A pintura de máscaras está presente em diversas culturas e é usada para os mais variados objetivos. As máscaras são acessórios usados para se cobrir o rosto, podendo ter vários propósitos diferentes, elas podem ter um sentido lúdico, como as usadas no carnaval e também em bailes de máscaras, além de significados artísticos e religiosos.
A origem da palavra pode ter se originado no latim ou no árabe. No latim vem da palavra mascus ou masca que significam “fantasma”, já no árabe bem da palavra maskharah que significa “homem disfarçado” ou “palhaço”. As máscaras possuem história e significados diferentes em várias culturas, sendo parte da arte de cada uma delas, já que todas elas eram pintadas as mãos.
Nesse artigo vamos conhecer um pouco mais da história das máscaras de maneira geral, além de conhecer um pouco sobre a arte de diversas culturas que utilizam as mascáras como um de seus veículos de arte, como: a cultura indígena brasileira, a cultura japonesa, a cultura africana, e as máscaras do teatro grego. Confira tudo isso abaixo.
A História Das Máscaras
Como podemos perceber, é bem comum hoje em dia o uso de máscaras em diversos ambientes como forma de manifestação cultural, elas são usadas em diversas datas especiais desde quando somos crianças e passamos por algumas tradições em escolas. E, na verdade, tal uso de máscaras já ocorre desde tempos bem remotos. Alguns povos e tribos ainda hoje mantêm tradições que utilizam máscaras em seus rituais, sendo possível observar o valor das máscaras em cada uma dessas culturas.
Elas podem ter significado diversos, simbolizam muitas vezes animais e outros seres que trariam proteção, livrariam de males como doenças, e trariam a vitória em momentos difíceis, como tempos de guerra. Alguns povos também as usam para homenagear os deuses em que acreditam, para que esses se sintam homenageados e possam ajudar na colheita e superar os obstáculos necessários. Em todo o continente é possível encontrar culturas que ainda preservam o uso das máscaras.
A máscara usada em rituais pode se encontrar em algumas civilizações, no tem da civilização egípcia o povo acreditava que os mortos deveriam usar máscaras para fazer a sua mumificação.
A civilização grega, por volta do século V a.C. estava em seu auge, e nessa época também o teatro, que representava comédias e tragédias gregas, tudo fazendo uso das máscaras. Há indícios de que o primeiro ator a usar máscara foi Téspis. Nessa época as máscaras eram feitas com materiais como folhas, argila, couro e madeira todas confeccionadas manualmente, no local onde ficava a boca dos atores eram colocados espécie de cones, para se propagar suas vozes. Eram colocados nelas detalhes, traços expressivos, para o personagem poder ser assimilado mais facilmente.
Os romanos fizeram algumas apropriações da cultura grega, uma delas foi o uso das máscaras no teatro. Elas eram chamadas de “Personas” e “larvas”, e indicavam as características expressivas dos personagens em cena. Nesse teatro as máscaras eram trocadas conforme mudava-se a expressão do personagem.
Com a chegada da Idade Média, as máscaras passaram a ser usadas com outras finalidades. A maioria era para a realização de festas profanas, onde com máscaras as pessoas podiam se liberar. Elas também faziam parte dos espetáculos que a igreja produzia, chamados de “mistérios”, eram usados para propagar os dogmas da instituição.
No período do Renascimento as máscaras passam a serem usadas no castelo, como forma de nivelar os convidados presentes, elas se tornaram parte obrigatória dos trajes. Nessa época também foi retomado o teatro popular, com o sucesso Commédia Dell’Arte, que ganhou o continente com tal estilo teatral.
A história das máscaras varia de cultura para cultura, e não é possível definir qual povo começou a utiliza-la. Tanto no continente Africano como nas Américas haviam povos que usavam as máscaras, principalmente em cerimônias religiosas, mudava de um local para outro a forma de confecção e o objetivo, mas o uso era comum. Em alguns locais elas eram usadas nos casamentos, em algumas tribos os índios mais idosos usam máscaras em ritos para curar doenças, elas também são usadas em ritos de passagens, havendo ainda muitos outros objetivos.
Hoje em dia é comum o uso de máscaras em datas comemorativas sem grandes significados, como no Dia das Bruxas, que são usadas como fantasias, no carnaval, usadas também em fantasias (mais alegres nesse caso), em bailes de máscaras como forma de acessório essencial. Sem contar que ainda são utilizadas em diversos ritos sagrados e festas folclóricas, dependendo da região.
Máscaras Presente Nas Artes De Diversas Culturas
Como foi citado, cada povo possui uma cultura, e muitas delas utilizam as máscaras em ritouais, celebrações, etc. Vamos conferir algumas culturas e o uso das máscaras nas mesmas, assim como saber a forma em que elas são pintadas, logo abaixo:
A Arte Na Cultura Indígena
A arte indígena brasileira existe em nossos países desde que os primeiros nativos se estabeleceram aqui. Ela passou a ser produzida por eles desde então, e continuou a ser produzida após a colonização portuguesa, que ocorre no século XVI. O Brasil possuí uma extensão territoral muito grande, o que acarreta em um número também muito grande de tribos e povoados indígenas, que diferem da cultura entre si, porém, no geral, elas geralmente produzem artes com cerâmica e pinturas, variando o estilo de acordo com a região em que vivem.
A arte indígena está presente no sangue do povo brasileiro, e pode ser considerado um dos pilares em que nossa cultura se baseou, e que foi misturado com diversos outras culturas, como a portuguesa e a africana.
Se falando em número, há no Brasil cerca de 3 centenas de etnias diferentes de índios, e como foi citado acima, cada uma delas possuem seus comportamentos e rituais próprios, cada uma delas possui sua cultura única, apesar disso, é possível encontrar várias características que são comum entre grande parte delas. As principais são: a arte em cerâmica, a arte da pintura corporal, a cestaria, as artes com pluagem, e a arte de pintura em máscaras. Tudo isso junto forma a arte indígena.
Um fato importante de se destacar, é que a palavra arte pode ser entendida de maneira diferente para nós e para os povos indígenas, já que nós temos o conceito de arte baseado na cultura ocidental. Muitos povos indígenas sequer possuem palavra para designar arte, e mais, não chamam os seus trabalhos disso. Porém, a forma como são confeccionados tais objetos geram um fascínio para os povos que não estão inseridos nessa cultura, isso por que apresenta originalidade, exotismo, função em rituais, estrutura diferenciada, associações simbólicas, tudo isso em um objeto ou rito.
A Essência Da Arte Indígena
Uma característica bem legal de se destacar em relação ao que chamamos de arte indígena é a forma como ela possui um utilitarismo, ou seja, ela não é feita para exposição ou algo do tipo. Para eles, arte e artefato andam juntos, nada é feito por puro efeito estético. Isso não quer dizer que eles não apreciem a beleza, apesar de tudo ser produzido de forma belíssima, cada um possui sua especificidade.
Outro ponto importante é que ela segue os padrões herdados, segue realmente uma tradição, e as mudanças e variações feitas nelas são bem pequenas. Com isso há formas e usos com significados bem conhecidos e extremamente caracterizados. Com isso fica fácil conseguir distinguir os trabalhos de uma tribo de outra, pois cada uma possui seus detalhes sem iguais.
Não há figura do artista, ou seja, a criação dele não é uma busca de algo novo, a sua única preocupação é realmente manter a tradição que ele herdou. Por isso, todas as máscaras produzidas não tem preocupação com o estético, e sim com o que ela representa. A primeira preocupação do artista é manter sim a tradição, porém cada um produz de uma forma, o que torna caracteristico daquele artista alguns traços, tudo sempre feito manualmente, com isso é possível reconhecer o trabalho a partir de detalhes das peças.
É por cada diferenciação de detalhes nos locais que não se pode generalizar a arte indígena como sendo uma só, pois cada povo tem seus modos e sua forma de agir e produzir arte.
Materiais Usados Na Produção De Arte Indígena
Todas as tribos possuem um amplo número de materiais naturais para produzir seus objetos, entre eles estão: couros, plumas de várias aves, garras de aves, conchas, dentes, ossos, resinas, cocos, sementes, cipós, palhas, palmas, fibras, caroços, madeiras, dentre outros. Com isso, a possibilidade de criação é bem ampla, já que os materiais são bem variados.
As peças feitas em cerâmica são produzidas em diversos povos indígenas. Um exemplo são as peças vinda da Ilha de Marajó, essas são divididas entre os vindo de Marajoara, onde as peças são grandes com pinturas de animais ou deuses, sempre puxando para avermelhado, e os de Santarém, que são peças pequenas e bem trabalhadas.
As Máscaras, Seus Significados E Suas Pinturas Na Cultura Indígena:
Na cultura indígena as máscaras possuem uma espécie de duplicidade, ao mesmo tempo em que são produzidas por um homem comum, elas representam figuras vivas do sobrenatural.
As máscaras indígenas são feitas geralmente a partir de troncos de árvores, palhas de buriti, cabaças e materiais desse estilo, ou também em tecidos vegetais. Elas são usadas em danças que acontecem em cerimoniais, representando personagens, heróis, deuses e outros.
Para a pintura das máscaras são usados produtos naturais, como vermelho vindo do urucum, o branco da tabatinga, o negro esverdeado obtido a partir do suco do jenipapo, e outras cores vivas, como o amarelo, tudo obtido através de suco de frutas, fuligem das panelas, argila, dentre outros. Essas cores transmitem alegria, e são essenciais para os rituais praticados.
Os indígenas acreditam que suas máscaras, possuem poderes mágicos, e irão proteger quem usa, em outros casos elas podem ser assustadoras e passam um ar de superioridade, em todos os casos diverge entre elas a pintura feita. A mitologia indígena acredita que no passado aconteceram conflitos entre as entidades que as máscaras hoje representam, mas que com as festas produzidas agora para elas, elas ficam felizes e controladas.
A Cultura Japonesa
A cultura japonesa é milenar, e repleta de tradições que se mantiveram ao longo dos anos. Essa é uma cultura multifacetada, com diversas nuances, que podem ser identificadas logo de cara. As máscaras se fazem presente nessa cultura também, sendo um meio de arte.
Máscaras Na Cultura Japonesa
As primeiras máscaras dessa cultura surgiram por volta de 10 mil e 300 a.C. e praticamente nenhuma delas sobreviveu, elas eram usadas em um estilo de dança chamada Kagura.
Por volta do século VI d.C. as máscaras começaram a ser usadas nas artes cênicas, abordando conceitos religiosos. As máscaras mais antigas encontradas eram usadas em uma dança chama gigaku, que depois foi substituída por bugaku, que ainda é praticada nos dias de hoje. Elas também começaram a ser usada em procissões que iam até templos budistas.
Algumas Máscaras Da Cultura Japonesa:
- Máscara Nô de Shikami: representa um demônio masculino. Possui um rosto com expressão de fúria ou maldade, e geralmente é pintada em vermelho.
- Máscara Samurai: Os samurais japoneses tinham que usar máscaras durante as batalhas, para sua proteção. Essas máscaras eram chamadas de Menpō. Seu design foi projetado para assustar os inimigos. Elas são feitas por artesãos, que junto dos samurais adequam a máscara a sua personalidade. São feitas de metal e pintadas a mão.
- Máscara Kendo: Essa máscara na verdade é um elmo de proteção para os que praticam o kendo. Chamada de Men protege o rosto, o ombro e a garganta. Ela não é produzida manualmente.
- Máscara Hyottoko e Okame: Hyottoko é um espírito mítico, que é representado por uma máscara, a expressão que se vê no rosto é felicidade e satisfação, e ela é pintada manualmente, se assemelhando ao rosto de um ser humano. As histórias ligadas a ele variam em cada região, em alguns lugares ele produz ouro do umbigo, e sua cara representada é de grande felicidade. Ele é um espírito da sorte. Essa máscara é usada em danças tradicionais. Okame é a versão feminina de Hyottoko, muitas vezes são vistos em par. Ela é uma deusa que espalha a fortuna.
- Máscara de Oni: Por vezes é chamado de demônio e em outras de ogro. Essas máscaras podem ser muito assustadoras ou terem uma pegada cômica. Possui chifres em algumas de suas variações, e podem ser pintadas de branco e azul, com tintas especiais. Em alguns festivais são usadas em corridas e brincadeiras.
- Máscara de Hannya: Esses são demônios parecidos com Oni, porém a versão feminina. Essas máscaras sempre possuem chifre, elas podem ser douradas ou vermelhas. São usadas em teatros Noh, como personagens temíveis e ciumentas.
- Máscara de Kitsune: Essas máscaras representam raposas, nas tradições da cultura japonesa, elas são mensageiras da deusa chamada Inari. Na tradição japonesa, os deuses podem aparecer como raposas, e, além disso, raposas podem aparecer como mulheres bonitas e enganar outras pessoas. Essas máscaras são provavelmente as mais conhecidas das máscaras japonesas, são brancas e com pinturas e detalhes vermelhos.
- Máscara de Tengu: Essas máscaras representam criaturas do folclore japonês, e são parecidos com elfos. São a mistura da religião budista e xintoísta. São criaturas que moram tanto nas florestas como nas montanhas. Os traços são proeminentes, principalmente os narizes, que são extremamente longos. Na maioria das variações possui barba, e alguns tem cabeças de pássaro. São usadas em muitos festivais, além de elemento de decoração em vários templos, empresas e restaurantes. Elas são vermelhas com detalhes em preto e dourado.
- Máscara Kappa: São monstros dos rios, que atacam os banhistas e desafiam os seres humanos. Assemelham-se a pássaros, com uma espécie de bico, e são pintadas geralmente de verde.
Arte Na Cultura Africana
Assim como foi falada da arte indígena, a africana irá representar os costumes das tribos do continente. A arte africana também tem como característica a funcionalidade do que é criado, além de expressar enorme sensibilidade. Tudo que é feito a partir da presença humana visa demonstrar valores étnicos, religiosos e morais. A arte africana possui pinturas corporais, esculturas feitas de bronze, marfim e ouro, que representam a incorporação dos espíritos, e as máscaras, que geralmente são feitas de madeira, mas também podendo ser usado marfim, barro ou metais, e possuem um enorme significado na cultura africana, geralmente usadas em funerais e rituais.
As Máscaras Africanas
Essas com certeza são o formato mais conhecido da arte dessa cultura, elas unem diversos elementos simbólicos e podem representar diversas coisas em tal cultura. Quando os europeus tiveram contato com esses povos, as máscaras eram o que mais os impressionava, elas eram vistas como peças muito exóticas. Aqueles colonizadores que tiveram contato com tribos africanas por vezes saqueavam as máscaras para poderem expor em suas residências, e isso minou bastante o patrimônio cultural da África, sendo que hoje em dia elas podem ser encontradas em museus espalhados pelo mundo.
Mas na cultura africana, as máscaras não são destaque pela construção exótica, e sim pela sua ligação com significados espirituais e religiosos. Elas são importantes objetos que devem ser usadas nos mais diversos tipos de celebrações, como rituais de colheita, nascimentos, rituais de iniciação, em funerais, em casamentos, nos ritos de preparação para a guerra, para curar de doenças, e muitas outras situações.
Os povos que usam máscaras se localizam na África Subsaariana. Aqui novamente as máscaras se diferem de acordo com os povos, cada um pode possuir um número imenso de máscaras que variam de estilo, material usado, tamanho, e também em seus usos e significados. Com isso é possível diferenciar os povos e conhecer um pouco mais da identidade cultural de cada uma das etnias que utilizam esse meio de arte.
Objetivo Do Uso Das Máscaras Africanas
Ao colocar uma máscara em um ritual, a pessoa que a utiliza passará a assumir a entidade que a máscara representa, o seu espírito se transforma no espírito que foi convocado pelo uso da máscara, e transmite para dentro do corpo da pessoa. Cada máscara africana capta a essência do espírito que ela representa, não de forma física, de uma forma mais profunda, fazendo então uso de algumas distorções e abstrações que possam representar ele de forma verdadeira.
O povo Bwa, que habita Burkina Faso, usam máscaras que representam os espíritos da floresta, que são invisíveis, e com isso suas máscaras tem formatos geométricos, bem abstratos. O povo Fang, que habita o Gabão, a República dos Camarões e Guiné usam máscaras com formas mais afuniladas, e possuem poucos detalhes e elementos, os olhos sendo pequenos pontos, a boca um círculo, e a sobrancelha se unem ao nariz. O povo Senefu, que habita a Costa do Marfim, coloca nas máscaras elementos morais, com olhos meios fechados, que dão a impressão de pacificidade, paciência ou controle. O povo Grebo, que também habita a Costa do Marfim, possuem máscaras com olhos redondos bem abertos e nariz reto, que representaria raiva e determinação. O povo de Serra Leoa olhos e boca são pequenos para representar humildade, com testa grande que determina sabedoria. Quando há boca e queixo grande quer dizer sabedoria.
Elas geralmente são usadas de quatro formas: quando se cobre totalmente o rosto, como um chapéu no alto da cabeça, feitas especialmente para esse fim, como capacetes que cobrem toda a cabeça, ou penduradas no quadril ou peito.
Conheça algumas máscaras africanas:
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Máscaras De Animais:
Os animais aparecem bastante nas máscaras feitas pelos africanos. Elas podem estar ali representando o espírito do animal ou são usadas para fazer um pedido ou ainda transmitir determinada mensagem, como por exemplo, para que os animais não devorem a plantação. Também podem ser símbolos de virtudes desejadas.
Como exemplo: Na cultura dos povos Dogon e dos Bambara, que habitam o Mali, os antílopes são usados para chamar colheitas abundantes de milho; o búfalo irá representar força física para os povos Baoulé, que vivem na Costa do Marfim;
Também há máscaras que misturam traços de diversos animais, e por vezes junto de traços humanos. Esse tipo de máscara é usado por um membro ou grupo da tribo que possui certo status, ou ainda para designar um espírito. Máscaras misturando traços da zebra, suas listras, dos crocodilos, seus dentes, do camaleão, seus olhos, dos porcos selvagens, geralmente as bocas, as cristas de um gala, a plumagem de uma ave, são comuns para os povos que vivem na República Popular do Congo, os kifwebe e Songye.
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Máscaras Do Rosto Feminino:
Também é muito comum se encontrarem máscaras de rosto feminino. Novamente elas variam de região para região. É muito encontrada a máscara que representa a beleza feminina chamada Idia, que é feita em latão e provavelmente foi encomendada em sua primeira vez por obá Esigie, para representar sua mãe, ele carregava sempre consigo a máscara, para honrar a guerreira e rainha importante que sua mãe foi.
Nas tribos do povo Ponu, que habitam o Gabão, as máscaras de rosto femino possuem nariz e queixo finos, olhos amendoados, maçãs do rosto bem salientes, sobrancelhas arqueadas e finas, e a pela pintada de branco a partir do caolin. As máscaras construídas pelos povos Baga, que habitam Guiné-Bissau, possuem nariz e seios grandes, e algumas escoriações no rosto.
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Máscaras De Antepassados:
A maioria das culturas africanas possui em suas tradições venerar antepassados, e por isso eles também são comumente usados como tema para máscaras. Há diversas representações desse estilo, como a máscara Pwo Mwana, que significa mulher jovem, e que mistura a beleza feminina com alguns traços presente nela, e elementos também que lembram a morte, como lágrimas, pele rachada e olhos fechados, ela é usada pelo povo Chokwe, que vive na Angola e na República Democrática do Congo. Essa figura é um ancestral feminino que morreu bem jovem durante um ritual de fertilidade.
Muitas máscaras representam pessoas que já viveram e que foram eternizados pela história que fizeram em sua vida. Há uma mascara que representa Woot, o fundador da tribo do povo Kuba, que é usada por eles, sendo chamada de mwaash ambooy, e também há a representação da sua esposa, que possui a máscara chamada de africana ngady anwaash.
As máscaras geralmente trazem um padrão de rosto triangular, e a maioria delas é pintada de branco ou preto e depois decoradas. Trazem pinturas como triângulos, e outros formatos. A feminina possui linhas que por vezes representam lágrimas.
Materiais E Pintura Das Máscaras Africanas
Quem produz as máscaras nessa cultura possui certo status em sua tribo. Aqui também rege a tradição, geralmente tal arte é passada de pai para filho, que ensina a criação das máscaras além dos seus significados e demais tradições que as envolvem.
Normalmente feita em madeira, antes de se entalhar para obter o produto final, o artesão vai até a floresta e faz alguns rituais. O trabalho é feito longe da aldeia, e durante ele, o próprio artesão utiliza uma máscara. Elas são criadas com liberdade, sem moldes. O resultado final varia pelas especificidades de cada artesão.
Após talhar, ou finalizar a máscara se ela for feita em outro material, como couro, tecido ou marfim, o artesão pode ou não adicionar cabelos, cristas ou chifres. Então elas serão pintadas com tintas naturais, e depois decoradas com elementos da natureza, com sementes, miçangas, dentes, búzios e penas.
Máscaras no Teatro
O teatro na Grécia Antiga teve seu ápice por volta do século V antes de cristo, quando se celebravam muitas festas em homenagem a Dionísio, que duravam seis dais, e aconteciam procissões com pessoas fantasiadas e máscaras, enquanto cantavam. Logo as máscaras foram incorporadas tanto nessas festas, como nas peças da época, que tratavam principalmente de comédia e tragédia. Isso pode ser considerada uma evolução da peça, que passou a ter outra importância na cultura do povo, sendo um elemento teatral. Logo o teatro grego passou a influenciar outros povos e culturas.
Mas um dos principais fatos para o uso da máscara no teatro grego, era que as mulheres não tinham direito de participar da peça, no geral, elas nem eram consideradas membros da cidade, ou seja, elas não possuíam o título de cidadã, e consequentemente não tinham o direito de atuar nas peças, mesmo se desejassem. Por essa razão, homens usavam máscaras com perucas e representavam mulheres, que na verdade possuíam mais o papel de cuidar dos deveres da casa e procriar.
As máscaras de teatro não tinham somente um formato, elas podiam estar ali para representar uma expressão, ou um estilo. Mas elas tinham importância no teatro já que possuíam um cone para propagar de forma mais acentuada a voz dos atores. Feitas de folhas, madeiras, e argila, elas não sequer eram pintadas ou muito enfeitadas.
Pinturas De Máscaras Hoje Em Dia
Gostou de alguma dessas máscaras bem tradicionais que foram citadas aqui, e pretende ter uma delas para você? Algumas delas, como as máscaras de tribos indígenas e africanas, podem ser difícil de conseguir e até mesmo desrespeitoso com os povos, que a utilizam com significados bem importantes. Mas apesar disso, é possível criar você mesmo uma máscara inspirada nelas, e usar como desejar, como por exemplo, em enfeite na sua casa.
No mercado atual, há disponível a maioria dos modelos de máscaras que foram aqui citadas, e você pode conseguir uma delas, e usar na sua casa, no seu ambiente de trabalho, ou outro local como decoração. Para aquelas pessoas que desejam botar a mão na massa e dar o seu toque especial, há máscaras produzidas com a finalidade de o cliente fazer a finalização da mesma a pintando.
Mas entenda, muitas dessas máscaras possuem um significado até mesmo na forma em que ocorre a pintura delas, seja respeitoso com a cultura em que ela se originou, tente a conhecer um pouco melhor para entender mais do que se trata.
Em outros casos, é comum o uso de máscaras em festividades, no Brasil sendo a principal delas o carnaval. A máscara pode trazer todo charme a sua roupa, e tem diversos modelos disponíveis na internet esperando você escolher um deles e personalizar da forma que desejar.