Início Da Vida E Carreira
Charles Burton Barber foi um pintor britânico, nascido em 1845 na cidade de Great Yarmouth no condado de Norfolk. Aos 18 anos Burton Barber ingressou na Royal Academy of Arts, instituto importante na promoção da artes visuais, com sede em Londres, onde ganhou medalhas de reconhecimento pelo seu trabalho já no ano seguinte a sua entrada, no ano de 1866 expôs pela primeira vez suas pinturas na Academia,e permaneceu exibindo sua arte lá até o ano de 1893. No ano de 1883 foi nomeado membro do Instituto Real de Pintores a Óleo, organização fundada no ano anterior a sua admissão, e cuja função é promover e exibir obras feitas a óleo.
De personalidade quieta e simples, dizia-se que o artista valorizava a vida íntima e nunca converteu seu sucesso em imodéstia, Harry Furniss, artista inglês e grande amigo de Charles Barber, fala em seu livro The Confessions of a Caricaturist que o pintor não tinha um estilo de vida boêmio, citando de modo espirituoso o fato de Burton não ser fumante, hábito extremamente comum na época.
Charles recebeu muito reconhecimento pelas suas obras ainda em vida, gozando de grande popularidade na sua época. Sendo um artista inglês na era vitoriana, obteve a honra de ser contratado pela própria rainha Vitória na década de 1870, para retratar por meio da pintura a soberana e sua família em companhia de seus animais de estimação e demonstrar o vínculo afetivo que existia entre os bichos e seus donos, os trabalhos que exerceu para a corte culminaram na sua contratação para tornar-se o pintor da realeza após a morte do SIR Edwin Landseer.
Charles Burton Barber
Estilo Artístico E Inspiração
Charles Burton Barber desenvolveu um estilo particular na suas obras, conhecido principalmente por pintar crianças acompanhados de animais, inicialmente ele retratava apenas paisagens com animais e isso era sua grande paixão, porém com o tempo foi percebendo que a presença de seres humanos nas pinturas era comercialmente muito mais vantajoso, e foi essa informação que o motivou a começar a pintar da maneira que o consagrou, inclusive é levantada a hipótese de que várias de suas obras foram utilizadas para a promoção de produtos de empresa, no entanto no livro ‘The Works of Charles Burton-Barber’ é revelado que isso criava um sentimento de insatisfação nele por não está fazendo o que mais lhe agradava.
O pintor conquistou seu público pelas telas visualmente agradáveis, com traços perfeitos e delicados, resultado de sua inegável competência. Charles produzia desenhos com a estética muito realista, mas também esboços que atestam sua aptidão para o desenho, boa parte das vezes essas pinturas rápidas eram de animais, em especial, os cervos, animal este que Burton adorava pintar. Seu estilo artístico é facilmente associado ao movimento realista, o que significa que suas telas não são frutos de mera imaginação histórica ou fantasias próprias, mas sim que elas possuem ligação com o real e procuram o retratar da maneira mais fiel possível, e assim acabam por representar a realidade sem subjetividade, bastante direta e objetiva, e mesmo que não seja identificável críticas sociais típicas do realismo, as outras características estão presentes.
É suposto por muitos que o trabalho de Burton recebeu inspiração do SIR Edwin, o mesmo homem que no futuro Barber seria responsável por substituir na corte, essa suposição é sugerida pela comparação da obra dos dois, pois ambos retratam abundantemente em suas telas os ambientes externos e os animais, entretanto Charles conseguiu por individualidade nas suas pinturas, representando os bichos de forma mais realística, com feições que fazem os animais lembrar um animal e não um ser humano, e mesmo que alguns ainda discordam e afirmam que é possível associar a fisionomia dos animais aos seres humanos, tal como Edwin fazia, é incontestável que Burton Barber utilizou uma nova técnica de pintura, o que demonstra seu evidente talento.
SIR Edwin
Além de ser pintor Charles contribuiu para outra área das artes plásticas, ele fazia esculturas, entalhava em metal e madeira e até mesmo criou utensílios que o ajudou no seu trabalho em estúdio.
Fim Da Vida E as Obras De Charles Na Atualidade
O último trabalho realizado por Charles Burton Barber foi uma pintura da rainha Vitória, em 1894, nesse retrato ela é mostrada sentada em sua carruagem com seus netos e rodeado por cães. O pintor veio a falecer no mesmo ano de causa não conhecida, após sua morte o artista Arthur Elsley o substituiu como principal pintor de crianças e animais.
Na contemporaneidade, grande parte de sua obra está na Galeria de Arte Lady Lever na vila de Port Sunlight, Inglaterra, museu fundado em 1922 que guarda muito da arte feita no período vitoriano, inclusive a princesa Beatriz, filha da rainha Vitória e por muitas vezes representada nas telas de Burton, estava presente na inauguração do espaço. Outra parte das pinturas de Charles permanecem na coleção da família real britânica, sendo portanto de posse tanto dos soberanos do Reino Unido quanto da própria nação.
Suas obras permanecem populares até os dias atuais, a pintura In Disgrace foi comprado em 2007 por US $ 639.964 e o Suspense foi comprado em 1997 por US $ 442.500; ambas foram vendidas pela Christie’s, uma das empresas de arte mais importantes do mundo
Algumas das obras de Charles Burton Barber
Darby and Joan
Darby and Joan
No quadro Darby e Joan, pintado em 1883, estão presentes apenas um gato e um cachorro se encarando em uma folhagem, a obra mede 51,4 x 61 cm e mostra o talento de Charles ao retratar animais de modo realista.
Myriads Blow Together
Myriads Blow Together
A obra de 1881, com medidas de 27,9 x 35,9 cm, apresenta uma paisagem primaveril de árvores e flores sem seres vivos aparentes. Atualmente tal quadro se encontra na coleção da família real britânica.
John Brown with dogs at Osborne
John Brown with dogs at Osborne
Nesse quadro, datado de 1883, o pintor retrata o servo da rainha Vitória, John Brown em um ambiente campestre, porém visivelmente com uma construção perto. Com medidas de 50,8 x 76,4 cm, a tela também é encontrada na coleção real.
Queen Victoria with Princess Beatrice and A Group of Dogs
Queen Victoria with Princess Beatrice and A Group of Dogs
Essa tela representa o período de cerca de 20 anos que Charles Burton passou sendo pintor na corte da rainha Vitória, com medidas de 46,2 x 61,4 cm, não se sabe a data certa em que foi feita. As principais características de Barber, a paisagem rural e os animais estão presentes, com a pequena distinção de apresentar duas mulheres adultas. A obra também pertence a família real britânica.
Queen Victoria with John Brown
Queen Victoria with John Brown
A tela ilustra a rainha Vitória em cima de um cavalo com seu fiel servo John Brown na frente, novamente em uma paisagem no campo, porém com um castelo ao fundo. Foi pintada em 1876 e leiloada em 2011.
In Disgrace
In Disgrace
Nessa peça o estilo que mais consagrou Burton é representado, uma criança com semblante triste e um cachorro aos seus pés é uma composição simples, porém encantadora. Com medidas de 95,9 x 63,2 cm, a obra pintada em 1893 foi vendida pela empresa de arte Christie’s no ano de 2007.
The Hiding Place
Essa pintura é outro exemplo das obras clássicas de Barber, mostrando uma garota escondida sob uma tenda de cobertas, um gato e um cachorro também estão presentes na obra, o primeiro de forma mais escondida e o segundo do lado da menina. Com medidas de 71,8 cm x 92,1 cm a tela é datada de 1891.
Beauty and The Beat
Esse quadro mostra uma pintura mais diferente das outras obras de Charles Burton Barber, apresentando um pavão e alguns porcos aparentemente em um celeiro, demonstra perfeitamente os traços realistas do pintor. As medidas da tela são 78cm x 90 cm e está localizada na Reading Museum em Londres.
Heybeck
Heybeck
Essa pintura retrata uma paisagem bem comum, a casa na beira do lago, as árvores, os barcos, tudo é muito simples. Medindo 22 cm x 37 cm, se encontra no Museu e Galeria no distrito de Kirklees na Inglaterra.
