William Blake foi um pintor, poeta e tipógrafo da sua época, tendo em seu acervo algumas obras como “O Fantasma de uma Pulga”, “O Ancião dos Dias”, “Nabucodonosor”, dentro diversas outras.
Biografia
William Blake nasceu em Londres, no dia vinte e oito de novembro do ano de mil setecentos e cinquenta e sete, em uma casa localizada em um local privilegiado, a rua 28ª Broad Street, no distrito de Soho. Sua família era considerada de classe média, sendo seu pai um renomado fabricante de roupas e comércio das mesmas, e sua mãe passava os dias em casa, educando Blake e também seus outros três irmãos.
A mãe de William Blake e responsável pela sua educação era extremamente religiosa, dessa forma, a bíblia foi parte ávida da educação das crianças, o que se tornaria mais tarde uma grande influência e fonte de inspiração em toda sua carreira e suas obras. O jovem Blake se interessou rapidamente pelo que ouvia sobre religião, ainda muito novo, com cerca de nove anos, começou a contar que tinha visões de anjos, a primeira visão foi de anjos pendurando lantejoulas em galhos de uma árvore de seu jardim. Ele afirmava ver figuras celestiais em todos os seus meios de convívio.
O pequeno Blake era completamente fascinado tanto pela leitura quanto pelo desenho, e com apenas dez anos foi matriculado em uma escola de desenho, para que pudesse desenvolver o seu talento. Ele começou a então estampar cópias de antiguidades gregas que ele tinha conhecimento por meio de compras feitas pelo seu pai. Além desses desenhos, ele também criava poemas ilustrados, sendo a maioria deles inspirados pela bíblia e pelas visões que ele afirmava ter. Com isso, desde muito jovem ele começou a desenvolver suas obras e também o tipo de arte que iria apresentar ao mundo, sendo ela a considerada “Arte Fantástica”.
Primeiros Passos Como Artista – Aprendiz
No ano de mil setecentos e setenta e dois, com seus quinze anos, William Blake se tornou aprendiz do renomado estampador James Basire. James Basire veio de uma família de estampadores, herdando o dom do pai. Ele era especialista em gravuras de monumentos arquitetônicos. Possui diversos trabalhos conhecidos, com obras suas espalhadas em diversos museus ao redor do mundo, principalmente na Europa.
O aprendizado de William Blake foi dos seus quinze anos até os vinte e um, e o ajudou muito em sua carreira, sendo apontado como o que o tornou o artista que era. Os dois possuíam uma relação bastante harmoniosa, sem conflitos, apesar disso, anos mais tarde foi constato que William Blake havia adicionado James Basire em uma lista de “inimigos” ou adversários artísticos, e riscou o nome depois, sendo impreciso de se saber qual foi a sua motivação.
Durante o aprendizado com Basire, William começou a estampar as igrejas de arquitetura gótica espalhadas por Londres, coo a igreja Westminster Abbey, uma enorme igreja londrina, que o ajudou a florescer o estilo de suas obras.
No ano de mil setecentos e setenta e nove ele ingressou na Academia Real Inglesa, uma das mais respeitadas instituições de arte de Londres. Ele conseguiu uma bolsa de estudos que o proporcionava os estudos grátis, porém ele deveria adquirir o material de estudo, que ele conseguiu custear pelos seis anos que passou na Academia.
Com mais maturidade nessa época, William conseguiu desenvolver na Academia o estilo de arte que se adequou a suas características. Por vezes ele se destoou das ideias ensinadas na Academia, desenvolvendo o seu estilo próprio.
Casamento
William Blake viveu um longo relacionamento, que o fazia muito feliz, porém quando pediu a então namorada em casamento, ela recusou o pedido. Após essa decepção amorosa em sua vida, ele conheceu Catherine Boucher. Catherine nasceu no dia vinte e cinco de abril de mil setecentos e sessenta e dois, quando se casou com William, no ano de mil setecentos e oitenta e dois, possuía vinte anos, e ele vinte e cinco. Ela era filha de um jardineiro e conheceu William em um dia no jardim, quando ele estava sofrendo pelo seu recente término.
Catherine era uma moça humilde, não sabia ler e nem escrever. William a ensinou tais coisas, além de ensinar ela como produzir gravuras impressas. Em toda a vida de Catherine ela foi completamente devota da arte de William, e agradecida pela forma que ele a ajudou.
O relacionamento foi duradouro, e permaneceu até o ano de morte de Blake, em mil oitocentos e vinte sete, ele, em seu leito de morte, tirou uma foto dela e disse que ela havia sido um anjo em sua vida. Aqueles que conheciam o casal retratam o relacionamento deles como feliz e que eles sempre trabalhavam em conjunto. Alguns biógrafos de Blake afirmaram que por certo período do casamento ele pretendia levar para viver com eles uma concubina, mas não há certeza a cerca desse fato, se havia o desejo ou não, ele nunca se realizou.
Além de ser uma ótima esposa, ela auxiliava na produção dos trabalhos, e também cuidava das finanças da casa. Após a morte de Blake, ela foi trabalhar para um de seus admiradores, e continuou vendendo as obras do falecido marido. Após a morte de Catherine, as obras ficaram para esse tal admirador, que alguns anos mais tarde queimou algumas delas, declarando que haviam sido inspiradas pelo diabo.
Tanto na arte como na literatura de Blake há um pouco de Catherine. Algumas das pinturas de seus livros são atribuídos as mãos dela, e era ela quem imprimia todas as obras do marido. Na literatura, alguns acreditam que parte dela ajudou a personificar um dos principais personagens da mitologia de Blake. Ele também a retratou como a esposa ideal em alguns de seus livros.
Trabalho na Arte – Obras
William Blake começou a produzir arte em um cenário historicamente importante, na época encontrava-se o inicio das ideias iluministas, bem como o desenvolvimento de tal movimento, e também a Revolução Industrial na Inglaterra, período divisor de eras da historia.
Em questões visuais, Blake ilustrava não somente as suas obras como de outros escritores companheiros. A arte produzida por ele era chamada de “pintura fantástica”. Esse tipo de arte não tem os seus conceitos bem definidos, porém como consenso deve representar algo fantasioso. Ela também é chamada de arte grotesca, arte visionaria, ou arte maneirista. Ela tem como função mostrar o mundo fantasioso, o que seria possível ver em sonhos, mas não pode ser encontrado no mundo real.
É possível notar na maioria de suas obras a influência religiosa, como em “The Ancient of Days”, “The Body of Abel Found by Adam & Eve”, “Satan Smiting Job with Boil”,”When the Morning Stars Sang Together”, “The Spirit of Plato”, são exemplos de sua pintura e mostram as características de suas obras.
Trabalhos na Literatura – Obras
Na época em que vivia, a literatura se encontrava no período clássico “augustano”, época em que reinava as convenções sociais eram totalmente aceitas pelos artistas da época, Blake não se encaixava nisso, ele via no mundo as injustiças presentes, como a pobreza de alguns, a sociedade injusta e o poder negativo exercido pela Igreja Anglicana perante o Estado. Ele divergia do que era aceito como certo e comum na época, abrindo seus olhos para os problemas da sociedade.
Em toda a sua carreira, ele escreveu e ilustrou mais de vinte livros, além de ilustrar livros escritos por outros autores, como “A Divina Comédia”, um dos clássicos da literatura, escrito por Dante Alighieri, e também “O livro de Jó” da Bíblia Sagrada, e outros títulos de grandes artistas da época.
O seu livro “Songs of Innocence and of Experience” (em tradução “Canções da Inocência e da Experiência”), traz mensagens fortes e de cunho libertário, apontando a igreja e também os que pertenciam à alta sociedade como exploradores dos pobres e mais fracos. Tal livro possui dois volumes, as “Canções da Inocência”, lançado em mil setecentos e oitenta e nove, e “Canções da experiência”, lançado em mil setecentos e noventa e quatro. Ele mostra um teor místico, e aponta como a sociedade é cruel.
Em uma outra obra sua, intitulado “Não há religião natural e Todas as religiões são uma só”, que apresenta já pelo titulo uma afronta a sociedade, são expostos textos em prosa, que foi publicado no ano de mil setecentos e oitenta e oito. A sua obra mais conhecida é uma prosa, publicada em mil setecentos e noventa, e chamada “O matrimônio do céu e do inferno”, onde apresenta uma visão revolucionária para a época em que vivia.
Os seus primeiros poemas vieram no livro “Poetical Sketches”, publicado em mil setecentos e noventa e dois, ele utiliza uma escrita que apela para o recurso métrico do verso branco. Em mil setecentos e oitenta e quatro teve algumas poesias impressas por ele mesmo.
Mitologia de Blake – Obras Consagradas
Apesar da infância e adolescência baseada no cristianismo, Blake ao crescer mudou o seu pensamento, o que foi totalmente refletido em seus livros, como nos exemplares “Não Existe Religião Natural” e “Todas as religiões são uma”. Ele criou novas teorias acerca principalmente da fé, com ideias revolucionarias para a sua época. Para ele havia somente uma religião, que foi se desenvolvendo e acabou criando características diferentes em alguns pontos, porém todas possuíam a mesma essência.
Com essa mensagem em mente, ele criou sua própria mitologia. Ele escreveu obras onde representava deuses como personagens, incorporando simbolismos e significados em toda a história, dando um teor de profecia. Essa é uma série revolucionária, onde havia elementos bíblicos juntamente de elementos pagãos, e ficaram conhecidas como “Os livros das profecias”, as obras publicadas dessa série são: “Tiriel”, “The book of Thel”, “America a Prophecy”, “Europe a Prophecy”, “Visions of the Daughters of Albion”, “The Book of Urizen”, “The book of Ahania”, “The book of Los”, “The Song of Los”, “Vala, or The Four Zoas”, “Milton a Poem” e “Jerusalem the Emanation of the Giant Albion”.
A mitologia de Blake é nada menos do que diversificada, nela aparecerem elementos judeus, cristãos e também filosóficos e pagãos. Há Poseidon, Jesus Cristo, Satã, Abraão, Eva, Adão e Albion, uma mistura que pode ser chamada de excêntrica, mas funciona para ele, a obra toda tem relação com a sua crença, e como é expressa por meio de poesias, tem uma interpretação imprecisa.
Legado
As obras de Blake tiveram grande influência na cultura ocidental, principalmente quando um renomado ocultista que passaram a utilizar a obra de Blake como referência. Depois, por volta de década de setenta ele voltou a ser usado como referência, e a partir dessa época se tornou influência em vários locais do mundo.
Suas épicas obras o tornaram santo pela igreja Ecclesia Gnostica Catholica. Para ser reconhecido como santo de tal igreja. São analisados artistas que divulgaram em suas obras a Lei de Thelema, que é “Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei. O amor é a lei, amor sob vontade”.
Mesmo com o seu evidente talento, William Blake era reconhecido em sua época em maior parte pelo seu trabalho como gravador, pois os seus livros eram considerados estranhos e fora do comum, por isso ele viveu durante a sua vida de forma extremamente pobre.
Após sua morte toda a sua genialidade foi reconhecida. Atualmente na Austrália é entregue um prêmio em honra ao seu trabalho, chamado “o Blake Prize for Religious Art”