Onde Viveram os Dinossauros no Brasil?

No início do período Triássico, há cerca de 250 milhões de anos, os primeiros dinossauros apareceram no território que hoje conhecemos como Brasil. No entanto, nessa época nosso país era bem diferente, o litoral atlântico simplesmente não existia haja vista que a América do Sul ainda estava colada ao continente africano. Já ficou comprovado que o recorte do nosso litoral se encaixa perfeitamente ao recorte da África.

Com o passar do tempo e o movimento das placas tectônicas alguns dinossauros acabaram sendo fossilizados no território brasileiro. Esses fósseis foram encontrados por aqui e também em países vizinhos. Os paleontólogos acreditam que o Brasil teve entre 23 e 25 espécies.

Não existe um número definido pelo fato de que o processo de identificação das espécies pode ser um tanto complexo, algumas entram e outras saem dessa lista dependendo dos critérios adotados. Que tal conhecer um pouco mais sobre algumas das espécies de dinossauros do Brasil e onde elas viveram?

Conheça as Principais Espécies de Dinossauros do Brasil e Onde Viveram

A partir de alguns ossos preservados os paleontólogos conseguem reconstituir a aparência e o porte dos dinossauros. A seguir vamos apresentar algumas dessas espécies que viveram em nosso território entre 120 e 65 milhões de anos atrás.

Rayosossaurus sp.

Rayosossaurus sp.

Rayosossaurus sp.

O fóssil desse dinossauro foi encontrado na Ilha do Cajual, Maranhão, estima-se que tinha 9 metros de comprimento. A sua altura não foi possível estimar a partir dos fósseis encontrados. O maior número de representantes do gênero Rayosossaurus foi encontrado na Argentina. No Brasil esse gigante viveu há cerca de 110 milhões de anos.

Os fósseis do Rayosossaurus brasileiro estavam muito fragmentados de maneira que não foi possível determinar a que espécie do gênero pertenciam. Para se ter uma ideia estavam preservadas somente 17 das mais de cem vértebras desse dinossauro. Poderia ser inclusive uma nova espécie, semelhante, porém, não idêntica a aquelas encontradas na Argentina. Por esse motivo ele é referido como Rayosossaurus “sp.”.

Uma curiosidade é que o nome desse gênero foi escolhido em homenagem ao local em que o primeiro exemplar foi encontrado na Argentina, numa formação geológica conhecida como Rayoso, ao sul de Mendoza.

Trigonosaurus Pricei

Trigonosaurus Pricei

Trigonosaurus Pricei

Esse dinossauro foi descoberto em Uberaba, Minas Gerais. Tinha comprimento de 9,5 metros e 4 metros de altura. O nome da espécie herbívora vem do grego ‘trigónos’ que significa triângulo pelo fato de ter sido encontrada na região do Triângulo Mineiro no ano de 1947. Acredita-se que essa espécie estaria distribuída no território até a Bolívia. Foram usados em sua maioria ossos da coluna vertebral para a identificação desse dinossauro.

Baurutitan Britoi

Baurutitan Britoi

Baurutitan Britoi

Essa espécie de dinossauro foi uma das primeiras catalogadas no país, no ano de 1957, tinha 12 metros de comprimento e 3,5 metros de altura. Os fósseis foram encontrados em Uberaba, Minas Gerais. O nome da espécie é em referência a bacia sedimentar de Bauru, que estende-se do Paraná a Minas Gerais, e que contribuiu para a preservação de diversos fósseis de animais pré-históricos inclusive o Trigonossauro.

A espécie viveu há cerca de 70 milhões de anos, no fim do período Creatáceo, um pouco antes do meteoro de Yucatán que dizimou os dinossauros. A reconstituição dessa espécie foi realizada pelos paleontólogos a partir de 18 vértebras articuladas da cauda.

Adamantisaurus Mezzalirai

Adamantisaurus Mezzalirai

Adamantisaurus Mezzalirai

O Adamantisaurus mezzalirai teve seus ossos encontrados em Flórida Paulista, São Paulo, no ano de 1959. Estima-se que ele tinha 12 metros de comprimento e 4 metros de altura. Da mesma forma que o baurutitan também tinha apenas ossos da cauda preservado, seis vértebras.

Contudo, essa espécie tem uma história diferente já que somente foi identificada em 2006, após 47 anos da descoberta dos seus fósseis. Dois paleontólogos da Unesp estudaram esses fósseis que haviam sido encontrados numa ferrovia de São Paulo. Essa espécie viveu há cerca de 70 milhões de anos e provavelmente foi afetada pelo meteoro que caiu acabou com o período creatáceo há aproximadamente 65 milhões de anos.

Tapuiasaurus Macedoi

Tapuiasaurus Macedoi

Tapuiasaurus Macedoi

O primeiro osso dessa espécie foi encontrado em 2004 numa fazenda mineira, por acaso. A espécie descoberta em Coração de Jesus, Minas Gerais, tinha 13 metros de comprimento e 4 metros de altura. Depois de encontrar o primeiro osso se sucederam descobertas de fósseis na região incluindo um dos crânios mais completos e preservados do planeta.

A espécie foi oficializada em 2011, o nome científico é uma referência a tapuia, um termo genérico que era usado em referência aos índios que não falavam tupi e habitavam o interior do Brasil.

Maxakalisaurus Topai

Maxakalisaurus Topai

Maxakalisaurus Topai

Os fósseis dessa espécie foram encontrados em Prata, Minas Gerais, a espécie tinha 13 metros de comprimento e 4 metros de altura. O nome científico foi atribuído como uma homenagem aos índios Maxacali que moravam nessa região e ao seu Deus Topa. Os ossos desse dinossauro foram encontrados na bacia sedimentar de Bauru, uma das mais profícuas tendo oferecido mais de seis toneladas de ossos entre os anos de 1998 e 2002,

O espécime encontrado morreu há cerca de 80 milhões de anos, seus ossos tinham marcas de dentes indicando que ele foi o almoço de espécies predadoras. O restante da sua carcaça foi pisoteada por manadas.

Antarctosaurus Brasiliensis

Antarctosaurus Brasiliensis

Antarctosaurus Brasiliensis

Os fósseis do Antarctosaurus brasiliensis foram encontrados em São José do Rio Preto, São Paulo. Podia chegar a até 40 metros de comprimento e 6 metros de altura. A palavra Antarctosaurus significa ‘lagarto do sul’, a partícula brasiliensis foi adicionada para diferenciá-lo das espécies do mesmo gênero encontradas e catalogadas na Argentina desde 1887.

A cabeça desse dinossauro era longa, mas pequenina, comparativamente era menor que a de um cavalo. Os dentes desse dinossauro eram todos iguais, não tinham molares para facilitar mastigar os vegetais como os herbívoros possuem hoje em dia. Acredita-se que para dar conta de triturar folhas o suficiente para alimentar seu grandioso corpo esses dinossauros comiam pedras. As pedras engolidas se acomodavam no seu estomago tornando mais fácil processar os vegetais.

Gondwanatitan Faustoi

Gondwanatitan Faustoi

Gondwanatitan Faustoi

Uma espécie cujos fósseis foram encontrados em Álvares Machado, São Paulo, tinha entre 8 e 15 metros de comprimento e altura de 2,5 metros. No período em que essa espécie viveu existiam apenas dois grandes continentes no planeta sendo um deles Gondwana (formado por América do Sul, Austrália, África, Antártida, Índia e Península Arábica).

Os dinossauros herbívoros se espalharam por todos os continentes, apenas não foram encontrados na Antártida. Essa espécie teve seus ossos encontrados no ano de 1983. Também viveu há cerca de 80 milhões de anos, o fim do período Cretáceo.

Uberabatitan Riberoi

Uberabatitan Riberoi

Uberabatitan Riberoi

Os fósseis desse dinossauro foram encontrados em Uberaba, Minas Gerais. Tinha comprimento entre 15 e 19 metros e 4 metros de altura. A nomenclatura do clado Titanosauria foi concedida com inspiração nos titãs, os gigantes da mitologia grega. No Brasil os titãs não era tão grandes, porém, seus primos podiam chegar a mais de 40 metros de comprimento, o que explica o nome.

Essa espécie pesava mais de 16 toneladas, isso é mais do que pesa um elefante africano. Entre os anos de 2004 e 2006 foram encontrados fósseis de três dinossauros em escavações. Para que os ossos pudessem ser acessados foram removidas 300 toneladas de rochas no processo.

Amazonsaurus Maranhensis

Amazonsaurus Maranhensis

Amazonsaurus Maranhensis

Essa espécie que tinha comprimento de 10 metros e 3 metros de altura habitou as terras maranhenses – tendo sido descoberto em Itapecuru-Mirim, no Maranhão – num período em que a distância entre as praias do estado e a costa africana era de somente algumas centenas de quilômetros. Hoje em dia essa distância é de mais de 8 mil quilômetros.

No ano de 2004 foram encontrados em torno de 100 fragmentos fósseis de pequeno porte com cerca de 110 milhões de anos. Acredita-se que a carcaça desse dinossauro foi levada pelas águas de um rio que não existe mais ficando encalhada numa planície perto da foz. Os ossos passaram por banhos das marés e foram recobertos por sedimentos. A umidade inclusive foi um fator que dificultou a escavação e a formação do esqueleto. A relevância desse dinossauro é ter sido o primeiro representante do Brasil pertencente a família Diplodocoidea, diferenciada por contar com dinossauros de cauda e pescoço alongado.

Austroposeidon Magnificus

Austroposeidon Magnificus

Austroposeidon Magnificus

Com 25 metros de comprimento e 6 de altura, o Austroposeidon magnificus, é o maior dinossauro do país já identificado. A descoberta dos fósseis aconteceu em Presidente Prudente, São Paulo. Essa descoberta, apresentada a comunidade científica em 2016, comprova que em nosso país havia dinossauros de grande porte.

A espécie era herbívora, a análise dos seus ossos foi realizada 60 anos depois de terem sido encontrados. Desde a década de 1960 esses fósseis estavam guardados na reserva técnica de Museu de Ciências da Terra, Rio de Janeiro. A demora foi justificada pela falta de verba.

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Curiosidades

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