Aristóteles, o Filósofo Multidisciplinar

A Grécia Antiga

Que a Grécia antiga foi determinante aos rumos da humanidade, aqui pelos lados do Ocidente, isso é inegável. Entre os diversos filósofos que surgiram naquele período e que deram sua contribuição, vale destacar Aristóteles. Talvez tenha sido um dos maiores pensadores de todos os tempos, pois provocou uma maneira de pensar e que está introjetada em nossa cultura ocidental e em diversas áreas do conhecimento humano.

Aristóteles, o Filósofo Multidisciplinar

Aristóteles, o Filósofo Multidisciplinar

Um exemplo disso é que Aristóteles é o pai da Lógica, uma área do conhecimento que se baseia no silogismo, que parte do universal para o particular, e na indução, que segue o caminho oposto, ou seja, do particular para o universal. Se a contribuição de Aristóteles se encerrasse por aí, já seria de grande importância, pois a Lógica serve de base para todos os estudos científicos feitos até hoje.

No entanto, a contribuição do filósofo não parou por aí, se estendeu também na Física, em que sua concepção tem como base o movimento, que é esmiuçado por meio dos conceitos de crescimento, alteração e mudança. Aristóteles entendia que enquanto ato e potência remetiam ao movimento, matéria e forma se referiam a ausência de movimento, ou seja, para ele, onde havia matéria não havia movimento.

No Campo da Abstração

Vida

Vida

Suas ideias continuaram influenciando também o campo da abstração, no caso, a psicologia, que tem como base os conceitos de alma, ou psique, e intelecto, nous. Nesse contexto, a alma seria a forma essencial de um corpo que, por sua vez, é vida em potência. Nesse campo, o intelecto não se limita ao corpo, transcendendo-o, e no homem a alma, ao contrário do que ocorre com os animais, não se limita a vegetar, crescer e se reproduzir, possui como diferencial a inteligência.

Já para o filósofo, a biologia é a ciência da vida que se localiza na relação entre ato e potência. Mostrou que estava além de seu tempo, quando percebeu que a metafísica era uma ciência que tinha como preocupação estudar uma realidade que está além do mundo físico. Nesse sentido, entendia a metafísica como uma ciência complexa que tem como preocupação indagar as causas e os princípios, o ser enquanto ser, investigar a substância e a substância suprassensível.

No âmbito da existência, Aristóteles entendia que tudo para existir dependia de quatro causas: a material, que é aquilo que compõe algo; a formal, que representa a própria existência da coisa; a motora, que origina o processo em que a coisa surge, e a causa final, que nada mais é do que o objetivo para que uma coisa é feita. Faz parte das coisas, a essência e os acidentes. A essência seria o que confere identidade a algo e que o diferencia dos demais.

Já o acidente seria algo que pode pertencer ou não a algo, sem que isso o desfigure, tal como se ele é grande ou pequeno, ou se tem cor diferente ele não vai deixar de ser o que é. Aristóteles entendia que todas as coisas, mesmo as em ato, são em potência. Assim, uma árvore seria uma semente em ato e também uma folha em papel ou então uma mesa. Nesse aspecto, esse seria, segundo ele, o caminho de todas as coisas. A única exceção seria o ato puro que o filósofo associa com o bem. Nesse aspecto, um ser em potência somente ser um ser em ato, por meio de algum movimento.

Aristóteles percebia o movimento na ética, que, para ele, é uma ciência menos exata, pois se ocupa com assuntos mutáveis, visto que ela se refere àquilo que o homem obtém por meio de ações repetidas ou por hábitos que formarão as virtudes e os vícios. Nesse âmbito, para ele, a virtude seria o meio-termo enquanto o vício seria falta ou o excesso de virtude. Ainda em relação a virtude, o filósofo entendia que as virtudes somente ocorrem entre os homens e que, por isso, elas perdem sua razão de ser, quando as relações humanas deixam de existir. No entanto, Aristóteles visualizava uma outra vertente da virtude: a especulativa ou intelectual, que é acessada por apenas alguns filósofos que buscam o conhecimento simplesmente por amor ao conhecimento.

Ética e Política e a Busca Pela Felicidade

Obras

Obras

Segundo sua concepção, se a ética tem como objetivo a busca pela felicidade individual, a política buscaria também a felicidade, mas no âmbito coletivo. Em razão disso, caberia à política descobrir sistemas de governo que possibilitassem o alcance desse objetivo. Nesse âmbito, entendia que havia uma técnica que era imprescindível para aquele que desejasse seguir a vida pública, a arte da retórica, que permitia estruturar e expor argumentos.

Aristóteles, também se interessava pela poética, que incluiria a poesia épica, a tragédia e a comédia, todas seriam, em síntese, imitação daquilo que poderia ser. Assim, cada homem poderia se enquadrar em algum dos gêneros. Nesse contexto, a poesia épica apresentaria o homem como se ele fosse maior que é, de fato. Já na tragédia, busca-se exaltar suas virtudes, enquanto a comédia tem como finalidade apresentar seus vícios ou defeitos.

Como se pode perceber, a filosofia aristotélica era extremamente abrangente e criou as bases para grande parte do conhecimento humano que, a partir de então, se expandiu e continua se expandindo até hoje e a filosofia é, claro, continua contribuindo para esse processo infinito de busca inesgotável de entender o que move nossa essência.

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Categoria(s) do artigo:
História

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Comentários

  • tirei 10 no trabalho quando entrei nesse site e copiei tudo!

    t4t4 7 de outubro de 2011 23:08 Responder

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