A cidade de São Paulo é uma das cidades com maior diversidade, tanto no âmbito sexual quanto no âmbito imobiliário. Porém, nos últimos anos os famosos casarões da cidade foram perdendo espaço para novos prédios arranha-céu para conseguir dar conta de abrigar tantas pessoas que já moram e que se mudam para a cidade.
O Museu da Diversidade Sexual chegou para ajudar a divulgar e preservar a cultura e orgulho LGBT e ainda salvar um desses casarões. Um dos últimos casarões da Avenida Paulista foi escolhido para sediar esse museu. O empreendimento está localizado no número 1.919 da avenida mais famosa do país.
O anúncio de que esse museu seria criado foi feito pelo então governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, numa entrevista coletiva durante a Parada LGBT no dia 04 de maio de 2014.
Casarão Franco de Mello
O imóvel é conhecido como Casarão Franco de Mello e foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). O casarão estava sem a devida manutenção há alguns anos, era utilizado para alguns eventos como pré-estreia de filmes de terror e até mesmo feiras de adoção de animais.
Esse imóvel tem como um dos seus vizinhos o parque Mário Covas e têm 600 metros quadrados de área construída, o seu terreno possui 2,7 mil metros quadrados. Um casarão que tem muita história, pois assim como a Casa das Rosas o Casarão Franco de Mello foi construído no ano de 1905 e passou por uma ampliação em 1921. O imóvel é um dos últimos que restaram da primeira ocupação da Avenida Paulista que começou no começo do século passado. O casarão é parte da história do nascimento da cidade.
Espaço Nobre Para a Diversidade
A ideia de ceder o casarão para o Museu da Diversidade apareceu da necessidade que esse museu tinha de um espaço físico maior e também da importância de valorizar o encontro das pessoas de diferentes opções sexuais e identidades. O espaço está numa das áreas mais disputadas da capital paulistana e a Avenida Paulista, vale ressaltar, é o local escolhido para a Parada LGBT há anos.
A Burocracia
Para que o museu possa ser realmente criado no casarão foi necessário que o governo realizasse todos os procedimentos legais como a ação de desapropriação indireta. Depois de entrar com a ação foi necessário esperar até que a decisão judicial tivesse acontecido. O passo seguinte é trabalhar no restauro do casarão para que se possa então criar o Museu da Diversidade.
Preservação da Memória da Casa
Como se trata de um imóvel de importância histórica para a cidade será necessário que o museu também possua uma seção que seja dedicada a preservar a sua memória bem como sobre o histórico de ocupação da avenida Paulista que no começo era o endereço da moradia das elites cafeeiras e mais recentemente se tornou palco de manifestações populares.
Museu da Diversidade Sexual
O Museu da Diversidade Sexual já existia antes de o casarão ser cedido, foi criado em 2012 e teve mais de 35 mil visitantes no ano de 2013. Basicamente esse museu é um espaço expositivo que fica na estação República do Metrô e que será preservado mesmo com o novo endereço do museu.
O casarão será utilizado como sede principal de forma que se torne possível realizar mais ações culturais e de preservação. O objetivo do Museu da Diversidade Sexual é estudar e difundir a memória da população LGBT.
Transferência
O acervo do Museu da Diversidade será transferido para a nova sede assim que esta ficar pronta já que irá passar por uma grande reforma para que possa atender com qualidade as pessoas que visitarem o museu. Nesse museu é possível encontrar várias exposições que visam difundir e tornar as pessoas mais próximas do universo LGBT.
A Força da População LGBT
Se antes quem tinha uma opção sexual diferente do que era visto como ‘normal’ hoje a população LGBT ganhou mais força na sociedade. Não é somente a nova sede do Museu da Diversidade que demonstra isso, mas mais filmes, séries e novelas com personagens gays. Mais pessoas têm compreendido que uma família formada por um casal gay e filhos é uma família como qualquer outra. O direito do casamento civil que foi conquistado há poucos anos também é uma forma de reconhecer a legitimidade que todo mundo tem de viver como e com quem quiser.
A Parada LGBT de São Paulo está a cada ano maior e sempre traz mais artistas, mais pessoas influentes e a alegria de sempre. O museu com uma sede maior e num ponto privilegiado da cidade irá ajudar a aproximar ainda mais as pessoas. Cada vez mais pessoas poderão ir visitar esse museu e conhecer mais sobre o universo LGBT, o museu está aberto para todos.
Atração Turística
São Paulo pode não ter as belas praias e paisagens do Rio de Janeiro, mas com a sua diversidade de opções de diversão e cultura é um prato cheio para turistas de outros estados brasileiros e do mundo todo. O Museu da Diversidade será mais um ponto de turismo da cidade que todos os anos bate recordes de visitas.
Se você for fazer uma visita a São Paulo se informe sobre a abertura e as exposições do Museu da Diversidade acessando o seu site em http://www.museudadiversidade.com.br/. Não deixe de fazer uma visita a esse espaço que está sendo preparado com dedicação e carinho para receber todo mundo.
De Casarão a Museu
É bastante positivo que casarões antigos como o Franco de Mello sejam reformados e transformados em museus para que possam ser preservados e ainda contribuir para a cultura da população. A história de São Paulo tem um importante capítulo nesses casarões da Avenida Paulista que precisa ser preservado.
A cidade está repleta de edifícios que desafiam as alturas, porém, já não tem tantos casarões que caracterizaram a cidade durante boa parte do século passado. Investir na reforma e conversão desses espaços em museus e outros espaços de cultura é essencial também para preservar a memória da cidade.