Conhecendo Um Pouco Mais de Antônio Conselheiro
Quem gosta de historia, normalmente conhece a historia do líder social do nordeste brasileiro, Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido com Antônio Conselheiro. Ele foi um personagem importante na história do Brasil, e sua história chama atenção de estudiosos até hoje. Nascido no sertão do Ceará, mais precisamente na vila do Campo Maior em Quixeramobim.
Antônio Conselheiro nasceu no dia 13 de março de 1830, filho de Vicente Mendes Maciel e de Maria Joaquina de Jesus. Ele foi batizado na Igreja Matriz de Quixeramobim pelo vigário Domingos Álvaro Vieira no dia 22 de maio do mesmo ano.
Sua Infância e Adolescência
Com seis anos de idade Antônio Conselheiro e suas duas irmãs ficaram órfãos de sua mãe, depois de 1 ano seu pai casou com Francisca Maria da Conceição e que tinha uma filha que se chamava Rufina.
A infância de Antônio conselheiro foi assinalada pela demência do pai, que era alcoólatra e por isso tinha surtos de delírios alcoólicos, A madrasta maltratava a ele e suas irmãs. Ainda em sua infância houve vários conflitos e extermínios da família Maciel contra a família dos Araujo e também pela dominação mística muito comum no sertão naquela época.
Antônio Conselheiro estudou latim, francês, português, aritmética, geografia, além de ajudar seu pai no armazém, gostava de ler o Lunario Perpetuo, Carlos Magno e também outros livros que tinha narração mística, manifestava um grande raciocínio religioso, era amigo do padre e também frequentava a igreja, era admirado e também muito conceituado pelo povo de Quixeramobim e cidades vizinhas. Ele era considerado a pérola de Quixeramobim, por ser um rapaz trabalhador, sério, honesto e também religioso.
Com o tempo, seu pai ficou mais desequilibrado por causa do álcool e dos prejuízos que estava sofrendo, Antônio lia a bíblia para consolá-lo, mas seu pai faleceu em 1855, então Antonio se tornou o chefe da família.
Antônio Conselheiro aos 27 anos passou a cuidar dos negócios da família e a sustentar suas irmãs, e sua madrasta, casou suas irmãs e também se casou.
O Adulto Antônio Conselheiro
Antônio se casou com sua prima Brasilina Laurentina de Lima, que tinha então 15 anos que veio de sobral com sua mãe, logo depois do falecimento da madrasta de conselheiro, que também já apresentava sinais de demência.
Depois de dois anos ele começou a dar aulas na escola de uma fazenda, Antônio teve várias profissões devido aos seus estudos e a seu grande esforço pessoal, ele tornou-se escrivão do cartório, foi solicitador (encaminhava petições ao poder judiciário), foi rábula (advogado).
O primeiro filho de Antônio com Brasilina nasceu em meio a crise financeira da família, assim ele penhorou seus bens e fechou o armazém e deu inicio suas andanças pela província junto a esposa , o filho e sua sogra. Em Sobral ele foi caixeiro, em Campo Grande foi escrivão, lá também foi onde nasceu seu segundo filho, depois segui para o Ipu onde trabalhou como solicitador (onde desempenhava a função de advogado, sem ser diplomado).
Em 1861 ele foi abandonado pela sua esposa que lhe traiu com um furriel (antigo posto entre cabo e o sargento) da polícia, excessivamente deprimido ele abandonou tudo e foi para fazenda Tamboril no Crato onde ele foi professor, depois ele foi para Santa Quitéria onde conheceu Joana Imaginaria (mulher que esculpia santos de barro e em madeira), mulher meiga, mística, com que Antônio teve um filho (Joaquim Aprígio). Vale ressaltar que todas essas cidades citadas, são cidades do interior do estado do Ceará.
Mas ele continuava a perambular sem destino pelos estados do nordeste, dizia que era a procura dos fugitivos (sua ex – mulher e o policial), ele trabalhava para sobreviver como construtor e como pedreiro (oficio que aprendeu com seu pai), ela construía e também restaurava igrejas, capelas e também cemitérios.
Nasce o Antônio Conselheiro
Quando jovem Antônio percebia e, aliás, ele sentia as injustiças que eram praticadas contra o povo pobre do sertão (os mestiços, os ex- escravos, os indígenas) e assim cresceu seu desejo de desoprimir o povo que vivia em situações precárias.
Antônio Conselheiro peregrinou por vinte anos pelo Ceará, Bahia, Sergipe e Pernambuco, inspirado no trabalho do Padre Ibiapina, que peregrinava pelo sertão onde fazia obras de caridade, Antonio Conselheiro era amado pelo povo, e visto como um profeta, foi perseguido pelas autoridades e também ignorado por muitos. Ele viu de perto a decadência das cidades, o sofrimento e o descontentamento do povo. E então resolveu colocar em prática seu sonho de formar uma comunidade que fosse igualitária.
Em 1874 na Bahia ele já era seguido pelos fieis, pois ele se tornara um educador, um missionário que pregava o evangelho pelo sertão, Antônio Conselheiro peregrinava e conhecia todo o sertão do nordeste, sabia dos seus mistérios, os seus segredos e onde andava pregava o evangelho e aconselhava o povo assim ele foi se transformando de peregrino para beato, depois para conselheiro, para Antonio Conselheiro, para Santo Antonio dos Mares ou Santo Antonio Aparecido ou Bom Jesus Conselheiro. Ele deixou seu cabelo e a barba crescer, tinha um grande conhecimento da Bíblia e por onde andava crescia o numero de fieis seguidores.
Ouvia as pessoas e procurava consolá-las com mensagens da bíblia e devido aos conselhos, tornou-se conhecido como Antônio Conselheiro e ia reunindo os fieis que passaram a lhe acompanhar. Por onde ele passava ficava as marcas da sua fé, de sua palavra, de sua missão social e de seu trabalho, pois ele foi deixando pelo caminho capelas, cemitérios, e também pequenas represas tudo feito do trabalho comunitário.
A Prisão
Mas ele foi preso na Vila de Itapicuru – de – Cima, onde tinha fixado residência com seus seguidores (arraial do Bom Jesus), suspeito de homicídio, então mandaram ele de volta para o Ceará, onde foi posto em liberdade por falta de provas e ele retornou para Bahia.
Em 1877 inicio-se uma grande seca no nordeste que durou dois anos, e que deixou muitas sequelas, deixou pelo menos, mais de 300 mil mortos, muitos retirantes passando fome, Antônio Conselheiro vivenciou toda a dor do povo nordestino, mas continuou suas peregrinações e isso desagradava os políticos, os latifundiários e também a igreja.
Surgimento de Canudos
Assim na ultima década do século XIX surgiu Belo Monte (Canudos), no interior da Bahia, a comunidade cresceu muito rápido e logo se tornou uma das maiores cidades do nordeste com mais ou menos 25.000 habitantes, era uma comunidade organizada, produtiva, e também religiosa.
Quanto mais ele era amado pelo povo mais surgia inimigos, pois eles se sentiam prejudicados, os padres se sentiram rejeitados, pois ele era um leigo, depois tinha os donos de fazendas que perdiam seus empregados que abandonavam os empregos para seguir o beato, e assim com o descontentamento dos políticos, dos donos de fazenda e da igreja deu-se o inicio a guerra de Canudos em 1896.
Foi à maior guerra campestre do século XIX, os sertanejos ganharam as três expedições de militares, mas na 4ª expedição que foi formada pelo exercito e pela policia, que era formada por milhares de homens com canhões potentes, em 1897, onde aconteceu o massacre do arraial, o massacre foi tão intenso e cruel que nem as crianças e as mulheres foram preservadas pelo exercito. Antônio Conselheiro também morreu, mas até hoje não se sabe como.
Antônio Conselheiro Biográfia Resumida
Antônio Viera Mendes Maciel, conhecido apenas como Manoel Bandeira reconhecido mundialmente, foi um beato, líder religioso e social brasileiro.
Com seu discurso, ele conseguiu liderar uma das guerras mais sangrentas do Brasil, que ficou conhecida como Guerra de Canudos.
Ele era considerado um fora da lei pelas autoridades pelo fato dele levar mensagens religiosas e conselhos sociais até a população carentes pelo sertão do Nordeste. Com isso Antônio conseguiu diversos seguidores.
Antônio Conselheiro nasceu em 1830 e faleceu em 1897 em Canudos.