Sandro Botticelli

Alessandro di Mariano di Vanni Filpepi era um italiano famoso por suas pinturas e, inclusive é considerado um dos pintores mais renomados do período Renascentista. Mais conhecido pelo codinome Sandro Botticelli, ele viveu entre os anos de 1445 e 1510 e nasceu na cidade de Florença na Itália, no dia primeiro do mês de março.

Já aos 13 anos de idade, Sandro Botticelli sofreu com as dificuldades que a grande maioria dos jovens enfrentam com relação a escolha de uma profissão. Ele era filho de uma mulher cujo nome era Monna Smeralda e de um curtidor de peles chamado Mariano di Vanni. Pelo o que se sabe, o senhor Mariano confiou seu filho Alessandro a um ourives para que ele aprendesse sobre artes. O ourives em questão tinha o nome de Botticello que, na realidade, significa “barrilzinho”, na tradução do italiano para o português e, foi de onde surgiu o sobrenome artístico do pintor, uma vez que o primeiro nome, Sandro, é uma derivação de seu verdadeiro nome, Alessandro. Apesar de toda essa história, há alguns biógrafos que fazem a atribuição do sobrenome Botticelli a um outro ourives chamado Antônio, que era o irmão mais velho de Sandro que, devido a seu biótipo, recebia o apelido de “barrilzinho”. Isso se confirma com alguns documentos da época, que foram achados dentre os pertences do pintor. Como o sobrenome das famílias eram sempre no plural e, portanto, com a letra i no final, Sandro fez a alteração de Botticello para Botticelli, passando então a utilizar o apelido/ou o nome do ourives a quem seu pai lhe confiou, dependendo da versão da história, como seu sobrenome artístico.

Antes mesmo de ir estudar com algum ourives, Sandro já demonstrava ter intimidade e habilidade para a pintura e para as artes, mas aos 17 anos foi apresentado a um artista chamado Filippino Lippi, que tinha bastante prestígio e era muito renomado na Itália e, com ele, iniciou realmente seus estudos na pintura. Em pouco tempo Botticelli se destacou e se distinguiu de seu mestre Filippino Lippi.

O governador de Florença na época, Lourenço de Médici, gostaria que fossem pintados sete quadros no ano de 1469, com o intuito de representar as “Sete Virtudes” da humanidade e servir como decoração do salão do Tribunal de Mercatanzia. Para isso, Lourenço de Médici contratou um pintor denominado Piero Pollaiuolo. No entanto, o ourives Antônio Filipepi não concordou com a decisão do governador e pediu que Sandro começasse a fazer parte do mecenato dos Médici. Mesmo com o pintor Piero já ter realizado uma das obras, a “Caridade”, Antônio contou com o auxílio de Tommaso Soderini, que era um homem de extrema confiança de Lourenço de Médici, para que Sandro pudesse realizar pelo menos uma das obras requeridas pelo governador de Florença. Assim, Sandro pintou a obra “Fortaleza”, que se destacou positivamente perante as obras de Piero Pllaiuolo.

Foi assim que Sandro Botticelli passou a servir os Médici e a se tornar famoso no mundo das artes. Dentre os oito anos que se seguiram a partir de então, Botticelli fez diversas obras a partir de encomendas dos Médici, dentre elas, o retrato de Juliano, irmão de Lourenço de Médici. As obras “Judite e a Degola de Holofermes” e a intitulada “São Sebastião” foram encomendadas especialmente pela Igreja Santa Maria Maior, que também fica em Florença e foram realizadas e entregues no ano de 1474, a pedido dos Médici. Na obra “A Adoração dos Magos”, que foi realizada no ano seguinte, Botticelli inclusive se auto retratou no canto direito da pintura.

Outras obras muito famosas, além de “A Adoração dos Magos” são “O Nascimento de Vênus” e “A Tentação de Cristo”. Essa última foi produzida em Roma, no ano em que ficou na cidade a pedido do Papa Sisto IV, no ano de 1481, com a finalidade de produzir uma série de afrescos, juntamente com alguns outros artistas também reconhecidos na época, para a decoração da Capela Sistina. Além de “A Tentação de Cristo”, nesse período em Roma Botticelli também pintou “O Castigo dos Rebeldes” e “Cenas da Vida de Moisés”. No entanto, antes de deixar de servir exclusivamente aos Médici, Botticelli entregou a pintura “Alegoria da Primavera”, no ano de 1478, que foi pedido pela família para a decoração de sua residência de verão, a Villa di Castello.

Após passar esse ano em Roma, Sandro voltou à sua cidade natal, Florença, em pleno apogeu de sua carreira, recebendo, portanto, uma encomenda atrás da outra. Assim, ele contou com o auxílio de inúmeros ajudantes, os seus discípulos, que, na época, eram os principais responsáveis pela arrumação dos materiais, bem como pela pintura de traços mais fáceis da obra, sendo que o seu mestre se dispunha a apenas pintar os detalhes difíceis e, principalmente, as fisionomias que algumas obras requeriam.

Uma de suas obras mais famosas, “O Nascimento de Vênus”, foi pintada no ano de 1483 para representar a pureza e a verdade, a partir da deusa Vênus, que é a deusa do amor na mitologia grega. Nesse ano, Sandro Botticelli também pintou a obra intitulada “Marte e Vênus”, cuja face representada é a de Juliano, irmão de Lourenço, para simbolizar alegorias que representavam a antiguidade grega.

Os Médici acabaram sendo expulsos da cidade de Florença, o que promoveu uma maior intensidade nas obras de Botticelli, seguindo o padrão devocional, característico do Renascimento. Sendo assim, nesse período foram produzidas as obras “A Crucificação Mística”, que foi feita no ano de 1498 e, em 1501, “A Natividade”, por exemplo.

No fim de sua vida, o pintor parou de participar de seus ciclos sociais, preferindo permanecer recluso à sociedade de Florença. Sendo assim, ele faleceu na mesma cidade em que nasceu, no dia de 17 de maio do ano de 1510 e foi sepultado em uma Igreja da cidade chamada Igreja de Todos os Santos. No entanto, foi apenas no século XIX que os pintores românticos ingleses descobriram suas obras e sua importância para a história da arte.