A filosofia, grosseiramente falando, é a maneira que cada um tem de pensar sobre a vida.
Há muitos anos, as inúmeras formas de viver assombram os homens e os fazem refletir sobre elas.
Na Grécia Antiga, por volta dos anos 400 a.C., Platão (discípulo de Sócrates) já meditava sobre a filosofia e outros temas como política, ética, teorias do conhecimento e metafísica. Não se sabe ao certo se Platão era mesmo seu nome, acredita-se que pode ser apenas um codinome, devido à sua compleição física.
Além de filósofo, Platão também era matemático e foi fundador da Academia, em Atenas, que tornou-se a primeira universidade do ocidente. Ele se dedicou a escrever diversos estudos, tidos como Diálogos em número de trinta e cinco e mais treze cartas.
Os escritos de Platão sobre a filosofia, nos ensinam que lidamos com duas realidades, a sensível e a inteligível. A sensível está relacionada a todas as coisas que afetam nossos sentidos e são dependentes, modificáveis. A inteligível não muda; as duas formam as Teorias das formas ou ideias.
De acordo com o filósofo, o mundo que percebemos através dos sentidos, dos toques, cheiros, é uma reprodução do mundo da imaginação, das ideias. Platão sempre buscava a verdade nas coisas, algo que sempre fosse além da aparência, que viesse de seu próprio interior. E o ser humano teria duas divisões: corpo e alma. O primeiro, mutável na aparência, mas o segundo não mudaria nunca.
A alma, segundo Platão, se divide em três: a Racional, composta pela cabeça, que controla as demais partes; a Irascível, composta pelo tórax e está relacionada aos sentimentos, e a Concupiscente, composta pelo baixo-ventre, ligada ao desejo da carne, libido, sexo. Ele se valia da ideia que a alma, depois da morte, reencarnava em outro indivíduo, mas as iluminadas não, estariam sempre na presença dos deuses.
O mundo que Platão contemplava era repleto de dificuldades e que diferem das que temos hoje, mas nem por isso ele deixava de se preocupar com as pessoas e com a política que era empregada naquela época e escreveu: “Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder ou antes que os chefes das cidades, por uma divina graça ponham-se a filosofar verdadeiramente.” (Platão, Carta Sétima, 326b).
Ainda sobre seus pensamentos, ele confiava que a alma do governante deveria possuir três virtudes: Sabedoria (cabeça), para guiar o Estado; Coragem (peito), para defender o Estado e Temperança (baixo-ventre). Todos juntos formariam o líder e Estado perfeitos.
Caso Platão vivesse hoje, perceberia que as dificuldades com o poder remontam a história do homem, e que filósofos puros, não existem na política. Quem sabe se existissem, os lucros com os impostos seriam melhor aplicados e a população não teria tanto o que reclamar.