América
Sem dúvida alguma todos já ouviram falar, já foram lá, ou moram no continente americano, dividido entre América do Sul, América do Norte e América Latina (ou Central), mas o que nem todos devem saber é que esse continente descoberto por Colombo foi batizado assim em homenagem ao navegador Américo Vespúcio, que descobriu o Novo Mundo e constatou que este não pertencia à Ásia como se imaginava.
Quem?
Em Florença no dia 09 de março de 1451, nascia o motivo para a América se chamar assim, o terceiro filho de Anastácio Vespúcio e Isabel Mimi, uma família tradicional e aristocrática de Florença. Vespúcio fora educado por seu tio, com uma conduta humanística, e aprofundou-se em Geografia (estudo da Terra, sua superfície, seu aspecto físico atual e as relações entre o meio natural e os grupos humanos), Astronomia (estudo dos corpos celestes) e Cosmologia (estudo da origem, estrutura e evolução do Universo) quando estudou na Itália e na França. Vespúcio veio a óbito em 22 de fevereiro de 1512, aos 60 anos.
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Vespúcio e Sua Fama
Graças a cartas e documentos registrados por Américo Vespúcio, ele adquiriu sua fama como navegador e geógrafo. Foram duas séries de documentos, na primeira são mencionadas quatro viagens que foram relatadas em carta, datada de 4 de setembro de 1504, escrita em italiano, procedente de Lisboa, a Pier Soderini, magistrado supremo da República Florentina. Foram publicadas duas versões latinas da mesma carta com os títulos Quatuor Americi Vesputii Navigationes e Mundus Novus ou Epístola Alberici de Novo Mundo.
A segunda série contém três cartas de cunho particular endereçada aos Médici, uma família aristocrática que possuíam uma casa bancária para qual trabalhou como contador desde os 17 anos. Historiadores concluíram que, na verdade, Américo fez somente duas viagens, já que na primeira série de documentos foram relatadas quatro viagens, e na segunda série, apenas duas viagens.
As Navegações
Em 1849, fora enviado a Sevilla a trabalho, onde conheceu Giannoto Barardi, o sócio da casa bancária dos Médici, que financiava e aramava navios. Em 1496, com a morte do financiador Berardi, Américo Vespúcio assumiu a direção da empresa. Através de Giannoto conheceu Cristovão Colombo, e em 1499, aos 45 anos de idade, ele decidiu seguir viagem na expedição de Alonso de Hojeda ao redor da América do Sul.
Saindo de Cádiz, as caravelas alcançaram a costa norte da América do sul , e retornaram a Espanha em 8 de junho de 1500. Em julho de 1500, Vespúcio escreveu uma carta endereçada a Lorenzo Médici em que se intitulava como comandante da expedição, omitindo o nome de Alonso Hojeda.
Novas Expedições
Dom Manuel 1º ficou entusiasmado com as descobertas de Vespúcio e com as informações sobre a Terra de Santa Cruz, trazida por integrantes das caravelas de Cabral, e organizou outra expedição ao Brasil, confiando-se a Américo. Ele hesitou a principio, ainda cansado, e em dúvida se deveria navegar sob a bandeira portuguesa. Mesmo assim, partiu de Lisboa em 13 de maio de 1501, com o comandante Gonçalo Coelho.
As caravelas navegaram ruma às ilhas Canárias, e, parando em Bezeghiche (atual Dacar, Senegal), próximo a Cabo Verde, encontrou com o navio de Diogo Dias e com a caravela Nossa Senhora Anunciada, que aguardava o resto da esquadra de Pedro Álvares Cabral. Nesse encontro, Vespúcio colheu preciosas informações com Gaspar da Gama, e teve a certeza de que estavam falando de outro continente. No fim de 1501, chegou ao Cabo Santo Agostinho, passou pelo litoral brasileiro, baía de Guanabara, rio da Prata, até alcança a costa meridional da Patagônia.
Nativos
Em agosto de 1501, as três caravelas da esquadra de Gonçalo Coelho ancoraram na Praia de Marcos, litoral do atual Rio Grande do Norte. O primeiro contato com os nativos não foi amistoso e os viajantes viram um dos marujos sendo devorado pelos índios. Gonçalo coelho decidiu sair d local, contornando o litoral do Brasil rumo ao sul. Utilizando um calendário litúrgico. Começaram a batizar os lugares onde atracavam com nomes de santos do dia em questão. Por exemplo, em primeiro de novembro de 1501 à baía, nomeada Baía de Todos os Santos. Em primeiro de janeiro de 1502, os tripulantes se depararam com o que pensavam ser a foz de um rio, batizando o local com o nome de Rio de Janeiro.
Nesta altura, percebeu que havia navegado pela costa de um continente desconhecido, que não fazia parte da costa asiática. Retornou a Lisboa em 22 de julho de 1502 e divulgou a notícia pela Europa. De lá, Vespúcio escreveu a Lorenzo Médici comentando sobre as árvores (inclusive o pau-brasil), dos frutos que tinham um ótimo sabor, dos animais e dos habitantes do novo mundo, incluindo as curvas de seus corpos.
A Última Expedição
Em 1503, foi formada uma nova expedição novamente comandada por Gonçalo Coelho. Em 10 de agosto a frota avistou um arquipélago (Fernando de Noronha), o navio atingiu alguns recifes e acabou naufragando. Gonçalo pediu a Vespúcio que procurasse um porto e o aguardasse lá, coisa que fez por oito dias, quando descobriu que os outros navios o tinham deixa para trás. Organizando seus próprios companheiros, prosseguiu a viagem e construiu uma feitoria (provavelmente em Cabo Frio), recolhendo pau-brasil para levar para Portugal.
Longe do Mar
Quando voltou à Europa, já havia sido publicado um panfleto em latim com quinze páginas, narrando uma viagem de Vespúcio ao Novo Mundo na Alemanha, como ele mesmo já havia narrado por cartas. Este se tornou um dos textos mais vendidos e mais populares da época. O cartógrafo Martin Waldseemüller foi quem primeiro nomeou o novo continente de América em sua homenagem.
Vespúcio ficou alguns meses em Lisboa após sua terceira viagem, mas em 1505 passou a servir à Coroa espanhola. Em Sevilha, assumiu o posto de piloto-mor da corte, ajudando na preparação de mapas oficiais e rotas marítimas, e no mesmo ano recebeu a cidadania espanhola. Desde que serviu a Coroa, nunca mais viajou. Os diários de bordo e alguns mapas que Vespúcio fez do litoral que percorreu na expedição Gonçalo Coelho desapareceram. Após sua volta para Sevilha, Vespúcio se casou com Maria Cerezo, que foi sua esposa até o final de sua vida.