As especialidades de Thomas Hobbes, inglês e nascido em 5 de abril de 1588, são inúmeras: matemático, filósofo e político. A principal meta de sua linha de pensamento era defender que para os homens terem uma vida pacífica seria necessário sempre concordarem e ficarem submissos a um poder absoluto.
A ideia de Thomas talvez tenha seguido esse caminho por causa da grande influência da fase em que a reforma anglicana ocorreu, anos antes de seu nascimento. Ele achava que as Igrejas cristãs, assim com o Estado, eram uma coisa só e que a pessoa responsável por essa finalidade tinha o direito de interpretar as escrituras sagradas, além de decidir todas as questões religiosas. Defendendo essa tese, e temendo que a reforma protestante reduzisse o poder do monarca cristão, era um dos primeiros a criticar a interpretação das escrituras de forma livre.
Teve a oportunidade de conhecer Descartes e também a possibilidade de escrever diversos livros sobre filosofia política. Uma das suas obras mais conhecidas foi Leviatã, na qual mostra como vê a natureza humana e fala sobre a necessidade de existirem as sociedades e os governos. Para Hobbes, a importância da sociedade se dava ao fato de que para o homem conseguir muitos de seus ideais e interesses próprios, necessitava formar sociedades, criando um vínculo social. Na sociedade deveria existir uma pessoa, ou grupo de pessoas, que se responsabilizasse pela paz e defesa de todos. Sua palavra era sempre a final, com imenso poder, devendo ser chamada de Leviatã.
Sua vida foi marcada por muitas viagens a partir do ano de 1610, nas quais passou por países como França, Alemanha e Itália. Essas passagens aumentaram muito seus conhecimentos, pois conseguiu fazer contatos com pessoas muito ilustres, entre elas o Príncipe de Gales, o qual acabou sendo seu aluno de matemática, em 1646. Também para os “lados franceses” teve contato e criou laços de intensa amizade com o professor de Descartes, Padre Mersenne. Outra figura que acabou conhecendo em suas viagens foi o grande Galileu, no ano de 1636, na Itália. Curiosamente isso aconteceu seis anos antes dele morrer e foi graças a essa amizade que pode desenvolver seus estudos em ciências naturais e geometria.
Mesmo com o decorrer dos anos e vendo a chegada da velhice, Hobbes continuou trabalhando intensamente e realizou diversas traduções para a língua inglesa de obras como Odisseia e Ilíadas, tendo aos 80 anos escrito sua própria autobiografia na língua latina. Chegou a viver até a idade de 91 anos e foi tido com um símbolo da Inglaterra, com seu pensamento lido por diversas pessoas no mundo todo. Muitos povos consideram sua linguagem ao mesmo tempo brilhante e abominável.
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by Marcelo Marcolino