Muito se houve falar nos tempos atuais da globalização, como justificativa de algum fato positivo, mas também como responsável de fatores negativos. Independente de qual seja o ponto de vista de quem esteja discutindo sobre o assunto, podemos afirmar, que o grande efeito da globalização se observa, principalmente, na economia. O que não quer dizer que se restringe a ela, as relações interpessoais também mudaram com a globalização, e em consequência a mistura de culturas no mundo inteiro.
Voltando a globalização da economia, que é o ponto de maior discussão nos tempos atuais, é importante lembrar que se trata de um resultado final de uma série de acontecimentos que foram se desenvolvendo ao longo do tempo. Isto é, a globalização não é uma consequência de um momento isolado e recente, ela veio se desenvolvendo desde o século XVII, com o Iluminismo até chegar onde chegou e como chegou.
É correto afirmar que a globalização é uma consequência, tem as suas origens e se desenvolveu, com base em tudo aquilo que foi estudado por sociólogos, filósofos e economistas ao longo do tempo. Graças as teorias e conceitos criados por esses estudiosos, sobre o mercado e de como esse setor se comportava diante das situações políticas coletivas e aquelas individuais. Foram tantos nomes, que podem ser destacados como percursores desse caminho chamado “globalização”, como por exemplo, Karl Marx ou Weber.
Segunda Guerra, Consumo e Política
Entre os movimentos históricos desse percurso até chegar a globalização da economia, essa que conhecemos hoje, ou tentamos conhecê-la melhor, podemos destacar o pós Segunda Guerra Mundial. Terminada a batalha, o mundo viu um aumento do consumo, assim como, a tecnologia da produção teve uma rápida evolução. Foi uma época em que a política precisou a se adaptar a um novo tipo de mercado, aquele do consumo. Até esse momento, a economia de mercado era independente em relação a economia política, tinha total liberdade.
O pós Segunda Guerra Mundial era um momento de “recuperar o tempo perdido”, e não só isso, reerguer tudo aquilo que as batalhas haviam destruídos. E nesse momento, não faltaram ideias, revolucionárias em relação a produção industrial. Esse processo não só fortaleceu a economia de mercado, mas também o sistema político capitalismo.
O mercado livre, que queria compensar os prejuízos da guerra e recuperar o quanto antes o que foi perdido, dava ainda mais força para o capitalismo, era o grande momento da livre concorrência. Foi então, que se observou a necessidade da intervenção de uma política de Estado.
A política do Estado seria aquela que coloca no papel e determina regras e limites para que o livre comércio seja feito de forma organizada no mundo agora globalizado. Se tratava de uma época que se observava, pela primeira vez, uma velocidade muito grande na evolução produtiva. Por outro lado, o consumo também crescia, a sociedade tornava-se consumista. E para que esse momento fosse feito de forma “organizada” exige-se a necessidade de globalizar a economia. Na prática, isso significava tornar possível a fluência de capital e serviços interagindo no mundo todo.
Se nos dias de hoje o país “A” pode vender no país “B” um produto produzido no país “A”, é porque vivemos sob um regime de economia globalizada. As discussões de importação e exportação, subsídios, permissão e não permissão, que se fala tanto em telejornais, está ligada diretamente as regras da globalização da economia, tais pontos, criados pela política de cada um dos países, obviamente, cada um visando tirar o maior lucro possível para sua população.
Economia de Mercado Neoliberal
Se há bem pouco tempo atrás o assunto principal era a economia globalizada, nos tempos atuais, esse ponto deu lugar a outro topo de discussão, o pensamento neoliberal. É correto afirmar que hoje ele predomina a economia de mercado.
O que é o neoliberalismo? Bem menos complicado entender do que se trata do que possa parecer. O neoliberalismo significa que a economia é regulamentada pelo próprio mercado, e quando é necessário, por algum motivo, a política do Estado (país) interfere. Um exemplo, que já vimos tantas vezes nos telejornais e ainda veremos outras tantas, é em relação ao valor do dólar em relação ao real. A cotação cambial é calcular com base nos valores em dólares que entram e saem do país através da importação e exportação ou de negócios.
Quando o governo percebe que existe um desequilíbrio grande entre o valor cambial de uma moeda em relação a outra, ele pode comprar ou vender dólares. Na prática isso significa que o real em relação ao dólar ficará num valor que a política econômica do Brasil considere mais adequado. Adequado pensando que quem deve importar ou exportar não tenha prejuízos.
O sistema econômico neoliberalista não é uma exceção é praticamente uma regra. Atualmente, é o mais usado em todo o mundo. Um fator que não é de se admirar, uma vez que falamos de um mundo globalizado.
Economia, Política e Neoliberalismo
O pensamento neoliberalista não considera uma boa alternativa a possibilidade da intervenção da política na economia. Pelo contrário, o poder político, deveria estar o mais longe possível e reduzir o máximo a sua participação na economia de mercado. De acordo com esse pensamento, o ideal é ter uma economia completamente independente, o que nos tempos atuais é considerado impossível. O que leva principalmente a necessidade da intervenção do poder público na economia neoliberalista são as diferenças sociais econômicas entre os países e dentro dos países.
Resumindo, num mundo globalizado, esse que vivemos hoje, onde a economia predominante é aquela do pensamento neoliberalismo, os governos procuram manter que economia e política trabalhem de forma independente. Porém, a política está sempre pronta para interferir quando considera que a economia está criando algum tipo de abuso. Na maioria dos casos, como foi dito anteriormente, essa intervenção da política é para reduzir a pressão do capital sobre o trabalho e manter a dependência social do mesmo.
Avaliar se a globalização ou o neoliberalismo são positivos ou não para uma país, uma sociedade, pode ser uma escolha pessoal de cada um. Obviamente se trata de um tema complexo e que exige um grande estudo para entender melhor e formar uma opinião.
