A literatura é um dos universos mais amplos existentes no campo histórico, isso porque, através das obras conhecidas por essa vertente da linguagem publicadas em determinadas épocas, pode se conhecer mais sobre o cotidiano e a vida das pessoas da época em que tal obra foi criada.
As vertentes da literatura são exaustivamente estudadas nas escolas, visto a importância delas para o movimento histórico e escritor daquela época. Além disso, muito conteúdo presente em tais vertentes é cobrado em vestibulares como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)e Fuvest.
Atualmente, estamos na era contemporânea, onde as novas obras lançadas nesse período irão significar a contemporaneidade. Enquanto no humanismo as artes, tanto escritas quanto visuais estavam mais relacionadas ao homem em sua essência, a era contemporânea mescla a relação humana com as novas tecnologias e com a natureza, sendo que a relação homem – meio ambiente é um dos temas mais discutidos atualmente.
O nosso artigo de hoje está relacionado com a literatura, mais precisamente, com uma importante vertente dela: O Simbolismo. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre tal movimento, além de algumas informações interessantes e curiosidades sobre essa vertente. Vamos lá?
A Origem do Simbolismo
O Simbolismo nada mais é do que um movimento da literatura especializado em poesias e outras manifestações artísticas que surgiram na França no final do século XIX, que tinha como objetivo opor-se aos movimentos já consagrados naquela época: naturalismo, positivismo e o realismo. Os ideais que moveram o simbolismo estavam intimamente ligados ao romantismo, sendo que as vertentes simbolistas foram estendidas, além da literatura, para os teatros e até mesmo artes plásticas.
Foi a partir do ano de 1881, no território francês, que os intelectuais, artistas e escritores , que, fora influenciados pelo misticismo, bagagem essa herdada das diversas trocas de valores culturais entre o ocidente e o oriente, procuraram transmitir às suas obras a “aura” que tinham encontrado nas viagens que faziam justamente para ter essa “troca” de experiências culturais.
No entanto, tal vertente não foi aceita de imediato por outras pessoas da época, que chegaram a apelidar o movimento, de modo irônico, de “decadentismo”, ou seja, os princípios carregados pela recém-criada vertente nada mais era do que valores considerados decadentes e que iriam afetar profundamente o movimento que era vigente na época (O realismo). Seis anos mais tarde após o início de tal movimento, em 1886, foi assinado um manifesto, onde se pedia o reconhecimento dessa nova vertente, que passou a ser chamada de “Simbolismo”.
As principais características do Simbolismo são a Musicalidade, o Transcendentalismo e o Subjetivismo, que você irá ver mais detalhadamente à seguir:
Musicalidade: É uma das características que mais expressam o simbolismo em sua essência. Muitos poetas, para poder aproximar a poesia da música, recorreram a algumas técnicas que solicitavam o não uso de itens que eram considerados cruciais para uma poesia da época, como a aliteração, que é o uso sistemático de repetição de um mesmo fonema (consonantal, no caso), e, também, deixando de usar a assonância, que pode ser definida como a repetição de fonemas vocálicos.
Subjetivismo: Os artistas que aderiram ao simbolismo passaram a ter maior interesse pelo único, particular, individual, em detrimento da visão generalizada, ou seja, sobre um conjunto. Pode ser considerada como uma influência antropocentrista, onde o homem é o centro de tudo, ou seja, ele deve ser estudado mais detalhadamente. Naquela época, os artistas achavam que a visão geral já não mais importava, prevalecendo os pontos de vista únicos expressos pelas pessoas. A intenção dos artistas não era somente a volta do homem para o seu coração, mas sim, buscar detalhes mais profundamente no ser humano. Portanto, a poesia nesse sentido se afastaria da poética parnasiana, aproximando-se, enfim, da temática romântica.
Transcendentalismo: Sugerir utilizando palavras e versos em vez de nomear com objetivo era um dos princípios mais básicos carregados pelos adeptos do simbolismo. Com isso, objetivava-se o uso da fantasia e do imaginário, deixando em segundo plano a razão e a lógica. Por isso, os simbolistas utilizavam a intuição para interpretar a vida em suas obras. Se a interpretação não vier, a indefinição, o vago ou o impreciso é o que valem para essas obras. A obsessão pela cor branca é evidenciada pelos usos incansáveis das palavras neblina e névoa (além de outras que demonstram a clara preferência por tal tonalidade de cor). Os poemas do escritor Cruz e Sousa podem comprovar tais afirmativas.
Escritores Que Aderiram ao Simbolismo
Vários escritores, até mesmo de outros países, aderiram ao movimento iniciado na França. No país, é atribuído ao escritor Charles Baudelaire o pioneirismo nessa prática, onde sua primeira publicação com as essências simbolistas foi “As Flores do Mal”, lançada no ano de 1857, ou seja, quase trinta anos do reconhecimento da nova vertente literária, o que prova que ela é mais antiga que os movimentos que surgiram para oficializá-la.
Em Portugal, o início do simbolismo pode ser definido no ano de 1890, quando o escritor Eugênio de Castro lançou a obra “Oaristos”. No país, o movimento simbolismo durou até o início do século seguinte, em 1915, quando a geração Orfeu desencadeou a revolução modernista no território lusitano. No entanto, essa revolução possuía vários aspectos que foram herdados do movimento simbolista.
No Brasil, foi de responsabilidade dos poetas Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimarães e Augusto dos Anjos lançar suas respectivas obras que viriam a ter a essência simbolista. Como já mencionado anteriormente, os poemas escritos por Cruz e Sousa possuem em sua essência elementos que podem caracterizá-lo como um poema simbolista.
Não foi somente na literatura que o simbolismo se destacou, como já dito antes. Nas artes plásticas, vários foram os artistas que adotaram os princípios simbolistas para compor a sua arte. Paul Gauguin foi um desses artistas, cujas obras refletiam bem a influência simbolista com alguns fragmentos do impressionismo, outra vertente bastante conhecida no meio das artes. É perceptível que, nas obras plásticas, os princípios simbolistas tinham grande influência do romantismo, pelo cuidado com as telas e pelas cenas retratadas.