O bullying existe sim e algumas crianças e ou adolescentes podem estar enfrentando o problema em silêncio. Normalmente, os casos de bullying acontecem na escola, mas podem ocorrer também entre grupos de crianças ou adolescentes do mesmo bairro, por exemplo.
Para evitar que casos de bullying ocorram a Abrapia, que é a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência fez uma espécie de cartilha para orientação nas escolas, um dos principais palcos do problema. Veja o que fazer para evitar o bullying e para garantir um lugar saudável na escola!
1- Os professores devem estar atento as reclamações e sugestões dos alunos. Devem estar dispostos e saber escutá-los.
2- Fazer atividades na sala de aula ou na própria escola falando sobre o assunto e estimulando que crianças ou adolescentes que enfrentem o problema relatem aos professores ou direção.
3- Valorizar e reconhecer cada vez que um aluno der sugestões para acabar com o problema.
4- Impor limites e regras para a convivência em sala de aula, priorizando o convívio com educação e respeito.
5- A melhor maneira de evitar é estimulando líderes que ajam de forma positiva.
6- Na ocorrência de um primeiro sinal de bullying imediatamente interferir, evitando que o problema ganhe força e a vítima fragilizada demais.
O Que é Bullying?
Os problemas dentro de um ambiente escolar são muitos no quesito convivência e entre eles está o chamado bullying. Para o presidente e fundador da Abrapia se uma escola diz que desconhece casos de bullying é porque não tomou conhecimento ou prefere “negar a existência”, pois se trata de um problema que se repete em todas instituições de ensino.
Para combater o bullying na escola, o primeiro passo é admitir que ele existe e esclarecer de que como será contido pelos professores. Como eles deverão se portar diante de um caso e para os alunos que esse tipo de conduta não será aceito de forma alguma.
Para os estudiosos faz parte do processo de ensino na escola a formação cidadã de uma criança e ou adolescente. Para que ele tenha consciência do que é certo e errado, direitos e deveres, aprenda a importância da solidariedade, da cooperação e da amizade.
Se caracteriza como bullying quando quem o pratica tem a intenção clara de agredir fisicamente ou verbalmente uma pessoa de forma repetitiva. Pode ser mais de um contra um único aluno ou basta que seja um único contra o colega.
A palavra bullying é de origem inglesa “bully”cuja tradução para o português é de “brigão, valentão”. Porém, entendemos o termo como a intenção de humilhar, maltratar, oprimir, ameaçar ou ser tirano.
Segundo a escritora e educadora Cléo Fante, o bullying é uma das “formas de violência que mais cresce no mundo”. Conclusão compartilhada por outros educadores, profissionais da saúde e demais pessoas interessadas no assunto.
Lembrando ainda, que apesar do bullying ser muito comum na escola, ele pode fazer parte de qualquer convívio social, até mesmo na família. O que pode parecer um apelido sem ofensa pode transforma-se em um problema que mexe com o emocional de quem o recebeu.
Uma pessoa que sofre bullying pode passar por diversos problemas, começando pelo isolamento, rendimento escolar baixo e até mesmo desenvolver doenças psicossomáticas, no caso de crianças, criando trauma na personalidade. O pior acontece em casos extremos cuja vítima resolve que a única maneira de se livrar da humilhação é dando um fim a própria vida.
O Que Não é Considerado Bullying?
Quando se trata de uma ofensa ou uma agressão pontual que ocorreu dentro de uma discussão ou briga não é caracterizado como bullying. Em resumo, “todo bullying é uma agressão, mas nem toda agressão é um bullying”.
Alguns estudos apontaram quatro características que quando observada em uma agressão podemos passar a chamá-la de bullying, que são:
1- A agressão tem como intenção ferir o agredido. (verbalmente ou fisicamente)
2- A agressão acontece de forma repetitiva.
3- É muito comum que o agressor agrida a vítima sempre com a presença de “público”.
4- Quando o alvo não revida por medo ou porque se sente incapaz.
É muito comum que quando um agressor tenta praticar bullying contra uma vítima e essa ao invés de recuar, confronta ou não dá a mínima, isso desencoraja o agressor, que quer justamente o contrário. Esse também pode ser um modo de fazer com que o problema acabe, mas nem sempre a vítima tem forças para enfrentar o agressor.
Desde Quando Existe o Bullying?
Esse tipo de comportamento sempre existiu, porém, a palavra bullying para defini-lo surgiu somente na década de 1970, através da relação feita entre ato e significado do professor Dan Olweus.
A palavra e o significado ficaram claros para Dan enquanto ele fazia um estudo sobre adolescentes que haviam tirado a própria vida. Ele chegou a conclusão que a maior deles tinha sofrido algum tipo de ameaça.
Porém, com o passar dos anos o bullying se popularizou e o grande responsável por isso foram os meios eletrônicos. A proporção da brincadeira agressiva ganhou mais abrangência. E quando a televisão começou a mostrar o fim trágico de algumas dessas vítimas e a impunidade em relação aos seus agressores, o problema começou a ser visto de forma mais séria.
Sobre o Cyberbullying
O bullying ganhou uma “nova versão” com os meios eletrônicos e passou a ser o cyberbullying, que é aquele cometido através das diversas possibilidades criadas pela internet, como redes sociais, e-mails, celulares, entre outros.
A diferença é que no caso desse tipo de agressão, vítima e agressor não estão frente a frente, e muitas vezes, fica ainda mais difícil punir o agressor, uma vez que ele está escondido atrás de uma tela de computador.
No anonimato, a agressão mostra-se cada vez mais cruel e as ameaças podem ser muito piores e mais graves. Sem falar que a abrangência de pessoas que tomarão conhecimento é muito maior, o que pode deixar a vítima ainda mais fragilizada. O que antes acontecia somente dentro de uma escola, nos dias atuais, com o cyberbullying pode se tornar de conhecimento de um país inteiro e tudo em uma velocidade incontrolável.
Essa agressão que uma criança ou adolescente pode sofrer pela internet, a humilhação, faz com que ela não acredite que existe nenhum lugar seguro para ela no mundo, afirmam os psicólogos. Pois para eles, o mundo virtual é muito real e sendo assim, ele tem um peso muito grande na vida de cada um deles. O que faz com que situação se torne ainda mais difícil de lidar.
O “bullying” ou simplesmente bulling é um termo inglês que indica atos de violência física ou moral intencionalmente cometida contra alguém de maneira regular ou repetida. Embora pareça, não se trata de algo simples, que possa ser eliminado de um momento para outro, pois a pessoa pode sofrer a tal forma que leve seqüelas para o resto de sua vida, ou, no mínimo, por um período muito grande de tempo.
Se alguém fala que você tem uma aparência anormal, ainda que no momento possa não dar muita atenção, seu subconsciente armazena a crítica, e você irá se apanhar diante de um espelho analisando sua aparência. E se isso acontecer repetidamente por várias pessoas de seu convívio escolar? Você se veria envolvido por uma situação insuportável, destruindo sua auto-estima.
O que Fazer?
Apelidos e ações violentas são “normais” dentro do ambiente escolar, caracterizando o que chamamos de bulling. Nosso idioma não tem um termo equivalente, razão pela qual se usa a palavra inglesa. Entretanto, recentes estudos constataram que no Brasil o bulling ocorre entre 49% dos estudantes, o que é um dado alarmante. Por isso, se você sabe de alguém que é vítima dessa prática, procure dar-lhe seu apoio e ajudá-lo. Quem sabe não estará salvando uma vida?
Por Carlos Alberto Bächtold