da Argentina, o artista, pintor, escultor, pesquisador e historiador Hector Julio Páride Bernabó, mais conhecido por Carybé acabou se naturalizando brasileiro e além de tudo que foi citado acima ele também fazia diversos outros trabalhos relacionados a arte em geral.
Seu nascimento foi na cidade de Lanús, em Buenos Aires no dia sete de fevereiro de 1911, já sua morte foi no dia dois de outubro de 1997 em Salvador, no Brasil. Suas obras têm como características o uso de muitas cores e formas, como murais alegres de diversos temas. A seguir veremos uma completa galeria de fotos com várias das obras de Carybé:
O texto está cheio de inconsistências relativo as datas apresentadas! Revisem!