A literatura de Cordel ou ainda folheto, conhecido assim também no Brasil tem como principal característica a rima. Essas rimas são escritas tendo como base as falas, em seguida são apresentadas em folhetos impressos.O mais interessante é saber o porquê do nome “cordel”, então vai uma explicação bem simples, porém muito original. Esses folhetos eram expostos para a venda pendurados em cordas ou até mesmo barbantes, isso em Portugal. Embora o nome tenha permanecido no Brasil, a ideia de pendurá-los em barbantes não foi em frente.
Muitos folhetos são apresentados com xilogravuras na capa, que nada mais são que imagens originárias da madeira, um processo bastante parecido com o tão conhecido carimbo. Já as estrofes de dez ou até mesmo seis versos são as mais conhecidas.Os cordelistas, autores de cordel, utilizam a forma cantada, com muita melodia para apresentar suas estrofes, mas também usam declamações bastante animadas para atrair compradores.
Para quem se interessa pela história da literatura de cordel, ela surgiu na época do renascimento através dos textos retirados das falas de trovadores. Isso seguiu até a Idade Contemporânea. Essas obras exploravam a cultura e a imaginação, inclusive peças de teatro foram escritas em forma de cordel como as do autor Gil Vicente.
Apenas no século XIX, excepcionalmente na metade, foi que começaram a surgir os materiais impressos em nosso país. Esses impressos eram dos mais variados, indo do cotidiano da época até religião e até mesmo passagens históricas.Como exemplo de cordéis de sucesso no Brasil é possível citar a história de Lampião e o presidente da república Getúlio Vargas, uma prova de que qualquer assunto pode virar literatura de cordel.No nordeste é possível encontrar as grandes produções de cordel, uma vez vinda de Portugal e instalada na Bahia, especificamente em Salvador. Era costume os próprios cordelistas venderem suas obras em feiras e mercados.Atualmente é possível encontrar a literatura de cordel no Sudeste também, nas cidades mineiras, paulistas e cariocas, em apresentações, feiras e casa de cultura, também em livrarias.A literatura de cordel carrega grandes autores, dentre eles é possível destacar:Cuíca de Santo Amaro: ele era muito amigo de Jorge Amado, pode-se dizer que eram amigos íntimos. Usava a literatura para denunciar os corruptos da época.Leandro Gomes de Barros: com milhares de folhetos vendidos, a obra “O cachorro dos mortos” foi destaque. Leandro era muito famoso e considerado o mais importante na literatura de cordel.João Martins de Athayde: era conhecido por ser popular e por produzir muito. Quando Leandro faleceu, João resolveu comprar seus direitos autorais, editando, inclusive, seus poemas.A literatura de cordel é considerada mais uma questão cultural do que intelectual. Para quem é interessa vale a pena conferir a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, o site é o www.ablc.com.br.