História da Bolívia

A Bolívia é um país pertencente à América do Sul, e tem como nome oficial Estado Plurinacional da Bolívia. O país faz fronteira com O Paraguai e a Argentina pelo seu lado sul, com o Brasil pelos seus lados norte e leste, e com o Chile e o Peru pela sua parte oeste.

Divisão Democrática e Geográfica do País

A Bolívia é um país que possui como sua conjuntura política a república democrática, e divide o seu território em nove departamentos diferentes, sendo eles: El Beni (Capital Trinindad), Chuquisaca (Capital Sucre), La Paz (Capital Nuestra Señora de La Paz), Cochabamba (Capital Cochabamba), Oruro (Capital Oruru), Pando (Capital Cobija), Potosí (Capital Potosí), Santa Cruz (Capital Santa Cruz de la Sierra), Tarija (Capital Tarija).

Já Geograficamente há duas regiões diferentes, sendo as planícies do leste, onde se encontra o Chaco boliviano, que fica próximo a Bacia do Rio da Prata em sua parte sul, e também a bacia Amazônica em sua parte norte, e o altiplano, que fica no centro do país e é formado por um planalto, onde vivem a maioria da população. O clima do país na parte das planícies do leste é equatorial, já o altiplano possui um clima de montanha, com baixas temperaturas.

Alguns Dados Sobre a Bolívia

O país está em desenvolvimento, possuindo um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio (0,643) e com uma taxa de pobreza alta, sendo que as principais atividades econômicas de seu povo são: mineração, pesca, silvicultura, agricultura e produção de tecidos, metais refinados, vestimentas e petróleo refinado. O país é rico em minerais, sendo o mais proeminente nele o estanho.

Os dados sobre a população podem ser um pouco assustadores, a esperança de vida no país é de apenas 65,1 anos de idade, e a taxa de mortalidade infantil é bem alta, a cada mil nascidos estima-se que 66 deles irão morrer. Cerca de 22% da sua população encontra-se subnutrida, e a linha da pobreza atinge cerca de 40% da sua população, sendo 15% são considerados analfabetos. Em relação a necessidades básicas, 14% das residências não possuem acesso a água, e 57% não possuem acesso a tratamento sanitário.

O povo colombiano é extremamente rico em cultura, já que a sua população é multiétnica, possuindo costumes de ameríndios, europeus, africanos, mestiços e asiáticos, possuindo uma diversidade em música, literatura, culinária e arte na própria extensão do país. A sua língua oficial é o espanhol e há também mais 34 línguas indígenas que são consideradas oficiais, entre elas o aimará e o quíchua.

A população da Bolívia é de 9.862.860 habitantes, sendo uma população balanceada entre homens e mulheres, já que as mulheres são 4.944.789 dentro do país, e os homens são 4.918.789. Segundo estudos, no geral, a composição étnica da população da Bolívia é a seguinte: 30% de quínchuas, 25% de aimarás, 15% de eurameríndios, 15% de europeus ibéricos, e 15% de outras etnias, como os africanos e asiáticos.

Em relação à religião, a que mais se destaca no país é o Cristianismo, fenômeno comum nos país da América do Sul, já que foram colonizados pelos povos europeus. Dentre os cristãos, que representam 94,1% da população, a maioria é de católicos, sendo 88,3%, já 6,4% são protestantes e 4,5% são de outras religiões cristãs. Além disso, 4,1% da população pratica outras religiões, e 1,7% se intitula ateu ou sem religião.

Evo Morales Junto Com Papa Francisco

Evo Morales Junto Com Papa Francisco

O país possui uma extensão territorial de 1.098.581 quilômetros quadrados, se localizando na parte centro oeste do continente. A sua sede administrativa e do governo é o departamento de La Paz, mas a capital oficial do país é a cidade de Sucre. A densidade demográfica é de 8 habitantes por quilômetro quadrado, sendo essa densidade aumentada nas áreas urbanas, que possuem 66,08% da população do país, e 33,92% reside em áreas rurais.

A moeda oficial da Bolívia é o Boliviano, onde 1 Boliviano equivale a 0,57 centavos de real, ou 0,14 dólar americano. O seu Produto Interno Bruto (PIB), é de 13.120 milhões de dólares americanos, e o PIB per capita é de 1,378 dólares americanos.

O governo da Bolívia é uma República presidencialista, sendo que já passaram pelo poder do país 66 presidentes, o primeiro deles foi Simón Bolivar Palacios, e o atual presidente é Juan Evo Morales Ayma.

História da Bolívia

O território Boliviano é habitado há mais de 12 mil anos, por isso, sua história é bem extensa. Vamos conhecer ela mais afundo logo abaixo:

Era Pré-Colombiana

A era pré-colombiana é chamada assim, pois incorpora todas as civilizações e a história e pré-história do território do continente americano antes dele ser colonizado pelos europeus.

Na região que hoje se encontra a Bolívia viveram diversos povos e foram formadas inúmeras culturas. Na região dos Andes havia diversos povos, sendo os que mais se destacaram foram os povos Tiwanaku e aymaras.

Os povos Tiwanaku se estabeleceram na região próxima ao lago Titicaca por volta do ano de 300. Eles se mantiveram nessas terras por diversos anos, convivendo com povos diferentes, como os Wari e os aymaras. Por volta do século XIII o Império Inca se estabeleceu na região e incorporou todos os povos que ali viviam. O Império Inca se tornou dominante em todo o território boliviano no século XV, sem antes ocorrerem diversas lutas e disputas por território, que levaram a derrota povos como os falantes de língua quíchuas que viviam em Cusco, e os falantes da língua aimará.

Durante um século a Bolívia se tornou parte do grande Império Inca, que era chamado de Tahuantinsuyo, que era dividido em quatro grandes territórios, sendo um deles o Collasuyo, atual Bolívia.

É importante ressaltar que as populações que habitaram a Bolívia antes da chegada dos europeus no país deixaram inúmeros monumentos arquitetônicos no país, além de muitos povos terem mantido alguns costumes desses povos que viveram em tempos tão antigos.

Colonização Europeia

Diego de Almagro foi o primeiro europeu a pisar no território boliviano, no ano de 1535, mas ele estava passando pelo local com o intuito de partir para conquistar o território chileno. Após a morte de Almagro, foi enviado Gonzalo Pizarro para conquistar essa terra que era pertencente ao Império Inca.

Foto da Antiga Cidade da Civilização Inca

Foto da Antiga Cidade da Civilização Inca

A primeira cidade fundada pelos europeus na Bolívia foi a cidade de Chuquisaca (que é conhecida atualmente como Sucre) no ano de 1538, algum tempo depois, em 1546 surge a cidade de Potosí, no ano de 1548 é fundada a cidade de La Paz e no ano de 1974 funda-se a cidade de Cochabamba.

Os espanhóis tinham a intenção de utilizar o território boliviano para a agricultura e para a mineração, e a cidade de Potosí era a mais populosa da América no ano de 1574, sendo um enorme centro de exploração de minerais como a prata, algum tempo depois, no ano de 1611, Potosí era a maior produtora de prata do mundo.

A Bolívia era um vice-reinado da Espanha, que estava incorporado ao Vice-Reino do Peru, sendo o território um dos mais prósperos dos seus inúmeros vice-reinados, e era chamado de Real Audiência de Charcas.

Por volta do final do século XVIII, a prata em Potosí estava se esgotando, e a cidade começou a entrar em declínio, já que o comércio no local era demasiado e feito com técnicas de extração antiquadas. Quando a cidade começou a não ser tão lucrativa, a Real Audiência de Charcas foi incorporada ao Vice-Reino do Rio da Prata.

Independência Dos Espanhóis E Conflitos Enfrentados

Os movimentos de Independência começavam por toda a América, e não foi diferente naquele território, sendo em La Paz e em Chuquisaca que se iniciou o movimento para a independência.

Após conflitos, que foi liderado por Simón Bolívar, o país se declarou independente no dia 6 do mês de agosto do ano de 1825, e o seu nome passou a ser República de Bolívar, que mais tarde foi alterado para República de Bolivia.

Simón Bolívar

Simón Bolívar

No ano seguinte a independência foi outorgada a primeira constituição do país, proposta por Simón Bolívar e aceita por um congresso que havia sido montado na cidade de Chuquisaca. O primeiro presidente eleito foi Antonio José de Sucre, que era marechal de Ayacucho.

A nação boliviana passou por muitos anos de revoluções e guerras civis, que se iniciaram logo após a sua independência da Espanha e não cessaram por muito tempo, os intervalos de instabilidades ocorriam pouco, e quando ocorriam era breves.

No ano de 1928 o país foi invadido pelo Peru, sob o comando de Agustín Gamarra, com a intenção de tomar as terras pertencentes à Bolívia, ocorreram diversas batalhas e o território boliviano foi tomado pelo exército peruano, sendo o conflito cessado no mesmo ano após a assinatura do tratado de Piquiza, onde o exército peruano aceitou se retirar do território boliviano.

 Agustín Gamarra

Agustín Gamarra

No ano de 1837 a Bolívia se uniu ao estado Sul-peruano e ao estado Norte-peruano para que eles pudessem formar um novo estado que seria chamado de confederação Peru-boliviana, que foi desfeita somente dois anos após a sua formação, pois havia forte oposição e declaração de guerra de confederações do Chile e da Argentina. Essa união ocorreu após a invasão da Bolívia na terra peruana, que saiu vitoriosa após matar Felipe Santiago Salaverry, que era contrário a ela. A confederação se dissolveu após ocorrer à batalha de Yungay.

Após esse conflito tanto a Bolívia como o Peru passaram por períodos de anarquia em seu governo, o que levou a uma nova invasão por parte do Peru ao território boliviano para tentar o anexar ao seu país, mas os bolivianos se juntaram a José Ballivián para conseguir derrotar as forças do outro país.

José Ballivián

José Ballivián

O país passou também por perdas territoriais, até o ano de 1879 o país possuía uma saída para o mar, com o seu litoral possuindo cerca de 158 mil quilômetros quadrados. Mas o Chile ocupou o porto de Antofagasta, que era pertencente a Bolívia, que deu início a Guerra do Pacífico. No ano de 1904, após anos de conflitos, foi firmado um tratado de paz que dava o domínio do território para o Chile, mas garantia a Bolívia livre acesso ao mar, no ano de 1953, após a fundação da Organização das Nações Unidas, isso foi revisto e a Bolívia passou a ter um porto livre na cidade de Arica.

O país disputou uma guerra com o Brasil pelo território do Acre, que acabou com a porção de 191 mil quilômetros quadrados de terra sendo pertencentes ao Brasil em troca de uma indenização paga a Bolívia. Ocorreram também conflitos limítrofes com a Argentina, que foi resolvido no ano de 1925, com o Peru, que foi iniciado em 1932 e duraram três anos, ocorrendo à morte de mais de 50 mil bolivianos e 35 mil peruanos, conflito esse que foi resolvido no ano de 1938, onde o Paraguai ficou com a maior parte do território disputado.

A Revolução de 1952

Revolução de 1952

Revolução de 1952

Essa revolução também foi chamada de Revolução Nacional, e é considerada uma das três revoluções mais importantes da América Latina, e marcou a entrada da Bolívia para o século XX. O governo que assumiu em 1952 foi o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), que ficou por 12 anos no poder e conduziu diversos processos de modernização no país. Ela mudou a forma da participação do cidadão e do controle do Estado sobre os recursos do país.

A revolução teve início durante as eleições do ano de 1951, quando o líder exilado do Movimento Nacionalista Revolucionário alcançou quase metade dos votos da população. Quando isso ocorria o congresso deveria escolher entre os três candidatos mais votados, os congressistas queriam impedir que o líder do MNR se elegesse, então, entregaram o governo para uma junta militar. A junta militar ficou no poder por um ano, até ser derrubada pelo MNR.

O líder do MNR era Víctor Paz Estonsessoro, que retornou do exílio e assumiu a presidência do país, a partir de então o governo começou a trabalhar em diversos programas de expansões econômicas, nacionalizou as minas do país, realizou a reforma agrária e dividiu parte das terras entre os indígenas, instituiu o voto universal e realizou também uma reforma na educação do país.

Víctor Paz Estonsessoro

Víctor Paz Estonsessoro

No início da década de 1960 a economia sofre com a queda do preço do estanho, o principal mineral importado pelo país. O governo foi forçado a diminuir o número de trabalhadores e restringir os salários, o que irritou os sindicatos, mas mesmo assim o MNR se manteve no poder, agora com um novo líder, já que a constituição do país não permitia a reeleição.

Foi outorgada uma nova Constituição que possibilitava a reeleição, e então Paz Estenssoro voltou ao poder, mas dessa vez tinha um militar como o seu vice-presidente, o que fez os apoiadores do MNR abandonarem o partido, pois acreditavam que ele não possuía mais um teor revolucionário. Com isso houve uma movimentação contra o governo, que derrubou Paz um mês após a sua reeleição, no ano de 1964, e então uma junta militar toma o poder novamente, liderado pelo antigo vice-presidente de Paz, René Barrientos.

Governos Militares Que Comandaram a Bolívia

Assim como os demais países da América do Sul, a Bolívia passou por um período de regime militar.

O governo militar que foi estabelecido no ano de 1964 governava de forma conservadora, e focava no investimento privado e no estrangeiro. No ano de 1966 René foi eleito presidente não mais como militar, mas ele necessitava do apoio dos militares para governar o país, já que havia muitos movimentos contrários ao seu governo.

Os rebeldes no país eram diversos, e os militares buscavam derrotar todos. Em uma das investidas militares contra os rebeldes, na aldeia de Vallegrande, foi capturado Che Guevara, um dos maiores revolucionários da América do Sul, que foi executado em 9 de outubro de 1967, pelo governo boliviano.

 Che Guevara

Che Guevara

René Barrientos foi morto em um acidente de helicóptero no ano de 1969, após o seu falecimento diversos militares assumiram o poder, mas no ano de 1971 ocorreu um golpe de militares contra militares, e então Hugo Banzer assume o poder.

Banzer implantou na Bolívia o seu pior momento de repressão, onde foram abolidos os direitos civis e os movimentos trabalhistas, e tropas foram enviadas aos centros de mineração. Ele se manteve no poder até o ano de 1978, quando renunciou.

Em 1980 o país enfrenta uma forte crise devido à queda do preço do estanho e a má administração dos militares vivendo um momento de superinflação. Na década de 80 ocorre também uma movimentação da exportação de cocaína no país, o governo sofreu pressão dos Estados Unidos para que tentasse controlar o tráfico da droga.

A última junta militar que governou o país ficou no poder por dois anos, de 1980 até 1982, após isso foi reinstalada a democracia.

Governos Democráticos

Hernán Siles Zuazo

Hernán Siles Zuazo

O novo governo democrático começou com Hernán Siles Zuazo, que chegou ao poder no dia 10 do mês de outubro do ano de 1982, ele tinha como partido a Unidade Democrática e Popular (UDP). O governo dele durou três anos, até 1985, e depois Víctor Paz Estenssoro assumiu novamente o poder por mais quatro anos. Jaime Paz Zamora assume no ano de 1989, seguido por Gonzalo Sánchez de Lozada (que permaneceu entre os anos de 1993 até 1997) e Hugo Banzer Suárez (que assumiu no ano de 1997 até o ano de 2001), todos eles apoiados ou membros do MNR. Benzer morreu antes de o seu mandato terminar, por isso, Jorge Quiroga Ramírez assumiu o governo por um ano.

Mesmo com o governo democrático ocorreram no país revoltar populares, no ano de 2003 ocorre uma que termina com o segundo mandato de Gonzalo Sánchez de Lozada, que havia assumido no ano de 2002, então seu vice, Carlos Mesa, permaneceu até o ano de 2005, mas continuaram ocorrendo revoltas populares que levaram a saída de Carlos Mesa do poder e a entrada de Eduardo Rodríguez Veltzé, que permanece como presidente interino até o ano de 2006.

Eduardo Rodríguez Veltzé

Eduardo Rodríguez Veltzé

No ano de 2005 um candidato surge com força, pertencente ao Movimento para o Socialismo, Juan Evo Morales Ayma cai no gosto popular e é eleito com 53,7% dos votos, seu mandato teria duração até o ano de 2010.

Morales ganhou o prestígio popular por ser um aimará, dessa forma ele disse que governaria para o povo que ali vivia há muitos anos, dizendo que finalmente os 500 anos de colonialismo haviam terminado e que agora o país seria governado com autonomia. Para mostrar a sua proximidade a população, Morales tomou posse em um ritual aimará simbólico em Tiwanaku, antes da posse oficial que ocorreu em La Paz, nesse ritual estavam presentes diversos representantes de esquerda de toda a América Latina.

Governo de Evo Morales

Evo Morales é o presidente com mais tempo de governo da história da Bolívia, sendo reafirmado nas urnas por todas às vezes, onde a própria população votou a favor dele se candidatar por uma terceira vez. Ele foi o homem que conseguiu trazer estabilidade econômica para o país, levando a população diversos programas que auxiliam na educação ou na aposentadoria. Ele conseguiu criar tais programas através da nacionalização dos hidrocarburetos. A gestão de Evo Morales tem foco em comunicação próxima com o povo, dialogando com diversos setores do país.

No ano de 2009 foi sancionada uma nova Constituição no país, que o tornou um Estado Plurinacional, propondo a recuperação de um povo de composição plural e o forte reconhecimento dos povos indígenas, que passaram a ter cotas parlamentares, autogestão de suas comunidades e um sistema judicial próprio. Com o seu governo o país também passou a ter mais voz na América do Sul e no mundo, sendo extremamente influente.

Um dos pontos cruciais de seu governo é o forte apoio dos movimentos sindicais e sociais, Evo já era um homem importante no ramo cocaleiro, e quando se tornou presidente não abandono os movimentos, pelo contrário, os fortificou. Ele investiu fortemente na educação, entre os anos de 2006 e 2014 foram melhoradas 700 escolas em todo o país. O abando escolar diminuiu muito em seu governo, e mais de 955 mil pessoas foram alfabetizadas através de novos programas implantados por ele.

O lema do seu governo é “Para avançar, não se deve retroceder”, e tal máxima tem sido implantada com bons resultados, durante os seus treze anos de governo.

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