Escola Funcionalista

Desde que o mundo é mundo, os seres humanos sabem da importância da filosofia e da sociologia para podermos compreender o mundo a nossa volta. Essas duas ciências importantes – principalmente a filosofia, já que, a partir dela, outras ciências importantes vieram a aparecer como a matemática – moldaram o ser pensante, que passaram pelos filósofos gregos, e mudaram, de uma vez por todas, a relação entre a natureza e o homem.

Embora essa importância toda seja reforçada dia após dia, alguns não consideram a filosofia e a sociologia sejam ciências tão importantes assim, preferindo se ater às ciências que eles consideram ser mais confiáveis, como a própria matemática. Por conta disso, muito se falou sobre a reforma do ensino médio no Brasil, onde essas duas ciências deixaram de ser obrigatórias e passaram a se tornar opcionais.

No entanto, como já dito no início, a filosofia percorreu diversas gerações, em cada qual deixando sua marca e reflexões sobre o que somos, para onde devemos ir e quando iremos morrer. Toda sua existência está pautada nesses três aspectos de vida, que é comum a todo ser humano (e também a qualquer outro ser vivo).

Com o passar do tempo e a consolidação dessas ciências entre as pessoas, muitas foram as teorias criadas para reforçar a tese da filosofia, bem como outras que vieram justamente para explicar o que a filosofia propõe. E uma dessas teorias é a Escola Funcionalista (ou funcionalismo, como preferir). A seguir, confira informações sobre essa que é uma das mais importantes escolas filosóficas no mundo.

A Escola Funcionalista – Ou, Funcionalismo

A Escola Funcionalista nada mais é do que uma série de teorias que podem ser adaptadas conforme o setor do conhecimento que você planeja alcançar. E a filosofia é uma delas (além desta, a sociologia e a psicologia também são abordadas).

Um dos objetivos mais claros da Escola Funcionalista é poder explicar o que é o conjunto social, as suas casualidades que acontecem a partir de ações tanto individuais como em grupo. A partir dessa ótica, a sociedade como um todo passa a ser vista como um organismo, no qual existem órgãos relacionadas e suas respectivas funções.

Émile Durkheim foi o grande responsável por fundar a teoria da Escola Funcionalista (no qual ele também foi o fundador da Sociologia) no qual o seu interesse científico na fundação era poder encontrar quais os fatores que poderiam indicar a formação de uma sociedade, avaliando, inclusive, níveis macros desses fatores. Embora Émile leve a maior parte do crédito, os outros dois cérebros por trás do funcionalismo são Hebert Spencer, Talcott Parsos e Robert Merton.

Os teóricos adeptos dessa doutrina acreditam que a sociedade está segmentada em partes, partes essas que carregam uma importante responsabilidade para que a sociedade permaneça estabilizada com o passar dos anos, com uma visão totalitarista. Pode ser considerada essa visão como sistêmica, no qual observa-se qual parte se relacionará com outra para poderem compor a sociedade. Essa relação pode ser comparada fisicamente, como uma máquina que possui uma diversidade de peças em seu interior, como engrenagens e peças.

A partir dessa sistêmica visão, pode-se inferir que a sociedade é formada por essas partes e que, por menor que ela seja, é vital que ela funcione corretamente, pois, caso contrário, ela pode desestabilizar todo o sistema, causando o caos. Socialmente falando, essas partes podem ser consideradas como agentes de família, instituições, grupos sociais, agências estatais e demais personagens que compõem a sociedade.

Já que, tais partes estão interligadas entre si e ambas funcionam em sincronia, o que é que foi feito para que a sociedade funcione assim? Segundo os teóricos, a palavra que define essa pergunta é simples de escrever e pronunciar: consenso. É por meio dele que a sociedade vive estabilizada e estratificada como está nos dias de hoje, além de manter os valores que são comuns a qualquer sociedade. Por conta dessa dúvida, diversas pesquisas e estudos foram feitos, como a cultura, a participação social e instituições.

Émile e a Sua Difícil Missão

Émile penou para poder entender e formular a sua teoria. E, para tentar entender o que especificamente cada parte da sociedade fazia para manter todo o resto estabilizado, ele decidiu se debruçar sobre os livros e pesquisar sobre a sociedade primitiva.  Por conta de sua formação relativamente simples, se comparada à sociedade atual, o sociólogo deduziu ser mais fácil estudar o papel das “partes” e, com os resultados, poder entender o que cada parte da sociedade moderna era incumbida de fazer.  No livro “As formas elementares da vida religiosa”, Émile adotou essa postura de análise de sociedade primitiva.

Os conceitos empregados na Escola Funcionalista não ajudaram somente a filosofia e a sociologia, mas também, outras ciências como a antropologia. Os historiadores procuravam entender em qual base a sociedade de uma determinada época era alicerçada. Bronislaw Malinowski, um renomado historiador e sociólogo, utilizando das ideias do funcionalismo, decidiu pesquisar tais dúvidas criando um método funcionalista próprio. Tal método deu origem a vários estudos e pesquisas, o que pode abrir diversos campos na antropologia.

A escola funcionalista, além do seu objetivo inicial, também tinha a ambição de acabar com teorias do tipo “Evolucionista” e Difusionista, sistemas esses dois que faziam sucesso nos EUA e na Inglaterra, respectivamente. Isso porque os defensores das ideias funcionalistas procuravam explicar alguns acontecimentos da sociedade com a utilização de provas materiais e pesquisas de campo que trariam aos cientistas questões confirmadas para serem realizadas as conclusões. Em resumo, os eventos em sua totalidade tinham que ser encontrados em um momento presente, para que pudessem dar certo no futuro.

A teoria da Escola Funcionalista foi bastante influente durante os anos de 1960 e 1970, mas isso não impediu que ela levasse críticas, por conta de não conseguir explicar sobre o quão complexa a sociedade é, bem como o nível de complexidade dos atores que compunham a sociedade. Para piorar, teóricos simpatizantes de Karl Marx argumentavam que as análises do funcionalismo só serviam para legitimar ainda mais o movimento conservador no mundo, o que era prejudicial tanto para a sociedade quanto para o governo.

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Categoria(s) do artigo:
Filosofia

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