A literatura brasileira é nova, tão nova quanto o Brasil em si, em seu pouco mais de 1500 anos. Comparamos a sua juventude com grandes nomes dos escritos mundiais, como a literatura inglesa, alemã, entre outras, países com longa história no mundo literário.
A literatura brasileira é dividida didaticamente em períodos sendo eles: quinhentismo, barroco, arcadismo, romantismo, realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo, pré-modernismo, modernismo e o neo-realismo. Atualmente estamos vivendo o pós-modernismo. Para cada período, temos clássicos característicos, livros importantes em sua época e alguns nomes perduram até hoje.
As Divisões da Literatura Brasileira
As divisões da literatura brasileira são uma forma de classificá-la quanto as suas características mais marcantes. No quinhentismo, por exemplo, temos as publicações mais para registro, na fase inicial de povoação do Brasil, com obras voltadas para narração do cenário indígena local e ação da igreja. Os livros de Padre Antônio Vieira são os mais importantes e conhecidos desta fase.
Machado de Assis, pertencente ao movimento realista, se tornou um dos mais relevantes nomes da literatura brasileira por sua forma inovadora de narrar suas histórias. Dom Casmurro, mostra uma narrativa tão intensa e controversa que chega a ser impossível saber se Bentinho, protagonista, foi mesmo traído ou não por Capitu.
Outra figura pertencente à linha clássica de nossa produção literária é o autor José de Alencar. Seu estilo romântico até a última palavra é um registro histórico de sua época, onde as mulheres eram devotas aos maridos e casavam na maioria das vezes por interesse econômico, uma forma de ampliar os bens.
Seu livro mais famoso é Senhora, onde a protagonista mostra o poder do dinheiro em um casamento sem amor pelo puro luxo de ostentar uma fortuna. Mas, como em todo romance da época, a mulher acaba arrependendo-se amargamente e ficando de joelhos para pedir perdão. O romantismo na poesia também está presente na lista de livros clássicos através de obras de Gonçalves Dias, autor de poemas doces e devotos a mulher.
Livros Clássicos da Literatura Brasileira
A seguir você poderá saber mais sobre os livros que se destacam como clássicos da literatura brasileira.
Livro: “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo
O livro de 1890 nos apresenta a vida dos moradores mais pobres do Rio de Janeiro no século 19. A trama nos apresenta o português João Romão que vive com uma escrava fugida chamada Bertoleza e é dono de um cortiço. Romão começou o negócio com apenas três casas e foi ampliando o seu cortiço comprando as casas do entorno.
Ao observar a oportunidade de tornar-se sócio do seu vizinho Miranda faz proposta de casamento para sua filha Zulmira. Contudo, precisa decidir o que fazer com Bertoleza que é a sua companheira, denunciá-la como escrava fugida é uma alternativa. A obra é um retrato nada delicado da vida miserável de quem precisava morar em lugares como cortiços.
Livro: “Dom Casmurro” de Machado de Assis
O ciúme é o fio condutor da narração de Bentinho o protagonista que vive atormentado com a possibilidade de que sua esposa, a amada Capitu, o tenha traído com seu melhor amigo Escobar. Como todos os fatos são apresentados na ótica de Bentinho é difícil determinar se Capitu o traiu ou não, essa é uma pergunta que se mantém como um dos grandes mistérios da literatura brasileira. Para aumentar a desconfiança do ciumento eis que o filho do casal, Ezequiel, nasce com os traços de Escobar. A obra é do ano de 1899.
Livro: “Triste fim de Policarpo Quaresma” de Lima Barreto
Publicado em 1915, o “Triste fim de Policarpo Quaresma”, é considerada uma obra pré-modernista que está ambientada no Rio de Janeiro do fim do século 19. O protagonista, Policarpo Quaresma, se torna subsecretário do Arsenal de Guerra e passa a ser contaminado por ufanismo extremo que o faz dar valor apenas ao que é nacional.
Além de se alimentar somente de comidas típicas brasileiras ele passa a cantar modinhas e a se comunicar em tupi-guarani. A relação conflituosa entre Quaresma e as demais pessoas da sua vida abre caminho para algumas importantes reflexões.
Livro: “São Bernardo” de Graciliano Ramos
Romance publicado em 1934, São Bernardo, nos apresenta a história de Paulo Honório que não tem pai e nem mãe tendo sido criado sem conhecer o amor de uma família na dura realidade da região nordeste do Brasil. Um dia ele se envolve numa confusão por causa de uma namorada e acaba sendo preso por três anos.
Enquanto foi mantido encarcerado piorou o seu comportamento violento, aproveitou o período para traçar um plano para tomar a propriedade São Bernardo, em que trabalhou. Saindo da prisão conseguiu realizar o seu intento e se tornou um latifundiário ampliando seu território após matar o vizinho. Casou-se com Madalena com quem teve um filho. A esposa não aguenta tanto sofrimento e tira sua própria vida. Por fim Honório decide escrever um livro contando a sua história.
Livro: “Morte e vida Severina” de João Cabral de Melo Neto
Um livro completamente em versos, publicado no ano de 1944, e que nos apresenta a história de um retirante nordestino em busca de uma vida melhor na cidade grande. A obra de Melo Neto é considerada modernista e regionalista. Uma história comovente em que se vê o retrato do que a miséria é capaz de fazer na vida dos brasileiros que nascem com poucas chances na vida. O protagonista pensa em tirar a própria vida, mas o nascimento de uma criança o impede de cometer tal ato.
Livro: “Grande Sertão: Veredas” de Guimarães Rosa
Publicado em 1956 o livro apresenta um assunto bem delicado, o jagunço Riobaldo que é o protagonista da história acredita estar apaixonado por outro homem, Diadorim que é outro jagunço do bando. Ao longo desse longo livro Riobaldo discorre a respeito de questões existenciais e tenta reprimir ao máximo o seu sentimento pelo amigo. Porém, ele terá uma grande surpresa a respeito de Diadorim.
Livro: “A Hora da Estrela” de Clarice Lispector
Um dos grandes livros da autora Clarice Lispector, “A Hora da Estrela”, nos apresenta a história da jovem alagoana de 19 anos, Macabéa, sob a narração de Rodrigo S.M.. Desiludida da vida por não ser bonita e nem especial de nenhuma forma além de ter sido trocada pelo namorado por uma amiga, Macabéa, procura uma cartomante. Após ouvir que sua vida irá mudar completamente ao conhecer um homem rico a jovem vai atravessar a rua e é atropelada por um Mercedes-Benz. Sem receber ajuda ela morre na calçada mesmo. O livro é de 1977.
Livro: “O Caderno Rosa de Lori Lamby” de Hilda Hilst
Hilda Hilst é uma das autoras brasileiras que possui uma obra um tanto quanto polêmica, mas de uma qualidade de escrita pouco vista. O livro em questão, “O Caderno Rosa de Lori Lamby”, foi publicado em 1990, e é narrado supostamente por uma menina de oito anos que é prostituída pelos pais. A garotinha conta como é o desenrolar da venda do seu corpo inclusive com o agenciamento dos pais. O mais chocante talvez seja que Lori parece gostar da atividade que pratica.
Livro: “Cidade de Deus” de Paulo Lins
Adaptado para o cinema em 2002 pelo cineasta Fernando Meirelles, “Cidade de Deus”, é o romance de estreia de Paulo Lins. A obra nos leva para o fogo cruzado das facções criminosas numa das maiores favelas do Brasil. Essa história nos faz refletir no quanto é difícil para quem nasce nessas condições sociais se virar para outro caminho.
Livro: “Eles Eram Muito Cavalos” de Luiz Ruffato
O livro publicado em 2001 é um compilado de 69 histórias independentes entre si de pessoas que vivem o dia 9 de maio de 2000 em São Paulo. Uma possibilidade de ver e entender a cidade sob os mais variados ângulos e pontos de vistas.