A mitologia dos antigos gregos abriga inúmeros heróis, deuses e também monstros. Os ciclopes se enquadram nesta terceira categoria: eram para este povo antigo, violentas representações de forças destrutivas da natureza. Gigantescos e com apenas um olho no centro da testa, fizeram parte de vários mitos de origem grega. Muitas vezes estudiosos levam em consideração a confusão causada entre os gregos pela descoberta de crânios de elefantes, cuja cavidade da tromba lembra uma imensa cavidade ocular em meio ao crânio. Os ciclopes eram vistos de duas maneiras distintas, considerando o autor que os citou:
Os Ciclopes de Hesíodo
Hesíodo em sua Teogonia fala de três poderosos ciclopes, liberados do Tártaro por Zeus para batalhar ao lado dos deuses contra os titãs. Eles eram Arges, Brontes e Esteropes, filhos de Urano e Gaia e dotados de grande poder e brutalidade, mas também da habilidade de construir coisas incríveis. Haviam sido presos por seu pai que temia sua força e na batalha contra os Titãs forneceram aos deuses armas que lhes concederam a vitória: a Zeus deram o relâmpago, a Poseidon seu tridente e a Hades seu elmo da invisibilidade. Posteriormente trabalharam como artífices na oficina de Hefesto, deus dos ferreiros e metalurgia. Em algumas histórias, são mortos por Apolo em represália pela morte de Asclépio, causada pelo raio produzido por estes seres.
Os Ciclopes de Homero
Na Odisséia de Homero, há um episódio famoso em que Odisseu (Ulisses) para sua embarcação com seus homens em uma ilha habitada pelos ciclopes. Nesta região os ciclopes são gigantes embrutecidos que vivem criando rebanhos de ovelhas também gigantes, atacando e devorando quem quer que se aventure em suas terras. Sem saber do perigo, acaba prisioneiro do ciclope Polifemo, filho de Poseidon com uma nereida.
Polifemo
Polifemo é o mais famoso dos ciclopes, principalmente por sua aparição na Odisséia. Quando Odisseu adentra sua caverna em busca de suprimentos, Polifemo os surpreende lá e tranca-os bloqueando a entrada da caverna com uma enorme rocha. Então começa a devorar os marinheiros de Odisseu, dia após dia. Porém este bola um estratagema e oferece ao monstro o vinho de seu navio, que o embebeda e faz adormecer profundamente. Então ele fura o olho de Polifemo com uma estaca, cegando-o, mas mesmo cego o ciclope deseja vingança e não os deixa partir. Porém ele tem de levar suas ovelhas para pastar e enquanto elas saem, Odisseu e seus homens agarram-se a elas por baixo de sua pelagem, passando pelo ciclope.
Polifemo é também citado nas obras de Ovídio e Teócrito, porém de maneira bem distinta. Ainda vivendo como pastor, ele se apaixona pela ninfa Galatéia e decide mudar seus modos rústicos para conquistá-la. Veste-se bem, apara sua barba e compõe poemas para seu amor, mas vencido por um rival mais belo, enfurece-se matando-o com uma pedra.
Curiosidades Sobre os Ciclopes
Origem do Nome
O nome dos ciclopes tem origem na palavra grega kýklops que significa olho redondo em referência ao seu olho central.
Diferentes Origens
Como essas criaturas aparecem em diferentes mitos tem origens variadas sendo categorizados da seguinte maneira: Urânios (que são aqueles filhos de Gaia e Uranos); Construtores (que tem origem no território da Lícia) e Sicilianos (estes são filhos de Poseidon).
Ciclopes Gratos
Durante muito tempo os ciclopes Arges, Brontes e Esteropes ficaram presos por seu pai Urano por terem grande força. Contudo, na guerra contra os titãs Zeus os soltou para que ajudassem e em gratidão a esse ato os ciclopes deram para ele o seu raio. Foi também nesse momento que as criaturas deram para Hades seu elmo da invisibilidade e o tridente de Poseidon.
Origem de Polifemo
De acordo com a mitologia grega Polifemo teria sido resultado de um espirro de sangue de Urano que atingiu a terra. No entanto, na verdade o ciclope que atrapalhou o regresso de Ulisses para casa era filho de Poseidon com a ninfa Teosa.
Seriam os Ciclopes Astronautas?
Existe um debate que diz que os ciclopes não só poderiam ser reais como teriam sido uma raça alien inferior trazida por raças aliens superiores para trabalhar como escravos na Terra. Aqueles que defendem essa teoria usam como base o fato de que os ciclopes são citados em muitas culturas ao longo da história como romana, grega, hindu entre outras. Porém, os céticos argumentam que se fosse assim deveriam ter sobrado restos mortais desses seres gigantes e de um olho só. Tudo que desperta curiosidade gera uma série de teorias.
