Apesar de ser considerada uma derivação da arquitetura grega, a arquitetura da Roma Antiga conseguiu criar as próprias características, deixando um grande acervo e ideias para o mundo ocidental. As obras desse período estão espalhadas por toda Europa e ainda hoje servem de estudos para historiadores e encantam os admiradores de grandes valores arquitetônicos.
O valor da arquitetura Romana não se limita somente a beleza e a estética, mas, também, pela qualidade das construções. Tente imaginar ou faça as contas de quanto tempo faz que foi construído o Panteão e depois de anos e anos ele está em bom estado de conservação.
Os romanos demonstraram pela durabilidade das suas construções, que eram mestres na arte de erguer uma obra, que usavam excelentes técnicas, um exemplo disso, é a Via Appia, um das estradas de Roma.
A arquitetura romana é de tão grande qualidade, além da beleza, que nos dias atuais algumas técnicas adotas naquela época ainda são usadas, como os aquedutos que servem para abastecer de água algumas vilas modernas.
As Origens e Influências da Arquitetura Romana
A arquitetura romana não é “pura”, ela nasce com uma forte influência de outras duas arquiteturas: a grega e a etrusca. Da Grécia, os pontos principais adotados pelos os romanos são: as ordens dórica e jônica (fazem referência a regiões do país, onde as técnicas eram mais usadas). Exemplificando, o dórico se vê nas colunas externas dos templos romanos e na parte sul da península Itálica. Enquanto o jônico, era mais presente nas colunas da parte interna. Para completar, essa mistura na arquitetura romana, a ordem coríntia, também serviu como inspiração e se trata de um jônico, com formas mais rebuscadas, mais trabalhado.
Quando falamos dessa influência grega, jônico, dórico e coríntio, não estamos falando de uma pura e simples réplica do que era feito pelos gregos, pelo contrário, os romanos colocaram as suas próprias características e deram nova vida a esses tipos de arquitetura.
Já os etruscos influenciaram a arquitetura romana com os seguintes elementos: arco e abóbada. Esse povo vivia na Itália, na região chamada agora de Toscana. Alguns historiadores, afirmam que foram os etruscos que ensinaram o povo de Roma Antiga a construir pontes e outras edificações. Para admirar uma obra etrusca, que sobreviveu anos e anos, basta ir até Perugia e ver de perto a Porta Augusta.
Se você olhar uma obra romana vai ver os seguintes elementos da união da influência etrusca e grega: vestíbulo profundo com as colunas individualmente posicionadas, planta retangular, uma escada na parte da frente que leva até a base, teto de duas águas, entre outras.
As Características da Arquitetura Romana
- Templo da Fortuna de Virilis: Características etruscas – alto pódio, larga cellae profundo pórtico.
- Características gregas: colunas jônicas. Assim como em outras obras de templos, os antigos romanos pensavam no espaço que eles precisavam, quando erguiam as construções.
- Características romanas: ordens toscana (inspirada no estilo dórico) e compósita (inspiração no jônico e no coríntio), porém uma criação completamente nova.
- A decoração fica em segundo plano. O que é mais importante é o projeto que seja considerado sólido e resista ao tempo.
- A entrada do uso do cimento, que permitia determinadas junções sólidas.
- Os antigos romanos voltaram a usar o mármore nas construções.
- A arquitetura romana ganhou um novo tipo de abóbada: em berço e de aresta.
- A construção de arcos, dando as obras um toque de arte.
- Construção de basílicas: amplas construções, em praças públicas, que aplicavam todos os estilos de arquitetura que existiam na época. Normalmente, sustentadas por colunas em arco.
- Paredes largas com aberturas estreitas que serviam como janelas.
- A arquitetura romana se espalhou por outras regiões que pertenciam ao Império Romano, graças ao que foi chamado de romanização.
A Influência do Incêndio em Roma na Mudança da Arquitetura
Em 64 d. C., Roma enfrentou um incêndio que durou 9 dias e boa parte das construções foram afetadas. Terminada a tragédia, o imperador Nero ordenou que a cidade fosse reconstruída, porém, dessa vez, de forma mais sólida. Foi então que saíram de cena a madeira e o barro dando lugar ao concreto. Nessa reconstrução, as ruas tornaram-se mais largas e os prédios mais baixos. O uso da madeira foi limitado.
Coma a entrada do concreto nas construções, o uso de colunas foi diminuído, uma vez que era possível erguer um prédio sem elas, graças a utilização do novo material. Passaram a ser mais usadas como decoração do projeto arquitetônico do que qualquer peça importante de sustentação e, por isso, não desapareceram completamente.
Veja Quais São as Principais Construções Romanas
- Termas romanas: construções feitas para banhos públicos. No ambiente piscina, banho quente ou frio e vestiário eram separados – Termas de Caracala (216 d.C.).
- Teatros e anfiteatros: construídos sobre estrutura de sustentação abóbods e pilares com declives naturais. Eram palco de lutas entre gladiadores ou gladiadores contra animais ferozes – Coliseu de Roma (70-80 d. C.) e Pompeia (75 a. C.).
- Estradas: Via Ápia (principal e primeira via construída na antiga Roma em 312 a. C.). Chegava até Cápua, outra cidade italiana.
- Aquedutos: para abastecimento de água. A construção desse sistema durou cerca de 500 anos e só foi abandonada pelos romanos depois da entrada do encanamento.
- Templos: Panteão em Roma, construído em 27 a.C. A construção é a prova viva da boa conservação da arquitetura romana e da sua durabilidade ao longos dos séculos.
- Arcos do triunfo: eram construídos depois de cada uma das vitórias do exército romano em uma batalha, como forma de homenagem aos soldados. Na atual Roma é possível contar 5 arcos, todos construídos em mármore. São eles: Triundo de Druso, Triunfo de Tito, Triunfo de Septímo Severo, Triunfo de Galiano e Triunfo de Constantino.
- Casas: eram chamadas de Domus, a típica casa da antiga Roma. Não eram tão luxuosas como os templos religiosos. Porém, eram amplas e com espaços divididos. Os vestígios desse tipo de construção podem ser vistos ainda hoje, em Pompeia, no sul da Itália.
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