O Brasil tem uma das maiores concentrações de povos indígenas em seu território. De acordo com um levantamento realizado em 2006 Fundação Nacional de Saúde (Funasa) o maior grupo indígena do país é o de guaranis que compõem quase 10% do total de indígenas brasileiros.
A quantidade de índios que habitam o país soma mais de 454 mil. São mais de 220 etnias, algumas delas contam com poucos remanescentes. Metade da população de índios está concentrada em apenas 10 grandes grupos. Comparando com os 5 milhões de índios que existiam no país na época do descobrimento realmente podemos observar um decréscimo contundente.
Um dado positivo que se observa é o crescimento numa taxa anual de 3,5% de índios. Esse crescimento começou a ser observado a partir da década de 1960 quando foram estabelecidas mais políticas de saúde e educação para os indígenas. Desde a chegada dos portugueses foi o primeiro momento na história em que houve aumento do crescimento populacional desses povos.
As Dez Maiores Etnias Indígenas do Brasil
Metade da população indígena do país se divide em dez etnias, cerca de 211 mil pessoas. Saiba mais sobre as etnias abaixo e conheça mais do seu país.
Etnia Guarani – 46 566 (População)
Além dos índios guaranis brasileiros tem guaranis do Paraguai e na Bolívia. O grupo de guaranis do Brasil está dividido em três grupos que são ñandeva, caiová e mbya. Esses grupos tem costumes bastante comuns, em geral vivem em grandes grupos familiares (tekoha) e tem uma liderança política e religiosa que é um dos avós.
Cada um dos grupos fala um dialeto próprio e tem as suas características peculiares. Enquanto para os caiovás a poligamia é proibida entre os ñandeva se trata de um costume bem aceito.
Etnia Ticuna (26 813)
Os índios Ticunas podem ser encontrados em aldeias que ficam localizadas no decorrer do rio Solimões no Brasil e também em países como Colômbia e Peru. Uma das características desse grupo indígena é ser adepto da caça e pesca. Existe uma divisão bem interessante em relação aos núcleos familiares em duas metades.
Um dos clãs possui nomes de aves enquanto o outro possui nomes de plantas e animais terrestres. O costume entre esses índios é que um membro sempre se case com um membro do clã oposto começando assim uma nova família que fará parte do clã de origem do homem. Uma curiosidade a respeito dos Ticunas é que a sua língua é fonal e dessa forma a entonação muda totalmente o sentido das palavras.
Etnia Caingangue (25 755)
Assim como fazem os Ticunas, os Caingangue, também realizam casamentos entre duas metades. Uma diferença, porém, é nesse caso a família vai morar com o pai da noiva. O cacique é a maior autoridade da tribo, ele é eleito de forma democrática através do voto dos homens com mais de 15 anos.
Aquele que é escolhido como cacique escolhe um vice-cacique que geralmente pertence a outra metade. Isso tem o objetivo de tornar mais fácil fazer o planejamento político. As punições apenas podem ser dadas por indivíduos que pertençam à mesma metade.
Etnia Macuxi (23 182)
A vida na aldeia dos índios macuxis se desenvolve de acordo com a época do ano. A região em que esses índios vivem passa por um período de seca e outro de chuva. Na fase de estiagem os índios passam a viver em aglomerações e tiram seu tempo para caçar, pescar, cultivar alimentos, coletar argila e madeira entre outras coisas. Quando chega o período de chuva esses indígenas se separam em pequenos grupos e passam a viver de alimentos que armazenaram no período anterior.
Etnia Terena (19 851)
O caso dos índios Terena exemplifica bem a questão da perda da identidade indígena, pois é possível encontra vários deles trabalhando nos comércios de rua da cidade de Campo Grande (MS) e também na colheita da cana-de-açúcar. Uma das explicações para que os índios estejam cada vez mais “urbanizados” é a sua superpopulação.
O excedente populacional que não consegue um lugar nas reservas acaba abandonando as aldeias e precisando procurar por trabalhos temporários para sobreviver nas grandes cidades. Nos casamentos terenas a nova família vai morar com o pai do noivo.
Etnia Guajajara – (19 524)
Uma curiosidade a respeito dos guajajaras é que antes eles não tinham o hábito de se fixar num local, porém, atualmente as suas aldeias são permanentes e bem grandes tendo mais de 400 habitantes. A atividade econômica que mais se destaca nesse grupo é a agricultura, porém, o artesanato também é uma fonte de renda importante. Nas aldeias dos guajajaras não é raro o plantio de maconha e como a comercialização dessa erva é ilegal resulta em conflitos bastante violentos entre as Polícias Militar e Federal.
Índios Ianomâmi – (16 037)
A aldeia dos índios Ianomâmi fica localizada bem no meio da floresta tropical e se trata de um dos mais importantes centros de preservação de biodiversidade amazônica. O problema é que essa área está constantemente sendo ameaçada pelos garimpeiros. Esse povo indígena tem o costume de viver em grandes grupos sob o mesmo teto. Os casamentos acontecem entre parentes e eles tem grande desconfiança em relação ao homem branco.
Etnia Xavante – (12 848)
Existem cerca de 70 aldeias de índios xavantes no estado do Mato Grosso e elas seguem quase a mesma configuração. As casas desses indígenas são construídas enfileiradas num tipo de semicírculo. A aldeia tem sempre uma casa reservada para manter reclusos meninos que tenham entre 10 e 18 anos. Esses índios ficam cinco anos nessa casa para que estejam prontos para a vida adulta. A pintura corporal tradicional desses índios é nas cores preto e vermelho.
Etnia Pataxó – (10 664)
A principal fonte de renda dos índios pataxós é o artesanato, suas peças são feitas de penas, sementes, cipó, barro e madeira. O maior destaque desses índios na mídia se deu em 1997 quando Galdino, um pataxó, foi incendiado por jovens de classe alta de Brasília enquanto dormia num banco de praça.
Etnia Potiguara – (10 036)
Os índios potiguaras têm origem tupi-guarani, mas em geral se comunicam em português. Para eles as pessoas que não são indígenas são “particulares” e quase toda aldeia conta com uma Igreja católica e tem seu santo padroeiro. O nome potiguara significa “comedores de camarão” e uma de suas atividades econômicas principais é coletar crustáceos e moluscos.