Muitas pessoas já ouviram falar em anacronismo mas a sua maioria nem sabe do que se trata. Você, por exemplo, sabe o que é? Sabe ao menos se é algo em relação com a medicina, culinária, ou se é de outra área de interesse? Tem interesse em saber?
O que é Anacronismo?
A verdade é que muitas pessoas não sabem o que é (a definição e a prática) anacronismo. Mas não precisa se preocupar. Você não saber o que é ou quando isso acontece não é nenhum bicho de sete cabeças, até porque estamos aqui para lhe ajudar com isso.
Existem várias definições para o anacronismo, mas a definição mais simples e prática que podemos dar para vocês é que o anacronismo é um erro de cronologia. Ao analisar a formação da palavra anacronismo pode-se perceber isso já que a palavra vem do grego ἀνά, que significa “contra”, e χρόνος, que significa “tempo”. Juntando as duas traduções, temos “contra o tempo”. O anacronismo também pode ser chamado de anticronismo.
O anacronismo é expresso quanto há um erro de datas, por exemplo, quando objetos, pessoas, costumes e eventos são retratados de uma forma errada, na época errada, em uma época que não é a correta de sua invenção ou de seu uso, que são retratados fora de época.
Podemos dizer que o anacronismo é um desafio para os historiadores, já que ele lida com a questão da cronologia, do período histórico de cada coisa. Para quem trabalha com fatos e dados históricos, um anacronismo é considerado um erro mortal, por isso, para uma pesquisa histórica ser bem sucedida é praticamente obrigatório a ausência (a falta) de anacronismos.
Onde Pode Ocorrer o Anacronismo?
O anacronismo ocorre, principalmente, nas manifestações artísticas. É muito comum vermos o anacronismo “se manifestar” em textos (quando o autor descreve uma decoração, um costume dos personagens, as roupas), em filmes (principalmente os que se passam em determinado período histórico), em pinturas (assim como nos filmes, principalmente as pinturas que retratam um período histórico).
Exemplos de Anacronismo
Você ainda não entendeu como funciona o anacronismo? Vejamos um exemplo que podemos dar: o computador, por exemplo, surgiu por volta dos anos 40, durante a segunda guerra mundial, em conjunto com a internet. Se em algum retrato histórico da década de 10, por exemplo, houver um computador, pode-se dizer que o computador é um anacronismo naquela situação.
Em várias pesquisas você pode encontrar exemplos muito comuns de anacronismos que ocorrem no meio histórico (justo onde não pode haver anacronismo). Eles citam o uso do termo república (o país que é governado por um presidente), que não pode ser usado em livros ao retratar o fim da monarquia, já que quando a monarquia teve a sua queda, ainda não havia uma república de fato, sendo esta concretizada algum tempo depois.
Outro exemplo que os historiadores citam que ocorrem frequentemente é a questão do pensamento de materialismo, capitalismo, consumismo antes da era de Marx, o pai dessa corrente de pensamento.
Anacronismo nos Filmes
Existem alguns casos de filmes, desenhos, entre outros, que podem servir como exemplo de anacronismo. Alguns passam despercebidos aos nossos olhos. Outros são tão diretos que nós sequer notamos ou chegamos a criticar.
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Os Flinstones
Podemos citar, por exemplo, o desenho animado d’Os Flinstones. Os Flinstones conta a história de duas famílias que vivem na época da pré-história. Fred e Wilma Flinstone (de onde vem o nome da série animada) são casados e tem como descendente a Pedrita. Wilma é amiga de Betty, que é casada com Barney, que por sua vez é amigo de Fred. O segundo casal tem como filho (adotivo) Bambam, que é apaixonado por Pedrita.
As roupas dos personagens deixam claro para os telespectadores que a história se passa na pré-história. Pedrita usa em seus cabelos um osso, as roupas rasgadas, os pés descalços. Além do mais, os Flinstones tem como bichinho de estimação um dinossauro, o Dino, o que confirma, mais uma vez, que a história se passa na pré-história.
O anacronismo desse desenho se dá em alguns momentos. O primeiro, por exemplo, é que Fred e Barney trabalham em uma construtora. Opa, peraí! Mas na pré-história o homem não vivia em cavernas e sobrevivia da caça? Pois é…
Além do mais, naquela época o homem era nômade (não tinha residência fixa) e se locomovia a pé, o que não ocorre com os Flinstones, que tem casas e possuem até carro (tudo bem que o que movia o caro eram os pés de quem nele ia, mas era um carro).
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Maria Antonieta
O filme conta a história de Maria Antonieta, uma princesa austríaca que é enviada à França para se casar com o rei Luis XVI. Na corte francesa, Maria Antonieta se depara com fofocas, intrigas e tudo o que não era de seu costume na corte austríaca. Para sobreviver a esse mundo que não é seu, ela cria um mundo à parte, podendo se divertir e viver sua juventude normalmente. Por outro lado, o filme também conta a respeito da Revolução Francesa, que está prestes a estourar.
O anacronismo desse filme se dá quando a rainha Maria Antonieta está a experimentar seus calçados e, no meio deles, aparece um par de All Star. O tênis All Star é recente, do século XX, sendo que a rainha Maria Antonieta é do século XVIII. Mesmo com esse “erro” (o que a diretora justificou sendo uma crítica), o filme ganhou o Oscar de melhor figurino de 2006.
O anacronismo pode ocorrer em várias outras artes. Como na literatura, na pintura, na música. Existem muitos casos de anacronismo em filmes e em pintura, principalmente, mas há também os casos na literatura. Nos livros didáticos também ocorre esse erro de cronologia, principalmente no uso errôneo de termos (como já dito acima).
Historiadores buscam evitar que esse erro seja cometido, mas muitas vezes é mais fácil explicar detalhadamente, mesmo que ocorra um leve anacronismo, do que não cometê-lo. A maior parte dos anacronismos que ocorrem (historicamente falando) são em relação a sentimentos e comportamentos, o que chega a ser até compreensível já que uma mudança começa a ocorrer. Mesmo assim, anacronismo é considerado um erro de cronologia.